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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 9 - N° 423 - 19 de Julho de 2015

ANDRÉ RIBEIRO FERREIRA
andure@uol.com.br
Brasília, DF (Brasil)

 

 
João Mendonça:

“A mensagem consoladora deve chegar pelas várias expressões artísticas aonde haja corações necessitados de consolo e esperança”

O diretor de Arte e Cultura Espírita da Federação Espírita do Distrito Federal conta como iniciou sua vivência na arte espírita e diz o que é preciso melhorar no incentivo e na formação de novos artistas

João Batista de Mendonça (foto), nascido em Sabará(MG), reside em Brasília (DF), onde é atualmente diretor de Arte e Cultura da Federação Espírita do Distrito Federal e Conselheiro Doutrinário da ABRARTE (Associação Brasileira de Artistas Espíritas).
 

Coautor do livro "Arte no Centro Espírita - planejamento e prática", publicado em 2014, em que fala sobre a música e sua aplicação na Casa Espírita, colabora nas atividades do Grupo Espírita Fraternidade, localizado na Asa Sul, em Brasília.


O que o motivou a trabalhar com a arte espírita?

Minha família sempre lidou com música. Meu pai e meus irmãos tocavam violão em estilos dos mais variados, do erudito ao popular. Na juventude fiz um curso de baixo elétrico e experimentei acompanhar alguns amigos em bares de Brasília. Na década de 1990, morando em Curitiba, toquei em bailes dançantes. Já em 1997 me arrisquei no violão de forma autodidata na cantata de Natal do Centro Espírita Missionários da Luz. Chegando a Brasília, logo me integrei ao trabalho de evangelização com o amigo Armando Reis, que me passou muitas músicas cifradas do movimento espírita. Depois disso sempre procuro colaborar com a Alegria Cristã para crianças e jovens no Grupo Espírita Fraternidade. Participei das COJEDF desde 2000, quando conheci os amigos Alexandre Lacerda, Maycom Leal e outros tantos que labutam com a música no movimento espírita. Em 2009 conheci a ABRARTE em seu fórum nacional realizado em Aracaju (SE), me tornei associado e passei a fazer parte da família artística do movimento espírita, gente de quase todo Brasil, com quem nos mantemos em contato permanente buscando a dinamização desse movimento recente e muito enriquecedor.

Que método utiliza e quanto tempo leva na elaboração artística?

Investi minhas energias, principalmente, com a Alegria Cristã para crianças. Depois de conhecer o repertório busquei fazer desse trabalho um processo pedagógico e magnético, olho no olho com os pequeninos, passando mensagens cristãs por meio da música. O processo continua na sala de aula dentro do conteúdo da evangelização como ferramenta didática em auxílio aos evangelizadores. Cresci bastante espiritualmente, pois as mensagens tocaram-me profundamente. Espero que tenha ficado na memória dos pequeninos também. Outro trabalho muito importante é o GEMIX - Grupo Espírita de Música Irmão X – em que busco encaminhar jovens na arte com teor espírita principalmente por meio da música, porém sempre observando os talentos de cada um. O GEMIX visa a uma espécie de formação do jovem artista em sua expressão natural e com o fito de aprofundar o conteúdo doutrinário por meio da arte.

Não tenho formação acadêmica na área artística, mas busco ler bastante e pesquisar artigos artísticos e pedagógicos. Atuei no teatro como ator em algumas peças como "A Caverna" (inspirada no mito da caverna) e mais recentemente em "O Tecelão", baseada em parte do livro Paulo e Estêvão, no Grupo de Teatro Espírita Luz Acima (TELA), fazendo o papel de um fariseu. Atualmente colaboro com o grupo de dança “Semear Estrelas”, também do Fraternidade, como diretor.

Foi influenciado pela prática de alguma instituição ou sua iniciativa é particular?

Posso afirmar que o Grupo Espírita Fraternidade foi e é minha escola de arte espírita, pois temos a oportunidade de realizar o labor artístico com todo o apoio necessário, não só de infraestrutura como de estudos doutrinários. A Casa Espírita é muito importante na construção do artista em seu teor doutrinário principalmente. Artista que só quer palco não pode se dizer artista espírita.

Como você vê a qualidade da produção artística espírita, no momento atual?

Depois de conhecer os irmãos da ABRARTE, posso afirmar que o berço da arte no movimento espírita está na área da Infância e Juventude, em que nasce a maioria dos trabalhos artísticos. Nos últimos tempos temos visto grupos crescerem bastante no "Fazer Artístico" dando qualidade às produções, mas ainda há muito que caminhar. Para chegar ao público em geral, a produção deve zelar pela qualidade e pelo conteúdo, sempre observando a adequação à plateia a que se destina.

Quais as principais dificuldades a superar?

Creio que uma das maiores dificuldades a superar é o desconhecimento da importância da arte na vida do Espírito como fator de educação e amadurecimento. As obras espíritas quando estudadas com o foco na arte trazem diversas oportunidades de reflexão e aprendizado. A Revista Espírita traz em seus números colunas sobre arte. Emmanuel diz em “O Consolador”, questão 161, que o artista deve ser o "médium das belezas eternas" e André Luiz demonstra em suas obras, como "Nosso Lar", a atividade artística em vários níveis e estilos. O próprio culto no lar de dona Laura nos mostra Lísias e suas irmãs tocando cítara, harpa e piano antes de se comunicarem com o pai que se encontrava reencarnado. A literatura espírita nos incentiva, pois, à construção da arte espírita. Resta-nos estudar, pois fora disso só teremos pré-conceitos ou preconceitos.

Qual o papel dos escritores, dirigentes e líderes espíritas na melhoria e preservação da qualidade das produções artísticas e dos conteúdos espíritas?

Primeiramente é necessário estudar o assunto; sem conhecimento de causa não vamos caminhar de forma segura. A linguagem artística precisa de maior atenção por parte das lideranças, principalmente no que tange à questão da dinamização da educação do espírito proporcionada pelo fazer artístico. O trabalho, pouco conhecido, do professor Eurípedes Barsanulfo no Colégio Allan Kardec em Sacramento (MG) é um exemplo da utilização da arte como instrumento de amadurecimento espiritual. A participação em eventos como os promovidos pela ABRARTE, como o Fórum Nacional de Arte Espírita, é de suma importância, dada a reflexão junto às lideranças de grupos de todo o Brasil em torno de fazer a arte com responsabilidade e coerência. Os líderes espíritas, mesmo não atuando com arte, deveriam conhecer o que está ocorrendo nessa área, para saberem lidar com os prós e contras e liderar com segurança a fim de orientar, acolher e apoiar dentro do possível.

O que, na sua percepção, precisa e pode melhorar no incentivo e na formação de novos artistas espíritas?

O movimento espírita ainda está iniciando a construção de uma cultura de empreender os meios de construção da arte com conteúdo espírita. A utilização da arte pode se estender por todos os setores de trabalho, desde que haja critério e preparo. O orador, o médium ou o evangelizador precisam se preparar para o trabalho por meio de cursos e verificar se têm para isso a necessária vocação. O mesmo deve-se verificar com os candidatos ao trabalho com a arte. Mas como saber se não se tentar? A Diretoria de Arte e Cultura da FEDF proporciona anualmente um evento de reflexão e treinamento em várias áreas de expressão artística. A parceria com a área de infância e juventude é primordial na captação de novos talentos.

Quais os seus planos em relação ao futuro, em relação à arte espírita?

Meu sonho é ver produções bem elaboradas se integrando em apresentações variadas, não só no palco das casas espíritas como nos palcos dos teatros leigos, escolas, asilos, creches, para que a mensagem consoladora possa chegar pelas várias expressões artísticas aonde haja corações necessitados de consolo e esperança.

Sua mensagem final aos nossos leitores.

Dado que somos Espíritos imortais, um dia haveremos todos de praticar a arte como fator de construção da vida em plenitude. O maior artista que conhecemos é o Mestre Jesus, que participou da obra de elaboração da Terra com todos os seus encantos de poesia pura. Veja, ouça e sinta quem tem senso artístico na sua essência. E isso todos temos, pois o Criador nos provê sempre!


 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita