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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 7 - N° 325 - 18 de Agosto de 2013

 
 



A espada de plástico

 

Lucas, de oito anos, gostava de brincadeiras de ação, de guerra, com atividades de ataque e defesa, onde vencia sempre o mais forte.
 

Seus brinquedos na maioria eram armas, revólveres, espadas e facas. E sempre que alguém perguntava o que queria de presente, ele respondia:

— Quero bonecos de ação, com armas que fazem barulho e atirem de verdade!

A mãe reagia, preocupada com esse interesse do filho

por brinquedos tão violentos:

— Meu filho, isso não é bom para você. Que tal um jogo da memória?

— Não. Não quero.

Os amigos tinham os mesmos interesses de Lucas, o que gerava uma ligação maior entre eles e maior preocupação da mãe.
 

Certo dia, um dos amigos de Lucas o atingiu com uma espada de plástico, que não poderia fazer-lhe mal. No entanto, a espada estava quebrada e, ao atingir Lucas na testa, fez um corte que começou a sangrar bastante.

Ao ver o sangue correr por seu rosto, o menino saiu correndo e gritando:

— Mamãe! Mamãe! Estou ferido! Socorro!...
 

Os amigos, preocupados e cheios de medo, desapareceram. 

Ao vê-lo sangrando, a mãe o abraçou, acalmando-o. Depois o levou para dentro de casa, pegou sua caixa de primeiros socorros e, colocando-o sentado em uma cadeira, disse-lhe:

— Lucas, calma. Não foi nada e a mamãe vai fazer um curativo na sua testa.

O garoto continuava gritando e chorando, apavorado:

— Mãe, está doendo muito! Ai... ai... ai... ai...

Após o curativo feito, a mãe deu-lhe um pouco de água com açúcar, que ele bebeu. E só aí ela perguntou:

— O que aconteceu, meu filho?

— Foi o Roberto que me atingiu com sua espada, mãe. Está doendo muito ainda.

— Logo passa, filho.

A mãe levou-o para o quarto e ele se deitou. Como ele continuasse a reclamar, ela considerou:

— Lucas, você deve ficar contente de ter sido atingido por uma arma de brinquedo. Mas armas não fazem bem para ninguém, meu filho. Ao contrário, só causam destruição e morte. Na escola você vai aprender que as guerras têm sido para a humanidade terrena fonte de destruição das cidades e de morte de uma infinidade de pessoas. Tudo o que durante séculos os homens construíram com muito esforço, as guerras destroem em poucos dias.

— É mesmo, mamãe?

— Sim, meu filho! E o que é pior: Essa violência toda não está só fora de nós, mas também dentro de nosso coração. Quando estamos com raiva do nosso irmão, nossos sentimentos estão contaminados por essa mesma violência destruidora, e tudo o que conseguimos em muito tempo de esforço é destruído rapidamente.

— Tem razão, mamãe. Quando estou lutando com meus amigos, mesmo de brincadeira, sinto raiva deles, como se eles fossem realmente meus inimigos — murmurou o menino, preocupado.

— É verdade, filho. Por isso Jesus, quando os soldados vieram prendê-lo e Pedro puxou sua espada para defendê-Lo, disse a Pedro: “Mete a tua espada na bainha...”

— E por quê, mãe?

— Porque nunca vamos conseguir nos melhorar atacando os outros. Com uma espada na mão, jamais conseguiremos o bem que desejamos, termos amigos verdadeiros e sermos felizes. Jesus sabia que teria que cumprir sua missão até o fim, para nos deixar a lição do AMOR e da PAZ.

— Entendi, mamãe. Podemos brincar de outras coisas, não é?

— Certamente, Lucas. E você verá que vai ser bem mais agradável para você e seus amigos.

O garoto concordou e decidiu, animado:

— Então, amanhã nada de violências!  


MEIMEI 


(Recebida por Célia X. de Camargo, em 15/7/2013.)
 

                                                    

 


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