Marco Tulio
Michalick:
“A fé cega faz
com que a pessoa
seja manipulada”
O autor do livro
Coragem,
Esperança e Fé
fala sobre sua
obra e as
virtudes que
nela são
exaltadas
|
Marco Tulio
Michalick
(foto),
nascido em Belo
Horizonte-MG e
atualmente
residente em
Brasília-DF, é
representante
comercial e atua
no CELST –
Centro Espírita
Lar da
Santíssima
Trindade,
situado no
Distrito
Federal, onde
exerce o cargo
de 1º
Secretário.
Tendo lançado
recentemente o
livro
Coragem,
Esperança e Fé,
que reúne contos
e reflexões
sobre as
virtudes que dão
título ao livro,
suas respostas
contidas na
presente
entrevista vão
além da citação
das virtudes,
pois traduzem
importantes
considerações
sobre a Doutrina
Espírita.
Como e quando se
tornou espírita?
|
Em Belo
Horizonte-MG,
quando tinha 7
anos de idade,
fui acometido
por crises
epilépticas,
chegando a
sofrer 22
convulsões por
dia, quase que
uma a cada hora.
Sem obter
resultado na
medicina
tradicional,
fomos visitados
por amigos da
família, que
eram espíritas,
e iniciaram
aplicações de
passes semanais
em minha casa.
Após uma
cirurgia
espiritual, o
resultado foi
imediato, ou
seja, minhas
convulsões
cessaram. Assim,
passei a
frequentar o
Centro Espírita
“Amor e
Caridade” quando
tinha doze anos.
Depois passei a
frequentar a
Fraternidade
Irmão Glacus e,
assim, jamais
deixei de
trabalhar na
Doutrina, em
qualquer lugar
em que
estivesse.
E como surgiu o
gosto por
escrever?
|
Começou desde
cedo. Primeiro,
nas redações no
colégio, depois
passei a criar
obras de ficção,
até chegar ao
meu primeiro
livro espírita
lançado em 2002,
intitulado
“Histórias de
Alexander”.
Qual o aspecto
que mais lhe
chama atenção na
Doutrina
Espírita? Por
quê?
A Doutrina
Espírita, em seu
tríplice
aspecto, é
completa...
Ciência,
filosofia e
religião formam
uma corrente
indissociável.
Kardec nos diz,
em “O Que é o
Espiritismo,”
que “O
Espiritismo é ao
mesmo tempo uma
ciência de
observação e uma
doutrina
filosófica”. Em
“O Livro dos
Espíritos”, ele
acrescenta que
“O Espiritismo é
forte porque
assenta sobre as
próprias bases
da religião:
Deus, a alma, as
penas e as
recompensas
futuras;
sobretudo,
porque mostra
que essas penas
e recompensas
são corolários
naturais da vida
terrestre, e
ainda, porque,
no quadro que
apresenta no
futuro, nada há
que a razão mais
exigente possa
recusar".
Seu recente
livro traz
reflexões
importantes
sobre a
capacidade de
superação nas
dificuldades.
Comente como
resolveu pela
publicação
envolvendo tais
temas.
Esses temas são
especiais,
porque fazem
parte da nossa
autodescoberta,
rumo à evolução.
Constantemente
nos deparamos
com pessoas
consideradas
sadias
fisicamente,
reclamando da
vida,
encontrando
obstáculos onde
eles não existem
de fato, criando
na própria vida
um emaranhado de
problemas,
enquanto outras
pessoas, com
limitações
físicas e até
mentais,
conseguem
superar
obstáculos e
adversidades
reais, o que nos
faz sentir
vergonha,
“sacudir” o
íntimo e meditar
em nossa
capacidade de
resolver crises.
Comente sobre a
virtude da
coragem.
Tendemos a
acreditar que
coragem é
ausência de
medo, quando na
realidade
coragem é a
virtude que nos
impulsiona a
agir apesar do
medo. Aliada à
esperança e à
fé, recolhemos,
nessa virtude, a
força íntima de
que necessitamos
para enfrentar
dificuldades,
com firmeza e
determinação.
E a esperança?
A esperança é
uma virtude que
requer a coragem
da perseverança,
ou seja, não
desistir nunca
de tentar.
Aliada à fé, a
esperança faz
com que não nos
sintamos vazios
ou tristes
quando as
fatalidades da
vida nos
alcançam. Se a
morte bate à
nossa porta, por
exemplo, levando
de volta à
pátria
espiritual
alguém que
amamos, ela nos
dá consolação,
através da
certeza de que o
afastamento do
ser amado será
temporário, não
definitivo.
Gosto de dizer
que nunca
devemos tirar a
esperança de
outra pessoa,
pois pode ser a
única coisa que
ainda resta a
ela.
E a fé,
especialmente a
raciocinada
preconizada pelo
Espiritismo?
A fé cega faz
com que a pessoa
seja manipulada,
enquanto a fé
raciocinada
exige estudo e
meditação, na
busca de
respostas
lógicas. O
Espiritismo nos
proporciona
isso, não
deixando dúvidas
pairando no ar.
Kardec, em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
nos informa que
“a esperança e a
caridade são uma
consequência da
fé. Essas três
virtudes formam
uma trindade
inseparável”.
Quais as
repercussões da
obra após o
lançamento?
Foram boas! O
livro foi
lançado
oficialmente no
Celst, no dia 5
de setembro, e a
divulgação foi
intensa. Algumas
pessoas próximas
que já o
adquiriram
disseram ter
gostado muito da
atualidade dos
temas e dos
casos verídicos
que ilustram os
capítulos,
porque fazem com
que o leitor se
identifique, em
algum momento,
com determinado
texto.
Algo mais a
acrescentar?
Estou satisfeito
com o resultado
desse trabalho,
no qual
participaram,
por intuição,
diversos
Espíritos
amigos.
O objetivo do
livro
Coragem,
Esperança e Fé
é falar, com
muita
simplicidade,
dos
questionamentos
que surgem
diariamente em
nossas vidas,
provocando a
curiosidade do
leitor sobre o
que ele pensa de
si mesmo, sobre
como ele pode
agir,
esclarecido pela
Doutrina
Espírita.
Cumpre-me,
também,
agradecer ao
escritor e
palestrante
Richard
Simonetti, que,
generosa e
pacientemente,
atendeu a todas
as nossas
solicitações,
esclarecendo
dúvidas e
contribuindo
para o êxito da
obra.