Suely Aparecida
Pinheiro
Raimundo:
“Não vejo a TCI
distante dos
centros
espíritas”
A conhecida
pesquisadora da
área da
Transcomunicação
Instrumental (TCI)
fala sobre suas
pesquisas e a
relação
entre a TCI e as
casas espíritas
 |
Suely Aparecida
Pinheiro
Raimundo
(foto),
natural de
Tupã-SP, reside
atualmente em
Porto Alegre-RS.
Profissionalmente,
atua na área da
nutrição com
ênfase em
Gerenciamento
Ambiental, que
estuda produções
e tecnologias
mais limpas para
alimentos em
geral, e é, além
disso,
pesquisadora na
área da
Transcomunicação
Instrumental (TCI).
|
Simpatizante da
Doutrina
Espírita, não
atua no meio
espírita nem é
vinculada a
nenhuma
instituição.
Titular do Blog Transcomunicação
Instrumental -
http://transcomunicacaoinstrumental.blogspot.com.br/
-,
é autora de
vários artigos e
trabalhos. Nesta
entrevista, o
tema tratado
versou sobre TCI,
pesquisas e
avanços. |
A
Transcomunicação
Instrumental (TCI)
é hoje
amplamente
divulgada. Em
sua opinião
quais as
contribuições
que ela pode
oferecer às
pessoas?
Aos que procuram
a TCI em prol do
amor, ela, com
certeza, trará a
paz interior,
mérito dado
pelos nossos
amigos do lado
de lá.
Corre-se o risco
de a TCI ser uma
pesquisa que se
desvincule do
Espiritismo ou
ela está bem
consolidada com
o fundamento
doutrinário da
comunicação
entre encarnados
e desencarnados?
Desde que
iniciei minhas
pesquisas em TCI,
no ano de 2000,
observei as
comunicações e
as citações
espíritas, ou
seja, os
comunicantes
referiam-se com
características
da doutrina
espírita.
Acredito
seriamente
nestas pesquisas
e sei que elas
devem ser
adotadas por
almas do bem.
Não se corre o
risco dessa
desvinculação,
pois é uma
pesquisa que
pode transitar
em meios
acadêmicos
também, devido à
sua
particularidade,
que é a
utilização de
instrumentos
(rádios,
telefone,
gravadores,
televisão etc.)
para validar a
pesquisa,
podendo ser
aferida,
registrada,
medida.
Há segmentos
dentro do
movimento
espírita que
acham
desnecessário o
aspecto
religioso que a
Doutrina
Espírita
apresenta. Como
pesquisadora, a
senhora entende
que o
Espiritismo deve
ser apenas
ciência e
filosofia e que
a TCI se
enquadra neste
caso?
Acredito no
Espiritismo
praticado com o
“espírito
livre”, ou seja,
o que de graça
vem de graça é
doado e somos
livres
pensantes. Sendo
assim, não
necessitamos de
um altar, de uma
imagem e sim de
fé. Vejo o
Espiritismo
desta forma.
Kardec mesmo era
inovador e não
dogmático. A TCI
segue exatamente
o mesmo formato,
e pode ser
praticada,
pesquisada e
explorada desta
forma, ou seja,
livre.
Em geral, o que
os comunicantes
desencarnados
dizem ao
encarnado por
meio da
Transcomunicação
Instrumental?
Se for relatar
aqui todas as
palavras, frases
e ensinamentos,
teríamos que ter
um bom espaço,
mas posso
resumir a
resposta,
dizendo-a da
forma mais
humilde a que me
proponho: A TCI
me ensinou a
escutar, me
mostrou que
existe vida após
a morte, me
auxiliou em
momentos
conturbados de
minha vida e na
vida de pessoas
que me
procuraram para
serem ajudadas.
As palavras de
quem está do
lado de lá são
de amor e outras
são de desabafo.
Existem
mensagens
completas ou são
apenas frases
soltas?
Devido ao tempo
que tenho de
pesquisa, ouço
frases completas
e também
palavras,
dependendo da
sessão, do
momento e do
questionamento
de ocasião.
Geralmente o
iniciante
percebe
palavras, que
com o passar do
tempo crescem e
podemos perceber
frases
completas. Gosto
de deixar claro
que TCI é
assunto sério,
não é para
curiosos e sim
para Espíritos
encarnados que
queiram
interagir com os
Espíritos
desencarnados, e
geralmente são
nossos queridos
antepassados que
buscamos
inicialmente.
Há casos em que
parentes e
amigos
desencarnados
comunicaram-se
com os
encarnados de
forma a não
deixar dúvidas
quanto à
identidade
deles?
Sim. Eu mesma já
tive inúmeras
vivências com
amigos e
parentes
próximos e, para
mim, são
incontestáveis
devido às
particularidades
ditas.
Para aquele que
deseja
iniciar-se nessa
pesquisa, quais
os primeiros
passos?
O primeiro passo
é conhecer a TCI.
Existem inúmeras
bibliografias
disponíveis de
pesquisadores
sérios, tanto
nacionais quanto
internacionais.
Cito aqui duas
obras de minha
preferência: uma
é de Clóvis
Nunes -
Transcomunicação
Instrumental -
Comunicações
tecnológicas com
o mundo dos
“mortos”
e a outra é de
Hildegard
Schafer -
Ponte entre o
Aqui e o Além -
teoria e prática
da
Transcomunicação.
O importante é
estar ciente de
que, para
pesquisar a TCI,
temos que ter
seriedade,
dedicação e
persistência,
norteados sempre
por Espíritos do
bem e em
evolução, sejam
eles encarnados
ou
desencarnados.
Há um grupo
formado de
pesquisadores
que se dispõem a
dar palestras e
cursos? Como
encontrá-lo?
Existem muitos
grupos formados
no Brasil, mas
poucos são os
que divulgam
seus resultados,
o que acho um
erro.
Particularmente,
sempre me
disponho, caso
haja alguém
interessado em
iniciar esta
pesquisa, a
ajudar nesta
iniciação. Uma
de minhas
teorias práticas
seria o
aproveitamento
de um evento
para um
workshop ou
mesmo uma
oficina a fim de
iniciar os
interessados.
Quem sabe em
breve estaremos
neste patamar,
não é?
Qual é hoje a
amplitude da TCI
no âmbito
nacional e
internacional?
Tenho algum
conhecimento de
grupos formados
no Nordeste, no
Norte e no
Distrito
Federal.
Internacionalmente
existem muitos
outros, mas
pouco divulgados
no Brasil.
Dentro da
história da TCI,
o que a senhora
destacaria de
real
importância?
A divulgação
dessas
comunicações
feita por
Friedrich
Jurgenson, um
dos nomes mais
conhecidos da
TCI e que
divulgou esse
fenômeno ao
grande público,
mas o pioneiro
mesmo foi um
brasileiro
sediado no Rio
de Janeiro
chamado Oscar D’Argonnel.
Dentro desta
história, o que
mais me toca é
podermos ouvir a
voz, mesmo não
sendo de nossos
queridos
familiares que
já partiram, mas
de um Espírito
que se comunica
e com isso prova
que sobrevivemos
à morte do corpo
físico e que
somos muito mais
que um corpo. O
viés da
comunicação é
estreito e
podemos
alcançá-lo.
Imagine quantos
pais, filhos,
esposos e
esposas se
beneficiam da
TCI e quantos
corações podem
ser acalentados
com esta
comunicação de
voz e imagem que
a TCI pode nos
proporcionar!
Acredita que as
Casas Espíritas
deveriam abrir
espaços para as
pesquisas com a
Transcomunicação
Instrumental?
Sem sombra de
dúvidas!
Teríamos assim
um vasto campo a
explorar e a
complementar
dentro do
Espiritismo. A
TCI veio para
aprimorar, sem
ter que
substituir os
médiuns, muito
pelo contrário.
O que ouço
frequentemente é
que nós,
Espíritos
encarnados,
somos importante
ferramenta para
a obtenção deste
fenômeno, e quem
fala isso são
nossos amigos
desencarnados,
dos quais ouço
com frequência a
seguinte frase:
“Precisamos de
você”.
A senhora sente
dificuldades em
encontrar
pessoas
interessadas
neste assunto?
Interessadas e
curiosas são
muitas, mas
persistentes são
pouquíssimas e é
aí que mora a
diferença.
Como crê que a
espiritualidade
superior lida
com estas
pesquisas?
Acredito que
muitíssimo bem,
pois ela está
aí, disponível,
porque creio que
a TCI é mais um
canal de
comunicação, só
isso. Percebo
que está havendo
constante
aprimoramento do
lado de lá e que
do lado de cá
temos que nos
empenhar muito
mais, para que
possamos
facilitar essa
comunicação. Não
é uma tarefa
fácil, por isso,
a persistência é
imprescindível
na pesquisa.
Em todas as
comunicações
existem os
problemas
relacionados a
embustes ou
leviandades,
amplamente
estudados por
Kardec. Conhece
casos em que
Espíritos
brincalhões
estejam atuando
neste processo,
enganando
pesquisadores?
Sim, conheço e
são muitos.
Comigo mesmo já
aconteceu, porém
nós é que
facilitamos ou
dificultamos
esta
“oportunidade”.
Para se blindar
um canal de
comunicação
temos que estar
vigilantes,
bem-intencionados
e focados no
bem, no amor e
na paz.
A TCI, em sua
opinião, será
uma das
ferramentas
difundidas e
aplicadas no
futuro pelo
movimento
espírita?
Se bem divulgada
e pesquisada,
sim; senão,
poderá cair no
descrédito.
Quais os
principais
pesquisadores da
atualidade,
brasileiros ou
não?
Aos meus olhos e
entendimento
citarei:
professor Clóvis
Nunes, Bahia;
Anabela Cardoso,
Espanha; Marcelo
Bacci, Itália.
Além das
gravações de
vozes, o que
mais a TCI tem
pesquisado com
demonstrada
valia?
As imagens em
vídeos e as
fotos, que podem
ser vistas tanto
em sites
disponíveis e de
credibilidade
como em
literaturas
anteriormente
citadas.
O que a fez
interessar por
este assunto e
qual a sua
posição atual
como espírita e
pesquisadora?
Sempre tive
muito interesse
por tudo o que
se refere à
sobrevivência de
nossa
consciência,
desde fenômenos
psíquicos até
fenômenos
físicos.
Explorei muito a
Teosofia e, com
isso, o
Espiritismo,
entre outros.
Tenho uma
profunda
simpatia pelo
Espiritismo, sua
doutrina e
prática. A TCI
me veio em
momento de muita
dor, quando
perdi meu único
filho na época,
e foi ele que me
fez persistir
para buscar,
estudar,
praticar e
pesquisar a TCI.
Por hora, a
minha prática e
o meu foco são a
comunicação
através do rádio
e, em especial,
das vozes.
Suas palavras
finais.
Não vejo a
Transcomunicação
Instrumental (TCI)
distante dos
centros
espíritas, mas
vejo essa
pesquisa
ocupando os
núcleos
acadêmicos. O
Núcleo
Interdisciplinar
de Estudos
Transdisciplinares
sobre
Espiritualidade
(NIETE) da
Pró-Reitoria de
Extensão da
UFRGS
(Universidade
Federal do Rio
Grande do Sul),
criado no ano de
2000,
constitui-se em
um espaço onde a
reflexão é sobre
a
espiritualidade.
Acompanhei sua
fundação e neste
ano de 2012
estou tentando
retornar a ele,
na qualidade de
pesquisadora em
TCI, caso meus
projetos sejam
aceitos. A
persistência é o
meu conforto,
pois estarei
sempre buscando
o aprimoramento,
o melhoramento e
os bons
resultados para
beneficiar o
homem, nem que
seja um homem
apenas, porque,
se acalentarmos
um só coração
sofredor,
teremos nossos
esforços
multiplicados.