João Elias
Blanco Lançanova:
“O Espiritismo é
Jesus que volta
de braços
abertos,
descrucificado,
ressurreto
e vivo”
Vinculado à
Casa Espírita
Joanna de
Ângelis, o
confrade fala
sobre o
movimento
espírita
pertinente à
fronteira sul do
Brasil
|
Dinâmico
dirigente
espírita, João
Elias Blanco
Lançanova
(foto)
relata sua
experiência no
trabalho que tem
realizado no
movimento
espírita da
fronteira sul do
Brasil, a partir
de Alegrete,
cidade
localizada no
Rio Grande do
Sul, a 506
quilômetros de
Porto Alegre-RS.
Militar
da ativa, casado
e com quatro
filhos, o
confrade
oferta-nos na
presente
entrevista
lúcidas
considerações
sobre a postura
do espírita
nestes dias de
transição
planetária.
Por que você
escolheu ser
espírita?
Nasci em uma
família cuja
orientação era
|
evangélica (Assembleia de
Deus). Sem
encontrar
respostas
racionais e
lúcidas para as
questões que me
angustiavam, na
pré-adolescência
resolvi
tornar-me
católico, e
depois passei
por um período
de ceticismo,
quando busquei
conhecer
doutrinas
espiritualistas,
tais como a Rosacruz e a
Teosofia. Nesse
período li a
obra de Gibran
Kalil Gibran,
principalmente o
livro “Jesus o
Filho do Homem”,
que ainda
consulto com
frequência, por
tê-lo como uma
das mais
extraordinárias
obras escritas
sobre Jesus.
Nesse mesmo
período conheci
o Espiritismo,
em cujos
princípios
encontrei as
respostas para
as minhas
dúvidas, um
incomensurável
consolo e um
roteiro seguro
de paz e
alegria, baseado
nos ensinos de
Jesus, que estou
apreendendo a
venerar como
Modelo e Guia
para uma vida em
plenitude. |
Quantos Centros
Espíritas há em
Alegrete e como
o Espiritismo é
visto pela
sociedade local?
Atualmente são
cinco Casas
Espíritas, sendo
três filiadas à
FERGS –
Federação
Espírita do Rio
Grande do Sul. O
Espiritismo é
visualizado pela
sociedade
alegretense como
uma doutrina
capaz de
oferecer
respostas
lógicas às
questões que
inquietam o ser
humano, bem como
uma diretriz de
profunda
consolação e
saudável convite
para a
convivência
social e o
exercício da
real
fraternidade,
com respeito ao
direito dos
demais cidadãos.
Em qual Centro
Espírita
participa? Quais
as atividades em
que colabora?
Participo na
Casa Espírita
Joanna de
Ângelis.
Atualmente sou
responsável pelo
DEDO,
coordenador de
Grupo de Estudo,
expositor
doutrinário e
responsável pelo
Programa Momento
Espírita, além
de participar de
um grupo de
atividades
mediúnicas.
Anualmente você
tem promovido o
AMARTE. Em que
consiste esse
evento e quais
têm sido suas
repercussões?
O AMARTE é um
encontro
regional, cuja
finalidade é
reunir os
espíritas da 7ª
Região da FERGS,
para estudo e
reflexão em
torno de um tema
previamente
estabelecido,
bem como
proporcionar o
reencontro, a
confraternização
e a convivência
entre os irmãos
das demais
cidades, tal
como acontece
com os demais
eventos
regionais
(ACAMPE, CONJER,
Encontro da
Família, em
Itaqui e o FORUM
em Uruguaiana).
Como tem sido a
divulgação do
Espiritismo fora
das casas
espíritas?
A divulgação
doutrinária
deveria ter na
conduta de seus
profitentes a
mais eloquente
divulgação.
Atualmente o
carro chefe da
divulgação é o
Programa Momento
Espírita, que
vai ao ar todos
os sábados das
8h30min às 9h,
pela Radio
Alegrete, 590 AM
(Rede Tchê),
cujo alcance
abrange todo o
interior do
nosso município,
estendendo-se
ainda aos
municípios
vizinhos, além
de ser
transmitido via
Web. Também
fazemos a
distribuição de
periódicos e
mensagens
impressas junto
às demais
Instituições
Espíritas e
frequentadores
da casa.
Fale-nos um
pouco da
história e do
momento atual do
Espiritismo na
fronteira sul do
Brasil.
Há mais ou menos
19 anos, tomando
consciência de
que os espíritas
da região não se
conheciam nem se
visitavam,
resolvemos
procurar os
companheiros das
demais cidades.
Inicialmente
entramos em
contado com o
nosso irmão
Alfredo Godoi
Vargas, de
Itaqui, já
desencarnado,
Leoni Samuel
Echeverry e
Alajandro
Benites, este
também já
desencarnado,
ambos de
Uruguaiana, e
Paulo Caetano,
de São Borja,
iniciando uma
troca de
conhecimento e
experiência
através de
palestras e
exposições, fato
que
posteriormente
gerou os nossos
encontros
regionais. Hoje
o Movimento
Espírita
encontra-se bem
estruturado, com
uma boa troca de
experiências.
Estamos buscando
a qualificação,
enquanto
estruturamos a
Unificação com
base na bandeira
de Allan Kardec:
“Trabalho,
solidariedade e
tolerância”.
Nossos desafios
são os mesmos
encontrados em
outros rincões
do Estado e do
país, mais
ligados às
nossas
imperfeições
morais do que
aos postulados
doutrinários,
cuja proposta de
união e
unificação é
muito clara e
precisa.
Qual o auxílio
que o Movimento
Espírita da
fronteira sul
tem oferecido
aos espíritas do
Uruguai?
Por intermédio
do Centro
Espírita Chapot
Prevost, de
Quaraí, está
havendo um bom
intercâmbio com
os nossos irmãos
uruguaios,
através do qual
têm eles
participado dos
nossos eventos
regionais e
municipais, com
excelentes
resultados para
uma integração
que almejamos já
há algum tempo.
Qual a
importância
atribuída ao
Evangelho no Lar
e como vocês o
incentivam?
O Evangelho no
Lar é um
encontro marcado
com Jesus em
nosso cadinho de
experiências
evolutivas, o
nosso lar. É
como se
retrocedêssemos
dois mil anos,
naquele dia e
naquela noite
entre as
colinas, quando
a brisa do Seu
Amor
despertou-nos do
longo letargo em
que jazíamos,
para que
tomássemos
consciência da
nossa realidade,
da nossa origem
e do nosso
glorioso
destino. É a
oportunidade em
que Sua
misericórdia nos
alcança de tê-lo
junto a nós, as
ovelhas
desgarradas do
Seu Rebanho.
Nessa
oportunidade Ele
nos visita,
conforta-nos e
esclarece nossas
dúvidas,
iluminando-nos
com a lucidez
necessária para
não nos
desviarmos do
objetivo que
programamos para
a presente
reencarnação.
Cultivar esse
hábito saudável
é mantermos
nossa ligação
com esse
Espírito
Angélico, que
nos tutelou
desde o
princípio, para
nos conduzir à
plenitude da paz
e da felicidade,
nossa destinação
final.
Incentivamos o
seu cultivo pelo
nosso exemplo,
pela nossa
vivência
evangélica no
dia-a-dia.
Você, que
participa
regularmente das
atividades
espíritas, que
visão tem acerca
do movimento
espírita em solo
brasileiro? E
quais são, a seu
ver, os desafios
a serem
enfrentados nos
próximos anos?
Nada obstante as
dificuldades
encontradas,
todas filhas das
nossas
imperfeições
morais, penso
que o Movimento
Espírita
cumprirá a sua
finalidade de
unir os
espíritas dos
dois planos da
vida em torno da
finalidade da
Doutrina
Espírita: “a
transformação
moral da
humanidade”,
através dos seus
objetivos
intermediários:
“esclarecer e
consolar”. O
Espiritismo
encontrou na
terra dos
corações do povo
brasileiro o
solo fértil para
produzir os
frutos da paz e
da concórdia, e
isto irá
desaguar no
despertar da
fraternidade, do
amor entre os
irmãos.
Pessoalmente
falando, meu
desafio para os
próximos anos
continuará a ser
o mesmo que me
levou para as
fileiras do
Consolador:
domar as minhas
más inclinações,
libertar-me das
cadeias da
ignorância,
vencer o domínio
do orgulho e do
egoísmo que
ainda me
caracterizam,
superar a
vaidade, que
ainda me
espicaça aqui e
ali, além de
permanecer fiel
a Jesus, a Allan
Kardec e aos
princípios
doutrinários.
Suas palavras
finais.
Agradecendo a
Deus, Pai Nosso,
e a Jesus, Nosso
Bom Pastor, pela
oportunidade que
a revista O
Consolador
nos oferece,
fazemos nossas
as palavras do
paternal
Benfeitor
Bezerra de
Menezes: para
mim “O
Espiritismo é
Jesus que volta
de braços
abertos,
descrucificado,
ressurreto e
vivo, cantando a
sinfonia
gloriosa da
solidariedade”.
“Ser espírita é
encontrar o
tesouro da
sabedoria.” Que
possamos dar-nos
as mãos! Que as
nossas
diferenças
opinativas sejam
limadas e os
nossos ideais de
concordância
sejam
praticados. Que
quaisquer pontos
de objeção
tornem-se
secundários
diante das metas
a alcançar, a
vivência da
fraternidade
suprema. Que nas
dificuldades de
relacionamento
nas fileiras do
nosso Movimento
Espírita,
possamos nos
esquecer de nós
mesmos,
dos nossos
pontos de vista,
das nossas
idiossincrasias
e vislumbrarmos
a Alvorada
Gloriosa na Nova
Era que já se
anuncia para
aqueles que têm
olhos de ver.
Que a lídima
fraternidade nos
empolgue os
corações e que
sejamos fiéis
até o fim ao
Nosso Senhor e
Mestre Jesus,
para que não
esfrie em nossos
corações o ideal
de amarmo-nos
uns aos outros
como Ele nos
amou e nos ama.
Muita paz a
todos.