A seguir, a
entrevista que o
confrade
gentilmente nos
concedeu:
Como foi sua
iniciação no
Movimento
Espírita?
Nascido em
família
espírita,
acompanhava a
minha mãe em
reuniões no
próprio Grupo
Espírita Paz
quando tinha 10
anos. Já adulto,
passei a
integrar o Grupo
Espírita Manoel
Maria de Jesus
(Cantinho de
Jesus), em Belo
Horizonte, onde
fui Diretor
Financeiro.
Estando hoje
como presidente
do Grupo
Espírita Paz, o
que sente que
muda em sua
rotina?
Nosso trabalho,
que está no
segundo mandato,
é realizado em
conjunto com os
irmãos da
Diretoria, onde
procuramos tomar
as principais
decisões da Casa
por consenso.
Buscamos ouvir
todos os
trabalhadores e
dividir as
tarefas,
principalmente
com os
coordenadores
dos
Departamentos.
Assim, o que
muda na rotina é
que estamos o
tempo todo
pensando na
Casa, como uma
família, e
procurando
participar do
maior número de
atividades da
Casa.
Poderia
falar-nos um
pouco sobre a
história do
Grupo Espírita
Paz?
O aniversário de
108 anos de
fundação do
nosso Grupo nos
remete a 1906,
quando nossa
cidade ainda era
denominada
Queluz. De
acordo com
estudos de
Rogério Brandão,
que presidiu a
casa de 2000 a
2002, a revista
Reformador,
da FEB, publicou
a seguinte nota
alusiva à
fundação do GEP:
“Minas Gerais:
sob o amparo e
direção
espiritual do
bom Antonio de
Pádua, patrono
espiritual da
casa, fundou-se
em Queluz o
Grupo Espírita
Paz. Cinco
apenas, são os
marinheiros a
conduzir o
modesto lenho
através dos
iluminados
mares...”.
Em sua opinião
como o movimento
espírita está
hoje em terras
mineiras?
Pelo que temos
acompanhado,
verificamos um
movimento de
organização e
aproximação das
casas espíritas,
ainda que cada
uma se destaque
por atividades
distintas. Além
disso,
observamos que a
aproximação dos
trabalhadores
das Casas vem
ocorrendo pelos
encontros
regionais de
jovens, a
exemplo da
COJEALTO
(Confraternização
dos Jovens
Espíritas do
Alto Paraopeba),
que está em sua
9ª edição, e
pelos Conselhos
Regionais
Espíritas. Ainda
que timidamente,
o movimento está
crescendo. Cito
como exemplo a
recente criação
de uma casa
espírita aqui em
Lafaiete, o
Centro Espírita
Nazarius.
Dentro das
atividades do
Grupo Espírita
Paz, qual é a
que mais o
emociona?
A evangelização
infantil nos
toca fundo o
coração. Ver
aquelas
criancinhas, com
os olhinhos
brilhando,
ouvindo as
palavras de
Jesus com as
bases da
doutrina,
rodeadas pelo
amor das
evangelizadoras,
nos traz
contentamento e
esperança.
O que deve ser
feito para que o
Espiritismo
alcance mais
pessoas,
tornando-as
adeptas da nossa
doutrina?
A nossa casa
possui uma
característica
de divulgação da
doutrina, que
procuramos fazer
principalmente
pela realização
de palestras
públicas e
seminários com
oradores
espíritas de
Conselheiro
Lafaiete e
também de outras
cidades. Além
dessa forma de
divulgação e de
outras, como
livros,
revistas,
jornais, blogs,
sites e filmes,
entendemos que a
doutrina atrairá
mais adeptos na
medida em que
nós espíritas,
por nossas
ações, dermos
exemplos da
conduta de
relação com o
próximo ensinada
pelo Cristo.
Dentro do tripé
ciência,
filosofia e
religião, qual
delas deveria
ter maior ênfase
dentro dos
estudos
implementados
nas Casas
Espíritas?
Como nos ensina
Emmanuel,
precisamos de
duas asas para
alçarmos voos às
esferas
superiores: a
asa do amor e a
asa da
sabedoria. Sendo
a doutrina
espírita a fé
raciocinada,
precisamos
entender o que
nos acontece à
luz da razão
científica e das
respostas
filosóficas,
juntamente com o
amor que a
religação com
Deus nos
proporciona.
Neste momento de
transição, temos
que trabalhar
todos os
aspectos do
Espiritismo,
chamando à
frente sua face
de religião para
sensibilizar os
corações
endurecidos, e
fundamentando em
seus demais
aspectos de
natureza
irrefutáveis.
Como nos ensina
Fénelon no cap.
I, item 10, d´O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
o coração e o
amor têm de
caminhar unidos
à Ciência.
Fale-nos sobre
as atividades do
Grupo Espírita
Paz.
As nossas
atividades se
dão,
basicamente, em
duas frentes: a
doutrinária e a
promoção humana.
Na área
doutrinária,
entendemos que,
além das
reuniões de
estudo da
doutrina,
inclusive
evangelização
infantil,
adolescente e
mocidade,
higiene mental,
atendimento
fraterno,
irradiação e
reuniões de
prática
mediúnica,
priorizamos a
divulgação do
Espiritismo, com
a realização de
reuniões
públicas,
seminários e o
nosso programa
radiofônico
Portal de Luz.
No que tange às
atividades de
assistência
social e
promoção humana,
que também
possuem um cunho
doutrinário,
promovemos a
campanha do
quilo duas vezes
por mês, almoço
fraterno todos
os domingos,
entrega de
cestas básicas,
acompanhamento
de gestantes e
enxovalzinho,
bem como do
bazar.
Nestes 108 anos
de existência do
Grupo Espírita
Paz, quais os
pontos marcantes
que poderia nos
dizer?
Além da criação
dos já extintos
Institutos de
Educação e
Albergue
Noturno, do
abrigo de
menores Lar de
Maria, que não
possui mais
vínculo com o
Grupo Espírita,
a criação do
Jornal o
Consolador,
merece destaque
também a
implantação,
pelos Srs.
Wagman, Pedrinho
e Geraldo
Brandão, em
19/2/1943, da
“Sopa dos
Necessitados”,
assim chamada à
época, atendendo
a uma média de
227 pessoas,
duas vezes por
semana,
atividade que
ficou paralisada
por alguns anos
e retornou
recentemente
como Almoço
Fraterno.
Entendemos
também que as
comemorações do
cinquentenário
(que contou com
a participação
de Martins
Peralva, Bady
Elias e Oscar
Coelho dos
Santos) e do
centenário, que
contou, entre
outros nomes
ilustres, com a
palestra do
irmão Raul
Teixeira, foram
marcos para a
Casa, da mesma
forma que a
visita de
Francisco
Cândido Xavier
em 1951, quando
ele psicografou
a Mensagem
Fraternal, que
consta do livro
Através do
Tempo.
Em sua opinião,
a palestra
pública, o passe
e a água
fluidificada
devem se
constituir como
base dentro das
atividades de
uma casa
espírita ou
outros trabalhos
devem ser
implementados e
elevados à
categoria de
extremamente
necessários?
Certa feita,
ouvi de um
orador que,
dadas as nossas
prováveis
últimas
reencarnações, e
até mesmo esta
existência
professando a fé
católica, temos
que ter cuidado
para não
substituirmos a
palestra pública
pela missa, o
passe pela
comunhão, o
atendimento
fraterno pela
confissão e,
acrescento, a
água
fluidificada
pela água benta.
Entendemos que
as palestras
públicas e as
tarefas de
evangelização da
criança, do
adolescente e do
jovem são
primordiais,
pois representam
a continuidade
da doutrina, e o
preparo para a
transição
planetária.
Também não
podemos olvidar
as atividades de
promoção humana
com os
assistidos, que
também nos
ajudam no nosso
crescimento,
afinal ainda
fazemos caridade
para nós.
O que dizer para
outros diretores
de Casas
Espíritas?
O mesmo que digo
para mim e para
os demais
membros da
diretoria do GEP,
de que temos que
nos preocupar
mais com as
relações
interpessoais
nas nossas casas
espíritas,
valorizar mais a
afetividade e
nos unir como
uma família
mesmo.
Em sua opinião,
a arte deve
fazer parte das
atividades dos
Centros
Espíritas? Em
caso afirmativo,
como conduzi-la?
Certamente a
arte deve estar
presente nas
nossas
atividades.
Incentivamos
muito a música e
o teatro, que
devem ser
conduzidos
dentro dos
preceitos da
doutrina.
Ser espírita é
bom mesmo?
A
responsabilidade
sobre os nossos
atos e
pensamentos que
os ensinamentos
espíritas nos
trazem pode
parecer, em um
primeiro
momento, algo
difícil de
assumir. Mas,
como vemos,
temos que nos
deparar conosco
quanto antes,
enfrentar nossas
sombras, nossos
inimigos
interiores e
conhecer a
verdade que,
conforme Jesus
ensinou, é a
nossa
libertadora.
Quando temos
nossas dúvidas
esclarecidas,
quando nos
sentimos
consolados e
esclarecidos
pela fé
raciocinada,
falta-nos
colocar em
prática as boas
virtudes e nos
integrar com o
Criador pelo
sentimento puro
do amor. Ser
espírita é ser
privilegiado,
como diz a
oradora e médium
espírita Helaine
Sabbadini.
Agradecemos e
pedimos suas
palavras finais.
Nós é que
agradecemos a
oportunidade de
falar desta Casa
Espírita que nos
acolheu e que
tanto amamos, e,
ao mesmo tempo,
valorizar a
história e
prestar nossas
singelas
homenagens
àqueles
pioneiros do
movimento
espírita na
região. A
celebração é da
doutrina
espírita.
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