Em 30 de dezembro de
2005 foi agraciado (tal
como Divaldo Franco) com
o título de Embaixador
da Paz no Mundo,
concedido pela
“Ambassade Universelle
pour la Paix”, em Genève
(Suíça), capital da
Organização Mundial da
Paz, ligada à ONU.
Tornou-se, assim, o 206º
Embaixador da Paz no
Mundo.
Quem era Nilson, que
tipo de pessoa era?
Nilson foi, na Terra, um
homem jovial e
encantador, dedicado ao
trabalho do bem desde
que travou contato com o
Espiritismo no ano de
1945. Na ocasião era
marinheiro,
posteriormente
telegrafista dos
Correios e, por fim,
bancário, em cujo labor
aposentou-se.
Portador de uma
dedicação incomum, era
considerado o “homem dos
sete instrumentos”, pela
sua capacidade de
exercer as mais variadas
funções em nossa
Instituição, consertando
tudo quanto lhe chegava
às mãos. Responsável
pela edificação de todo
o conjunto de casas,
departamentos e
residências da
comunidade Mansão do
Caminho, instalações
elétricas, água e
serviços gerais. Antes
de tornar-se espírita
aos 23 anos de idade
teve namoradas e quase
ficou noivo.
Posteriormente
entregou-se totalmente à
obra de amor e quase não
dispôs de tempo para
materializar outras
aspirações. Era alegre e
jovial, mas sério e
responsável, sendo muito
respeitado e amado.
Como nasceu a vossa
amizade, como se
conheceram, como nasceu
o projeto de, em
conjunto, construírem a
Mansão do Caminho? E que
tipo de cidadão era?
Em 1945 eu ensinava
português em uma Escola
de datilografia,
auxiliando os alunos que
tinham dificuldade com o
idioma. Eu estava com 18
anos. Nilson e amigos
matricularam-se na
Escola no mês de
fevereiro e passei a
ministrar-lhe e aos
companheiros noções do
idioma pátrio. Nesse
ínterim seu genitor
enfermou gravemente e
sabendo-o
prontifiquei-me a
visitá-lo, constatando
que se tratava de um
transtorno obsessivo de
consequências orgânicas.
Apliquei-lhe a terapia
dos passes, da água
fluidificada, os
Benfeitores
orientaram-no no
tratamento homeopático
e, ao recuperar-se, toda
a família tornou-se
espírita.
O projeto da Mansão do
Caminho é resultado de
uma visão psíquica de
que fui objeto, quando
ambos retornávamos de
uma visita a uma jovem
obsidiada e nos
encontrávamos num
comboio ferroviário. Ao
descrever-lhe o que vi,
ele desenhou e guardou
os detalhes
apresentados, vindo a
materializar-se, por
volta de 1955... Ao
adquirirmos uma área de
86 mil metros quadrados,
ele começou a construir
a comunidade conforme o
desenho que fizera,
resultando no que hoje
existe. Antes as
crianças viviam em um
edifício de 3 andares,
então denominado
Orfanato, que recebeu o
nome de Mansão do
Caminho. Era um cidadão
eminentemente pacífico e
trabalhador.
É verdade que ele
mandava o Divaldo
deitar-se no banco de
trás do carro, para não
o incomodar, pois o
Divaldo confundia os
vivos com os mortos? (risos...)
Que outras histórias
pitorescas que ache
oportuno partilhar?
Realmente, no período de
educação da mediunidade,
o fenômeno era tão
pulsante que me levava à
dificuldade de
distinguir aquilo que
era objetivo do que se
passava no campo da
paranormalidade. Eu via
acidentes e
assustava-me, obrigando
Nilson a mandar-me para
a parte de trás do
carro, a fim de não o
atrapalhar. Dessa forma
não aprendi a conduzir
veículos até hoje.
Muitas vezes, eu era
apresentado a uma pessoa
e via-lhe o semblante.
Ao reencontrá-la,
apresentava outra face,
o que muito me
confundia, porque
dependia do
acompanhamento
espiritual daquele
momento.
Qual o papel dele na
Mansão do Caminho, que
tipo de trabalhos era da
sua responsabilidade?
O papel de Nilson na
Mansão do Caminho era de
fundamental importância.
Porque além de ser o
grande trabalhador,
também era o presidente
do Centro Espírita
Caminho da Redenção e de
todos os seus
departamentos, incluindo
a Mansão. Não se
detinha, porém, no que
lhe era dever realizar,
mas estava sempre
disposto aos labores que
se apresentavam, o que
não eram poucos.
Dormia pouco, a fim de
atender a todos os
compromissos, nunca
ultrapassando 4h30 em
média diariamente.
Nilson sempre viveu na
sua retaguarda, apesar
de caminharem lado a
lado. Deu-lhe muito
apoio nas suas viagens
de divulgação espírita
pelo mundo afora. Que
tipo de espírita era,
que tarefas espíritas
tinha, como o
classificaria como
espírita?
Em razão do seu caráter
de homem de bem, jamais
se apresentava,
mantendo-se sempre
discreto em todas as
situações, em Salvador
ou viajando pelo mundo.
Era-me, no entanto, o
grande apoio, a
solidariedade, o
concurso amigo para
quaisquer situações.
Embora de formação
cultural primária,
escrevia muito bem e
falava com correção de
linguagem. Era um
verdadeiro espírita,
conforme o conceito
apresentado por Allan
Kardec.
Ele recebeu um alto
galardão como cidadão
mundial defensor da paz.
Como foi isso, quer
explicar-nos?
Para nossa surpresa, no
mês de dezembro de 2005,
nós dois fomos indicados
como Embaixadores da Paz
no mundo, sem jamais
sabermos como isso
aconteceu em Genève,
através do Instituto
para a Paz no Mundo.
De acordo com um livro
publicado, Nilson teria
sido seu irmão, ambos
filhos de Joana de Cusa,
e Nilson foi
sacrificado, juntamente
com sua mãe Joana de
Cusa, atualmente sua
guia espiritual, Joanna
de Ângelis. Que outras
ligações teve com Nilson
que se recorde?
Em realidade, conforme
as informações
espirituais, ele teria
sido queimado vivo com
sua mãe, Joana de Cusa,
que mais tarde se
identificaria como
Joanna de Ângelis.
Ainda, segundo as mesmas
fontes, teríamos ambos
retornado ao
conhecimento e
convivência da doutrina
cristã ao tempo de
Francisco de Assis, na
Úmbria e,
posteriormente, na
Escócia...
Nilson teve vários
problemas de saúde
graves e desencarnou de
cancro. Todas essas
dores foram expiação ou
contingências de um ser
terreno, em provas
escolhidas?
As problemáticas na área
da saúde foram
decorrência de
comportamentos infelizes
em existências passadas,
que ele soube
administrar muito bem,
sem jamais haver-se
queixado ou reclamado.
Sempre paciente, foi um
exemplo de resignação.
40 dias depois da sua
desencarnação ele
comunicou-se por
intermédio de sua fala
(psicofonia). Como foi
esse momento? Divaldo
assistiu ou participou
na desencarnação do
Nilson?
Havíamos combinado que
ao ocorrer qualquer
problema com um de nós,
o outro continuaria no
trabalho. Desse modo,
durante toda a sua
enfermidade final, eu
mantive a programação de
viagens e os
compromissos firmados,
indo ao Hospital para o
acompanhar nas demais
horas. Quando ele
desencarnou eu me
encontrava em viagem e
prossegui, não havendo
participado do seu
sepultamento. Ao
concluir o labor e
retornar, fui
diretamente ao cemitério
orar junto à sua tumba,
sem extravasar a imensa
dor que me dominava e
ainda permanece mais
suavizada. Nesse
ínterim, após a
desencarnação, tive uma
visão dele, quando do
nosso Movimento Você e a
Paz: ele apareceu-me
amparado pela Benfeitora
Joanna de Ângelis e
acenou-me sorrindo.
Posteriormente, num
momento de profunda
reflexão e dor, ouvi-lhe
a voz, que me disse:
“Di, não quero você
triste nem deprimido. A
sua alegria é importante
para auxiliar outras
pessoas...”
No dia da mensagem
psicofônica, vivenciei
sentimentos de
interiorização até o
momento, na reunião,
quando ele ofereceu-nos
a página consoladora,
durante um transe
inconsciente de minha
parte, que muito me
refrigerou o coração e a
mente.(1)
Palavras finais sobre
Nilson Pereira e outras
aos leitores do Jornal
de Espiritismo.
Espero que o exemplo
desse homem nobre e
simples sirva de
demonstração atual de
que é possível viver
Jesus nos dias modernos.(2)
(1)
A
mensagem transmitida por
Nilson foi publicada na
edição 345 desta
revista. Eis o link:
http://www.oconsolador.com.br/ano7/345/correiomediunico.html
(2)
Sobre a
Mansão do Caminho leia a
reportagem publicada
nesta revista em 1º de
setembro de 2013. Eis o
link:
http://www.oconsolador.com.br/ano7/327/especial2.html
Nota do Autor:
A
entrevista acima foi
concedida por Divaldo
Pereira Franco em 2 de
dezembro de 2013 ao
Jornal de Espiritismo,
de Portugal, e publicada
na edição nº 63 de
Março-Abril de 2014.
Para saber mais, acesse
http://artigosespiritaslucas.blogspot.pt/2014/03/nilson-pereira-um-homem-bom.html
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