Situe para nós a
cidade de sua
residência e sua
situação
geográfica,
demográfica e
social.
O município de
Albertina
situa-se no Sul
do Estado de
Minas Gerais, na
divisa entre os
Estados de MG e
São Paulo. Faz
parte da
microrregião de
Poços de Caldas
e está
localizada a 220
km da cidade de
São Paulo. Lugar
de serras e boas
nascentes,
possui uma
população de
aproximadamente
3.000
habitantes. Sua
área é de 57,7
Km² e densidade
demográfica de
52,39 hab/Km². A
economia,
basicamente, é
agrícola, com
predomínio da
agricultura
cafeeira. A
emancipação
política do
município se deu
em 1º de março
de 1963.
Como é residir
numa cidade
pequena e atuar
com um centro
espírita? Os
espíritas da
cidade enfrentam
preconceitos?
É um desafio,
pois realmente
existe muito
preconceito com
relação ao
Espiritismo,
devido ao fato
de predominar na
cidade a
religião
católica. Em
pleno século
XXI, é quase
inacreditável,
mas ainda
existem pessoas
que têm medo de
passar na rua em
frente à Casa
Espírita.
Constituindo-se
num grupo
pequeno, como é
a experiência de
atuar em um
grupo reduzido?
Embora atuemos
em um grupo
reduzido, com
cinco a sete
pessoas
frequentes
regularmente,
podemos afirmar
que o trabalho
de assistência
da
espiritualidade
é imenso. Nas
reuniões
mediúnicas,
muitos são os
desencarnados da
cidade que são
trazidos à
reunião,
principalmente
padres e
políticos que,
quando
encarnados, não
aceitavam e não
acreditavam no
Espiritismo.
Quais as
atividades que a
instituição
executa para o
público não
espírita da
cidade?
Oferecemos a
reunião pública
com o estudo do
Evangelho,
passes,
vibrações e
fluidificação da
água. Também
promovemos
palestras
mensais aos
domingos à
tarde. Algumas
vezes,
procuramos
realizar
palestras em
locais públicos
a fim de que as
pessoas não
sintam tanto
receio e possam
participar.
Algo marcante
que gostaria de
relatar na
história do
movimento
espírita da
cidade?
Em meados do ano
de 2012, em uma
das reuniões
mediúnicas,
recebemos uma
mensagem
psicofônica
através do
médium Oscar
Dionísio Compri
(meu pai). O
Espírito
comunicante se
apresentou muito
emocionado e nos
disse que, há
muito tempo,
aguardava o
momento de falar
conosco.
Disse-nos que
queria nos
informar como
aquela casa
espírita havia
sido construída.
Contou-nos que
era casado e
formavam um
casal muito
unido e amoroso.
Com os filhos
ainda pequenos,
sua estimada
esposa
apresentou uma
grave doença e
veio a falecer.
Logo após a sua
desencarnação,
ele a via
constantemente
em seu lar.
Todas as orações
proferidas não
amenizavam a sua
presença. Um
certo dia, já um
tanto desolado,
recebeu a
intuição de
rogar a Deus
que, se a sua
esposa
encontrasse o
caminho da paz e
compreendesse
que já havia
desencarnado,
ele construiria
em suas terras
um centro
espírita. E
assim ocorreu. O
tempo passou,
tudo se
harmonizou e a
promessa se
cumpriu no final
da década de
1930. Com muito
esforço e
dedicação,
tijolo por
tijolo, a
humilde casa
espírita começou
a ser
construída.
Narrou-nos,
ainda, muito
comovido que,
naquela época,
não tinham
sequer acesso a
livros e foi
muito difícil
adquirir O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
Sobre os
pioneiros do
movimento
espírita na
cidade, o que
gostaria de
relatar?
Pesquisando os
documentos
antigos do
centro, pudemos
constatar que o
referido
Espírito
comunicante
chamara-se José
da Silveira
Campos, cujo
nome se encontra
registrado como
doador na
escritura
pública de
promessa de
doação do
terreno, com
data de
16/10/1943, na
qual consta que
já estava
construído o
prédio. Nessa
ocasião, o
centro recebeu a
denominação de
“Centro da
Caridade Pátria
do Evangelho” e
foi representado
por seu
presidente, o
comerciante, Sr.
Francisco Rinco.
Convém ressaltar
que o centro
ficou fechado
por períodos
longos ou, se
funcionava, não
encontramos
registros.
Somente em 9 de
agosto de 1964
foi realizada a
ata de sua
fundação e
constituído o
Estatuto, pelo
qual a casa
recebeu
oficialmente a
denominação de
“Centro Espírita
Pátria do
Evangelho”.
Alguns membros
que participaram
dessa reunião
eram
descendentes do
Sr. José da
Silveira Campos:
seu filho
Aurindo Silveira
Campos, sua
filha Zoraide
Silveira
Ramalho, seu
genro Durvalino
Elias Ramalho e
seu neto Paulo
Elias Ramalho.
Outros eram de
Espírito Santo
do Pinhal,
inclusive o Sr.
Acácio Carcioffi,
que hoje reside
em Campinas
(SP), o qual foi
o principal
responsável pelo
registro de
todos os
documentos.
Os eventos de
divulgação
espírita, além
das paredes do
centro espírita,
como são
recebidos pelo
público leigo?
Quando acontecem
as palestras,
divulgamos o
fato por meio de
cartazes, em
todas as
repartições
públicas da
cidade, e também
convidamos
verbalmente as
pessoas. Posso
dizer que
recebem o
convite com
respeito, dizem
que gostariam de
participar, que
têm interesse,
porém são raros
os que
comparecem.
A literatura
espírita é bem
conhecida na
cidade?
Muito pouco. As
pessoas que
visitam a Casa
Espírita pela
primeira vez
sempre recebem
um exemplar d´O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
e d´O Livro
dos Espíritos.
O nosso pequeno
acervo é sempre
colocado à
disposição de
todos, porém
somente as
pessoas que
frequentam as
reuniões
regularmente
fazem uso dele.
Suas palavras
finais.
Reconheço que
nosso trabalho é
muito singelo e
que há muito por
fazer. Penso que
as portas do
centro deveriam
ficar abertas
por mais tempo,
inclusive
durante o dia, e
realizar as
atividades de
atendimento
fraterno e
visitas a
enfermos. E
deveríamos
também ser mais
ousados,
colocando uma
banca de livros
espíritas na
praça da cidade.
No momento, isso
é ainda um mero
sonho, pois nos
faltam recursos
humanos, todavia
acredito que
tudo acontecerá
no seu devido
tempo.
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