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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 6 - N° 290 - 9 de Dezembro de 2012
ANTONIO AUGUSTO NASCIMENTO
acnascimento@terra.com.br
Santo Ângelo, RS (Brasil)
 

 
Richard Ricardo Suarez Rodriguez: 

“Na tarefa evangelizadora, a música é um valioso recurso que agrega e alegra
nossos corações”

O confrade gaúcho fala sobre sua iniciação no Espiritismo, o trabalho desenvolvido pela União Municipal Espírita de Ijuí-RS
e a experiência adquirida na importante de evangelização

O jovem e dinâmico presidente da União Municipal Espírita de Ijuí-RS, Richard Ricardo Suarez Rodriguez (foto), é técnico em telecomunicações e está cursando Administração. Nascido na fronteira com o Uruguai, em Santana do Livramento, tem peregrinado pelo Rio Grande do Sul para estudar e trabalhar. Nesta entrevista, relata como se deu seu

ingresso no Espiritismo e no Movimento Espírita, expondo um pouco de suas ideias e iniciativas.  

Conte-nos como se tornou espírita.

Quando adolescente, tive contatos esporádicos com a Doutrina Espírita, por intermédio de familiares e amigos, através de livros espíritas e eventuais idas ao centro espírita na condição de frequentador em busca dos benefícios do passe, ainda sem dar a isso a atenção devida, mais a título de curiosidade. Foi muito significativa a experiência de quando, pela primeira vez longe da casa dos meus pais, tive em minhas mãos “O Livro dos Espíritos”, em sua versão em espanhol. Li algumas questões de meu interesse e interrompi a leitura (Montevidéu/Uruguai, 1998). Quando adulto, já no mercado de trabalho, também longe de minha cidade natal, ganhei de presente de minha namorada (que já era espírita), hoje minha esposa, “O Evangelho segundo o Espiritismo”, em que encontrei valiosas lições, mas ainda não estava desperto para as realidades da vida espiritual (Santa Maria-RS, 2000). Ao ser transferido para Porto Alegre-RS, resolvi buscar uma religião que respondesse minhas indagações perante a vida e foi na Doutrina dos Espíritos que encontrei guarida, mas somente quando já casado e transferido mais uma vez, agora para a cidade de Santo Ângelo-RS, onde fomos recebidos como filhos pródigos, que, em família, nos dedicamos ao estudo sério e continuado, como nos recomenda o Codificador, e ali começamos de fato nas lides espíritas (2002). Ocorreu então uma nova transferência, agora para a vizinha cidade de Ijuí, onde, graças a Deus, continuamos nesta seara bendita. 

Relate-nos a história do seu envolvimento no Movimento Espírita. 

O envolvimento com o Movimento Espírita deu-se de forma natural e gradual. Na medida em que fomos adentrando nas atividades iniciadas no grupo de estudos, logo sentimos a necessidade de compartilhar e praticar os ensinamentos adquiridos. Desta forma, solicitamos ao Departamento Doutrinário uma tarefa e fomos “presenteados” com o trabalho de auxiliar na Evangelização da Juventude. Ao findar o primeiro ano, ainda vacilante diante da responsabilidade percebida, pedimos para sair, ao que ouvimos da Coordenadora do DIJ uma solicitação para permanecermos mais um ano junto aos Jovens, e de pronto percebemos quão valioso é este legado de evangelizar e, desde então, tem sido este nosso ponto de contato com o Movimento, que se expande à medida que inseridos neste contexto. Assumimos a presidência da União Municipal Espírita de Ijuí, logo depois de termos colaborado como Diretor de DIJ da mesma, na gestão anterior, dando continuidade ao trabalho iniciado pelos valorosos companheiros que me antecederam.   

Quais as diretrizes básicas que tem procurado empreender na UME Ijuí? 

Unificação! É a palavra que nos acorre à mente ao respondermos esta indagação. Claro está que, para tal, são imprescindíveis o diálogo franco, o trabalho contínuo e a participação de todos.   

Como a UME se relaciona com as Casas Espíritas e qual o apoio que oferece a estas?  

O relacionamento da diretoria da UME tem sido pautado pela presença amiga nas Casas que a compõem, sempre disposta a dar o suporte necessário. Atendendo à demanda delas, sempre de forma colaborativa e fraterna, orientando e fomentando o intercâmbio entre estas e, assim, estreitando os laços que nos unem.  

Você tem divulgado o livro espírita pelo Clube do Livro. Qual o motivo desta opção?   

Sim. Esta tarefa tem-nos sido gratificante, pois temos no Clube do Livro uma ferramenta de múltiplas oportunidades, dentre elas, a divulgação segura da Doutrina dos Espíritos, em vista da qualidade das obras ali ofertadas, e também a possibilidade de adentrar os lares de irmãos que, mesmo não frequentando uma Casa Espírita, desfrutam de uma boa e edificante leitura. Salientamos o sorriso estampado em cada face ao receber a obra mensal e, muito especialmente, o sorriso das crianças, já que temos o Clube do Livro infantil e juvenil. Outra possibilidade também oferecida pelo clube é o subsídio econômico que nos auxilia na manutenção das atividades da Casa Espírita. Para terem uma ideia, no último mês de novembro, iniciamos a troca do telhado da Casa e boa parte dos recursos são oriundos dos livros distribuídos pelo Clube do Livro. 

Como avalia o nível de consciência espiritual dos brasileiros?   

Temos na consciência espiritual um patrimônio individual de grande valor a ser desenvolvido e, desta forma, tendemos a avaliar a partir do ponto em que nos encontramos. Sendo assim, acreditamos que, à medida que estas realidades tomam conta dos mais variados espaços da mídia, sejam elas através da rede de computadores, com sites, blogs, revistas eletrônicas e também o contributo da TV, cinema, teatro, música, livros de boa qualidade, sejam impressos ou em e-books, as possibilidades do despertar das consciências é inevitável e uma questão de tempo, algo que observamos nitidamente ao convivermos e dialogarmos com nossos jovens. Ainda se veem muitos escolhos, porém, isso se deve à luz que nos permite vê-los. 

Você incentiva a música espírita entre os jovens. O porquê desta ação? 

São sinônimos Jovem e Música, como também o são a alegria e a música. A música é um canal direto ao coração, não só dos adolescentes, mas mais especialmente destes. A cada dia ampliamos os conceitos do que é a música espírita, que ultrapassa rótulos e evidencia a mensagem cristã em essência, sendo, em nossa tarefa evangelizadora, um valioso recurso que propicia a reflexão, agrega e alegra nossos corações. 

Qual o ensinamento que o Espiritismo tem lhe permitido aprender na vida? 

A imortalidade da alma tem sido objeto constante de nossas reflexões. Sabedores da existência de Deus, soberanamente justo e bom, a indagação perante a vida ganha, a cada experiência, um novo matiz, e as inquietações e as inconformidades passam a ter um novo sentido, reclamando nossa atenção. Dessa forma, o Espiritismo me ensina que sempre haverá possibilidade de fazer diferente, de recomeçar, como nos indica o saudoso Chico Xavier: a oportunidade de fazer um novo final. 

Suas palavras finais. 

Considerando o respeito e a admiração ao nosso interlocutor e aos irmãos que levam adiante a revista “O Consolador”, agradecemos a oportunidade de expressarmos nossas considerações a respeito das atividades desenvolvidas no Movimento Espírita e do carinho pela tarefa evangelizadora. Temos a certeza de um porvir venturoso, que passa pelas nossas mãos. Parafraseando um destes amigos de caminhada: prossigamos! 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita