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Ano 6 - N° 290 - 9 de Dezembro de 2012

 
 

 

Como devem agir os que
se dizem cristãos

 
Algo que surpreende a todos nós no Brasil é a falta de comprometimento com a causa do Evangelho por parte de um número expressivo de pessoas que em nosso país se dizem cristãs, um contingente que perfaz cerca de 90% da população brasileira. Os números do Censo que apontam esse percentual podem ser verificados em uma reportagem publicada na edição 246 desta revista. Eis o link: http://www.oconsolador.com.br/ano5/246/especial2.html

É seguramente essa falta de comprometimento que explica o nível de violência, corrupção e decadência moral, de que a imprensa brasileira nos dá conta diariamente.

Em um país com um percentual tão elevado de pessoas supostamente cristãs, o quadro social e econômico deveria ser, necessariamente, diferente. Mas não é o que se vê, porquanto os fatos demonstram que a sociedade brasileira se encontra, em seus mais variados setores, distanciada daquilo que se pode considerar uma vivência cristã legítima. “Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem”, eis uma frase de Jesus que ninguém ignora. Chegaremos um dia a vê-la plenamente realizada?

A vivência cristã legítima, como é fácil deduzir meditando nas lições do Evangelho, implica um clima de convivência social em que a fraternidade impera e na qual todos se ajudam e se socorrem, buscando dirimir, solidariamente, suas dificuldades e problemas.

Viver a mensagem do Evangelho é conviver com o próximo, aceitando-o tal qual é, com seus defeitos e imperfeições, sem a pretensão de corrigi-lo. O cristão de verdade inspira o semelhante com bondade, para que ele mesmo desperte e mude de conduta por decisão própria, jamais por imposição de terceiros.

Isolar-se do mundo, a pretexto de crescer espiritualmente, não passa de uma experiência já tentada no passado, em que o egoísmo predomina, porque afasta a pessoa da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade.

Conforme o que aprendemos na doutrina espírita, tal procedimento é um equívoco, porquanto não pode agradar a Deus uma vida em que o indivíduo, deliberadamente, decide não ser útil a ninguém. Evidentemente, não nos referimos aqui aos que se afastam do nosso meio para buscar no retiro a tranquilidade reclamada por certas ocupações, nem aos que se recolhem a determinadas instituições fechadas para se dedicarem, amorosamente, ao socorro dos desgraçados. Esses, apesar de afastados da convivência social, prestam, indiscutivelmente, excelentes serviços à sociedade e adquirem duplo mérito porque têm a seu favor, além da renúncia às satisfações mundanas, a prática das leis do trabalho e da caridade cristã.

Segundo Joanna de Ângelis, ao descer das Regiões Felizes ao vale das aflições para nos ajudar, Jesus mostrou-nos como devem agir os que se dizem cristãos. Ele não convocou a si os privilegiados, mas os infelizes, os rebeldes, os rejeitados, suportando suas mazelas e amando-os.

Recordando o exemplo do Mestre, a mentora espiritual de Divaldo P. Franco nos recomenda (Leis Morais da Vida, cap. 31):

“Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os irmãos mais inditosos que tu mesmo.

Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha.

Nada esperes dos outros.

Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende.

Se eles te enganam ou te traem, se te censuram ou te exigem o que te não dão, ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do que supões.

Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre refletido no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direção de Deus.”



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita