Frederico
Menezes de
Oliveira:
“O Espiritismo
dialoga com a
nossa vida”
O palestrante e
médium
pernambucano
fala sobre seu
trabalho no
campo da
assistência
social e da
divulgação da
doutrina
espírita
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Frederico
Menezes de
Oliveira
(foto)
nasceu em Cabo
de Santo
Agostinho
(1)
e reside
atualmente em
Recife-PE.
Formado em
Comunicação
Social pela
Universidade
Federal de
Pernambuco,
publicitário e
consultor na
área de
marketing e
recursos
humanos,
vincula-se à
Sociedade
Espírita Casa do
Caminho, em sua
cidade natal.
Publicou 14
livros, editou
28 DVDs de
palestras e 5
CDs, acumulando
uma experiência
que merece ser
conhecida. De |
oratória
vibrante, é
pessoa muito
querida no
Nordeste.
Como foi seu
contato inicial
com o
Espiritismo?
|
Venho de uma
família com
relacionamento
íntimo com a
doutrina
espírita. Meus
avós maternos
foram fundadores
da primeira casa
espírita da
cidade do Cabo,
na década de
trinta, no
século passado.
Sempre acreditei
em Deus, mas
tinha
dificuldade de
entender o
inferno, que eu
achava
incompatível com
um Deus de Amor
infinito. Com 12
anos de idade,
li meu primeiro
livro espírita -
Nosso Lar -,
oferecido pelo
meu irmão
Ronaldo que, ao
lado de meu pai
e amigos, fundou
o Núcleo
Espírita Ismael
Gomes Braga. Ao
ler Nosso Lar,
vibrei, pois ali
estava a
comprovação de
que não existia
o inferno. A
partir daí,
comecei a
estudar a
codificação.
Tinha, portanto,
doze anos de
idade.
Desde quando faz
palestras e como
iniciou a
tarefa? Qual foi
o motivador
inicial para
falar em
público?
Há 31 anos que
profiro
palestras em
quase todo o
Brasil, mas,
notadamente, na
região Nordeste.
No ano de 1980,
ao chegar à
instituição
Ismael Gomes
Braga, na cidade
do Cabo, meu
irmão Ronaldo
solicitou minha
colaboração para
fazer uma
pequena
preparação do
ambiente, algo
de quinze
minutos. Falei
trinta minutos
praticamente de
um só fôlego e
me senti
"estranho",
conquanto
mantivesse plena
consciência. A
partir daí, não
mais parei. O
meu desejo de
divulgar as
belezas da
doutrina foi o
grande
motivador.
Quais as reações
do público em
suas palestras?
Qual a maior
necessidade do
grande público
que acorre às
palestras?
O público tem-se
mostrado muito
receptivo.
Aliás, esta é
uma
característica
da mensagem
espírita – ela
desperta
profunda
receptividade. O
Espiritismo
dialoga com a
nossa vida, daí
percebemos muita
emoção por parte
do público.
Quanto à maior
necessidade que
este mesmo
público
apresenta, creio
que seja do
alimento que lhe
sacie uma imensa
sede de Deus, da
compreensão da
vida e do
entendimento a
respeito das
dores e
desafios.
Qual sua
preferência
temática para as
palestras?
Sinceramente,
não tenho
preferência por
temas. Desde
jovem que tive a
felicidade, na
casa a que
estava
vinculado, de
valorizar todos
os aspectos da
doutrina.
Procuro estudar
e oferecer o
melhor ao meu
alcance, a
despeito das
minhas grandes
dificuldades
pessoais.
Em outras
cidades e
Estados, quais
têm sido as
temáticas
predominantes,
as mais
solicitadas para
abordagem?
Tenho observado
que, além dos
temas relativos
aos princípios
espíritas, como
mediunidade e
reencarnação, os
temas
relacionados com
as chamadas
doenças da alma
(depressão,
angústia,
superação dos
medos etc.) têm
sido muito
solicitados.
Qual a
experiência mais
marcante
registrada
nesses anos como
palestrante?
Tive muitas
experiências
interessantes,
mas as mais
marcantes
estiveram
ligadas à
mediunidade.
Posso recordar,
certa feita, em
Natal, capital
do Rio Grande do
Norte, quando
fazia uma
abordagem sobre
as
características
do ambiente da
região onde
Jesus se
encontrara e um
fenômeno de
olorificação
ocorreu, ou
seja, um forte
perfume invadiu
o centro de
convenções,
causando forte
emoção no
público.
E no tocante à
mediunidade?
Ah! foram vários
momentos
marcantes, mas
os relacionados
às comunicações
de um ente
querido
desencarnado
para alguém na
plateia, sem que
eu os
conhecesse,
causaram-me
grande emoção.
Isto já ocorreu
no Rio Grande do
Norte, em
Pernambuco,
Sergipe e
Campina Grande;
é o que recordo
no momento.
Fale-nos sobre a
Casa do Caminho.
Fundamos esta
instituição
homenageando o
trabalho social
realizado pelos
primeiros
cristãos. Minha
querida mentora,
Marta, escreveu,
certa feita, que
os centros
espíritas
deveriam ter
sempre algo
daquela casa
erguida pelo
amor dos
apóstolos para
atender à dor de
tantos.
Simplicidade,
dedicação,
aconchego e
busca sincera
pela verdade,
além do desejo
ardente de fazer
o bem. Nossa
casa está
localizada no
bairro cidade
Garapu e atende,
hoje, centenas
de famílias em
três comunidades
extremamente
carentes.
Realiza as
atividades
características
de toda casa
espírita, como
evangelização
infanto-juvenil,
reuniões de
estudo,
tratamento
espiritual etc.
Temos, também,
uma casa de
socorro a
famílias
carentes no
município de
Goiana. Esta
casa chama-se
Núcleo de apoio
cristão Casa do
Caminho e fica
em uma área
rural com dois
hectares,
paisagem
bucólica e onde
podemos dialogar
com dezenas de
famílias
carentes daquela
região.
Como você vê o
MIEP?
O Movimento de
Integração
Espírita
Paraibano –
conhecido pela
sigla MIEP - já
se firmou como
dos mais
expressivos do
Nordeste. São
milhares de
pessoas que
interagem no
evento durante
seus três dias e
meio de
programação,
sempre com muita
emoção e grande
conteúdo
doutrinário. Um
marco na
divulgação do
Espiritismo que
conta com grande
participação de
jovens durante
os dias do
carnaval. No
próximo ano, o
MIEP completará
40 anos.
Algo mais que
gostaria de
acrescentar?
Agradeço a
oportunidade
deste espaço, a
generosidade dos
amigos que nos
honraram com a
entrevista, o
que muito nos
estimula para
prosseguir na
tarefa que o
Senhor nos
confiou. Muita
paz.
(1)
Cabo de Santo
Agostinho é um
município
situado no
Estado de
Pernambuco
pertencente à
Região
Metropolitana de
Recife, capital
do Estado.