O chamamento
divino tem sido
constante ao
longo dos
milênios para
toda a
Humanidade, que,
no entanto, o
tem relegado a
segundo plano,
em favor dos
interesses
materiais.
- “Estou muito
jovem ainda”...
- “Sou velho
demais”...
- “Tenho muitos
compromissos e
não posso
atender ao
convite”...
- “A casa toma
muito meu
tempo”...
Deus chama as
criaturas
humanas para a
posse dos bens
espirituais, mas
aqueles que são
convidados, e
não aceitam, não
podem ser
alimentados
espiritualmente,
não porque o
alimento lhes
seja negado, mas
porque não estão
interessados em
recebê-lo. Seus
focos de atenção
estão voltados
para as
satisfações de
ordem material.
As evasivas para
o não
atendimento ao
convite são tão
veementes e tão
convincentes,
que ouvintes
menos atentos
ficam
convencidos de
que estão diante
de pessoas
sofredoras, e
tão incapazes,
que acabam por
ajudá-las nessa
fuga. Todavia,
enganando a si
próprias,
terminam um dia
por acordar
envoltas em
comprometimentos
ruinosos,
consequência de
suas leviandades
e,
constrangidas,
rogam a
oportunidade de
novas
reencarnações.
O ser humano,
naturalmente,
volta-se para a
busca da
felicidade, da
realização
pessoal. É como
uma intuição que
tem do próprio
futuro, ainda
que de forma
nebulosa. Mesmo
sem ter essa
certeza, ele a
procura, como
algo pleno,
ignorando que,
na verdade, essa
é a nossa
destinação, como
Espíritos
imortais que
somos.
O fato é que não
temos, ainda, a
perfeita
compreensão da
nossa
identidade. Não
sabemos quem
somos, de onde
viemos, para
onde vamos.
Ignoramos a
nossa condição
de filhos de
Deus, de seres
espirituais,
portadores de
dons, de
faculdades, de
forças latentes
que, aos poucos,
vamos
desenvolvendo
através do
próprio esforço.
Seres portadores
da própria
essência divina
que,
transitoriamente,
sob vestes
carnais – apenas
de passagem pelo
mundo –, buscam
enriquecer-se
com novas
experiências,
que o campo
material
oferece,
favorecendo
nossa condição.
Morrer é viajar,
e o que levamos
é somente o que
somos
Entretanto,
nossa atenção,
sempre absorvida
pelos interesses
materiais,
ofusca a visão
da nossa vida
infinita, e
permanecemos
iludidos,
julgando que a
felicidade está
na satisfação
dos nossos
desejos
imediatos;
imaginando que
podemos ser
felizes, apenas
por possuirmos
isto ou aquilo;
por desfrutarmos
desta ou aquela
posição social;
por determos
algum tipo de
poder
transitório,
esquecidos da
nossa realidade
espiritual.
Se as
necessidades
materiais –
transitórias –
são importantes
por estarmos
revestidos de um
corpo material,
muito mais
importantes são
as espirituais,
tendo em vista
que são eternas,
pois
prosseguiremos
vivendo, ainda
mais
intensamente,
após a passagem
pelo túmulo.
Diz-nos um
Instrutor
Espiritual que
morrer é viajar
e o que levamos
é somente o que
somos. Assim,
todo
conhecimento
adquirido, todas
as virtudes e
dons
desenvolvidos,
em nossa vida
material, são
patrimônios
eternos do
Espírito. É o
tesouro que não
se perde, que
não se tem
roubado e que
não pode ser
devorado pelas
traças. Jesus
ensinou-nos a
buscar, antes, o
Reino de Deus e
Sua Justiça,
porque tudo o
mais nos seria
dado por
acréscimo de Sua
Misericórdia.
Por essa razão,
todo
conhecimento,
todas as
virtudes e todas
as qualidades
morais
representam
poder
espiritual, que
se reflete,
imediatamente,
na vida
material,
transformando a
nossa realidade
por completo, em
uma vida mais
bela, porque em
harmonia com as
Leis Divinas.
E o caminho para
transformarmos a
nossa realidade
é o caminho do
amor a Deus e ao
próximo como a
nós mesmos. Em
síntese, é a
prática do Bem.
O sentimento
religioso que
possuímos,
embora não
tenhamos, muitas
vezes, uma
religião – como
a definimos –,
deixa-nos em uma
situação
privilegiada
para atendermos
ao chamamento
divino.
O berço é
somente o início
de uma viagem
laboriosa
Em se tratando
do espírita,
particularmente,
muito mais isso
é verdadeiro,
pois contamos
com o
conhecimento da
vida espiritual
e com a
consciência de
que não há
fatalidade
absoluta nos
acontecimentos
que nos cercam,
porque sabemos
que não somos
marionetes, uma
vez que somos
dotados de
livre-arbítrio,
razão e
inteligência.
Já
compreendemos,
perfeitamente, o
que significa o
ensinamento
evangélico de
que “a cada um
será dado
segundo suas
obras”,
endossado pelos
Espíritos
Superiores como
Lei de Causa e
Efeito e
confirmado pela
Ciência Humana
como Lei de Ação
e Reação, lei
universal a nos
chamar à
responsabilidade
dos nossos atos.
Não
desconhecemos a
afirmativa de
Jesus de que, se
semearmos o bem,
o bem será nossa
colheita. Temos,
portanto,
liberdade para
agir e
modificar, a
qualquer tempo,
o nosso
caminhar.
Diante dos
conhecimentos
com que a
Doutrina
Espírita nos
brinda – através
de estudos
nobremente
conduzidos – não
vemos mais a
ideia da
reencarnação
como dogma
religioso
ancestral, mas
como um fato
comprovado,
cientificamente,
pela Psicologia
Transpessoal;
temos o
conhecimento de
que somos
Espíritos
imortais; que o
berço é somente
o início de uma
viagem laboriosa
para a alma
necessitada de
experiência; que
continuaremos
vivos após o
cumprimento da
tarefa
planetária, que
nos compete
realizar por
Misericórdia
Divina; que é
permanente a
comunicação e a
solidariedade
entre os dois
planos da Vida;
que quando
oramos,
mentalizando os
entes queridos
que estão na
dimensão
espiritual, nós
os beneficiamos,
os fortalecemos
com nossa
mensagem de amor
e paz, na mesma
medida em que
somos amparados
por eles, muitas
vezes, sem
suspeitarmos
disso.
A luz que o
Espiritismo
coloca em nossas
mentes faz com
que não tenhamos
mais dúvidas
acerca da
existência de
muitas moradas
na casa do Pai –
sejam estados
físicos ou
conscienciais.
Que estamos
fazendo com o
conhecimento
adquirido?
Após conhecermos
as obras da
codificação da
Doutrina
Espírita,
através das
mensagens de
O Evangelho
segundo o
Espiritismo, O
Livro dos
Espíritos, O Céu
e O Inferno, O
Livro dos
Médiuns e A
Gênese, e de
outras obras
contemporâneas,
psicografadas
por médiuns
sérios e
abnegados, e de
estudiosos
honestos em suas
colocações,
dando-nos
informações
detalhadas dos
diversos mundos,
que se estendem
ao infinito, em
perfeito acordo
com as
descobertas
científicas de
físicos,
astrônomos, que
nos revelam um
Universo em
expansão, o
planeta Terra –
que é hoje o
nosso mundo –
descortina-se
como um
minúsculo ponto
no espaço,
situado na
periferia de uma
modestíssima
galáxia, a Via
Láctea, entre
bilhões de
outras galáxias.
Com todo esse
conhecimento,
por que
duvidarmos,
ainda, da nossa
imortalidade?
Por que
continuarmos,
excessivamente,
apegados aos
interesses
materiais que
terminam por nos
infelicitar,
quando não
usados com bom
senso e
caridade? Será
que, com todas
essas
informações, já
temos condição
de responder a
questões que nos
acompanham a
caminhada, como
por exemplo:
“Somos
plenamente
felizes?”,
“Somos criaturas
realizadas?”,
“Como estamos
vivendo?”, “O
que estamos
fazendo com o
conhecimento
adquirido, em
nosso benefício
e daqueles que
foram colocados
sob nossos
cuidados para
progredirem?”.
É importante
refletirmos
sobre a luta dos
homens para
solucionar os
problemas
sociais da
pobreza, do
vício, do crime,
das
enfermidades,
por ser uma luta
inglória, na
medida em que
vamos
colecionando
fracassos
incontáveis,
porque até então
tem sido
alicerçada sobre
conceitos
materialistas.
O homem,
ignorando sua
realidade
espiritual, não
se deu conta de
que todos esses
problemas têm
sua origem no
Espírito –
orgulho,
egoísmo,
vaidade,
ambição,
avareza,
possessivismo,
para citar
apenas alguns –
e, portanto,
somente pelo
Espírito esses
males poderão
ser vencidos.
Todos temos
condições de
assumir tarefas
no Bem
Emmanuel diz-nos
que hoje estamos
passando por
muitas
dificuldades,
mas se não mais
ignorarmos que a
nossa realidade,
hoje, é a
consequência dos
nossos atos de
ontem – por
força da Lei de
Causa e Efeito,
que atua
mecanicamente em
todo o Universo
–, não podemos
esquecer que
temos hoje
condições para
criar, pela
força da mesma
Lei Divina, um
novo destino
para nós.
É fundamental
termos a
consciência da
possibilidade de
recomeçar,
sempre, desde
que, realmente,
assim
desejarmos, pois
cada dia que
amanhece é uma
nova
oportunidade que
a vida nos
oferece. Mas é
importante
sermos firmes
nesse recomeço.
É imprescindível
não cultivarmos
lembranças
amargas,
desfazendo-nos
do pessimismo,
dos enganos
anteriores, das
aflições que nos
impedem de
progredir.
Todos temos
condições de
assumir tarefas
no Bem. As
quedas que
vivemos no
passado e que
muitas vezes nos
colocam na
posição de
criaturas menos
dignas – assim
pensamos –, na
qual os
remorsos,
sentimentos de
culpa e
complexos de
inferioridade
nos fazem
estagnar num
tempo ido,
engessam nossas
ações para o
avanço em
direção ao
futuro.
O alívio que
buscamos para a
nossa
libertação,
encontramo-lo em
Jesus, em Seu
chamado para que
fôssemos a Ele,
atribulados que
estamos, pois
Ele nos
aliviará.
Aceitando o
convite, é
inevitável o
nosso encontro
com o consolo, a
esperança, a
resignação e,
mais que tudo
isso, o
entendimento das
nossas
potencialidades
para
caminharmos, com
segurança, sobre
os próprios pés,
rumo a um porvir
muito mais
feliz.
Todos nós, sem
exceção, temos
ainda limitações
morais para
caminharmos
sozinhos.
Entretanto, ao
toque do
Evangelho em
nossos corações,
eis-nos
transformados
para o Bem, que
ainda hoje
podemos
realizar,
desfazendo o mal
do passado,
porque o amor
cobre a multidão
de pecados. E
com calma,
paciência e
orientação
segura, que os
ensinamentos de
Jesus nos
propiciam,
construiremos
uma vida
superior
compatível com a
nossa condição
de filhos de
Deus.
Bibliografia:
1 - EMMANUEL
(Espírito),
Fonte Viva –
[psicografo por]
Francisco
Cândido Xavier –
16. ed.;
Federação
Espírita
Brasileira, Rio
de Janeiro/RJ –
1988, lições 17,
55, 82 e 83.
2 -
Palavras de
Vida Eterna
– [psicografado
por] Francisco
Cândido Xavier;
20. ed.,
Comunhão
Espírita Cristã
– Uberaba/MG –
1995, lições 127
e 128.