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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 5 - N° 246 - 5 de Fevereiro de 2012

 

Cada um dá o que tem

 

Daniela, menina de 8 anos, desejava muito poder ajudar as pessoas.

Tinha aprendido que todos os seres humanos são irmãos, filhos do mesmo pai, que é Deus, e por isso tinha vontade de espalhar coisas boas por onde fosse.

Certo dia, ela encontrou Celeste, uma vizinha com quem brincava sempre. Eram amigas e estranhou ver a menina triste e com os olhos úmidos.


— Por que está chorando, Celeste? — indagou preocupada. 

E a amiga, enxugando os olhos, explicou:

— Meu pai perdeu o emprego, e minha mãe está aflita, Daniela. Não sei o que vai ser de nós. Tudo está difícil lá em casa. Não temos nada, nem o que comer!

Daniela ouviu e também ficou triste, mas reagiu:

— Celeste, não se preocupe. Jesus vai ajudar vocês.

— Eu sei, Daniela. Mas para nos ajudar, Jesus precisa das pessoas!

Daniela ouviu aquelas palavras e ficou calada, pensando o que fazer. De repente, uma ideia brilhante invadiu sua cabecinha. Ela decidiu o que fazer.

Despediu-se da amiga e começou a ir de casa em casa, explicando a situação e pedindo ajuda para a família de Celeste. Na primeira casa, o dono ouviu com um sorriso e disse:

— Não posso. Além disso, se ele perdeu o emprego é porque fez algo errado. Acho melhor não se meter, Daniela.

— Não tenho dinheiro! Aliás, se tivesse não daria. Essa gente é preguiçosa! — em outra casa, disse uma senhora.

Na terceira casa, a garota ouviu da mulher que atendeu à porta:

— Eu?!... Dar dinheiro a desocupados? De jeito nenhum! E quem é que vai me ajudar?

Desanimada, a menina sentou-se no meio-fio e apoiou a cabeça com as mãos. O que fazer?

Sua mãe, que tinha estranhado o sumiço da filha, apareceu no portão e, vendo-a desanimada, quis saber o motivo. Daniela contou-lhe o que tinha acontecido, e terminou por dizer:

— E agora, mamãe, eu não sei o que fazer!...

A senhora sentou-se na calçada, abraçou-a com carinho, depois considerou:

— Você tem toda razão, minha filha, precisamos ajudar as pessoas em necessidade. Mas, se você pensa assim, é você que tem que ajudar! Faça a sua parte! E pode contar comigo e com seu pai, sem dúvida. Porém, cada um é responsável pela própria vida e não podemos obrigar ninguém a fazer o que não queira. Entendeu?

— Entendi, mamãe. Então, se ninguém quer participar, vou ver como eu posso colaborar!

Daniela foi até a casa de Celeste. Do outro lado da rua, viu que, fazendo uma rodinha, vários vizinhos conversavam. Ela passou e seguiu seu caminho. Chegando à casa da amiga, entrou e viu a mãe dela, inquieta, sem saber o que fazer.

— Posso ajudar, dona Alice?

— Ah! Daniela, eu preciso buscar legumes para a sopinha do bebê e não tenho quem cuide dele, pois Celeste está no tanque lavando as roupinhas do bebê, o que também é urgente.

— Pode ir, dona Alice, eu tomo conta dele — disse Daniela, tranquilizando a senhora.

A dona da casa agradeceu e saiu, voltando rápido. Fez a sopa do bebê, mas não tinha nada para o almoço, nem dinheiro para comprar. Imediatamente, Daniela foi até sua casa, falou com a mãe, e trouxe os alimentos necessários, sendo recebida com um abraço agradecido por dona Alice. 

Enquanto a senhora, mais animada, fazia o almoço, querendo ser útil, Daniela varria o jardim. Incomodados, os vizinhos se aproximaram de cara feia, perguntando:

— Por que está fazendo isso, Daniela?

A menina levantou a cabeça e respondeu com firmeza:  

— Esta família está precisando de ajuda, e eu colaboro como posso. Cada um dá o que tem!

Diante do exemplo da menina, os vizinhos baixaram a cabeça, envergonhados. Na mesma hora, um deles considerou:

— Bem. Pelo que você me contou, Olívio está desempregado. Acho que lhe posso arrumar uma colocação na minha empresa. Assim que chegar, vou falar com ele!

Daniela abriu um grande sorriso:

— Obrigada! Ele ficará muito contente e a família dele também!...

Logo, outras pessoas quiseram ajudar e, satisfeita, a menina foi contar para a mãe que, também sorrindo, considerou:

— Tudo isso é resultado do seu esforço, minha filha. Percebeu como seu exemplo fez as pessoas mudarem de atitude? Parabéns! Jesus deve estar agradecido e contente com você!      

                                                                           MEIMEI


Recebida por Célia X. de Camargo, em 2 de janeiro de 2012, na cidade de  Rolândia (PR).            



 


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