O que o
motivou a
trabalhar com a
arte espírita?
Minha família
sempre lidou com
música. Meu pai
e meus irmãos
tocavam violão
em estilos dos
mais variados,
do erudito ao
popular. Na
juventude fiz um
curso de baixo
elétrico e
experimentei
acompanhar
alguns amigos em
bares de
Brasília. Na
década de 1990,
morando em
Curitiba, toquei
em bailes
dançantes. Já em
1997 me
arrisquei no
violão de forma
autodidata na
cantata de Natal
do Centro
Espírita
Missionários da
Luz. Chegando a
Brasília, logo
me integrei ao
trabalho de
evangelização
com o amigo
Armando Reis,
que me passou
muitas músicas
cifradas do
movimento
espírita. Depois
disso sempre
procuro
colaborar com a
Alegria Cristã
para crianças e
jovens no Grupo
Espírita
Fraternidade.
Participei das
COJEDF desde
2000, quando
conheci os
amigos Alexandre
Lacerda, Maycom
Leal e outros
tantos que
labutam com a
música no
movimento
espírita. Em
2009 conheci a
ABRARTE em seu
fórum nacional
realizado em
Aracaju (SE), me
tornei associado
e passei a fazer
parte da família
artística do
movimento
espírita, gente
de quase todo
Brasil, com quem
nos mantemos em
contato
permanente
buscando a
dinamização
desse movimento
recente e muito
enriquecedor.
Que método
utiliza e quanto
tempo leva na
elaboração
artística?
Investi minhas
energias,
principalmente,
com a Alegria
Cristã para
crianças. Depois
de conhecer o
repertório
busquei fazer
desse trabalho
um processo
pedagógico e
magnético, olho
no olho com os
pequeninos,
passando
mensagens
cristãs por meio
da música. O
processo
continua na sala
de aula dentro
do conteúdo da
evangelização
como ferramenta
didática em
auxílio aos
evangelizadores.
Cresci bastante
espiritualmente,
pois as
mensagens
tocaram-me
profundamente.
Espero que tenha
ficado na
memória dos
pequeninos
também. Outro
trabalho muito
importante é o
GEMIX - Grupo
Espírita de
Música Irmão X –
em que busco
encaminhar
jovens na arte
com teor
espírita
principalmente
por meio da
música, porém
sempre
observando os
talentos de cada
um. O GEMIX visa
a uma espécie de
formação do
jovem artista em
sua expressão
natural e com o
fito de
aprofundar o
conteúdo
doutrinário por
meio da arte.
Não tenho
formação
acadêmica na
área artística,
mas busco ler
bastante e
pesquisar
artigos
artísticos e
pedagógicos.
Atuei no teatro
como ator em
algumas peças
como "A Caverna"
(inspirada no
mito da caverna)
e mais
recentemente em
"O Tecelão",
baseada em parte
do livro Paulo e
Estêvão, no
Grupo de Teatro
Espírita Luz
Acima (TELA),
fazendo o papel
de um fariseu.
Atualmente
colaboro com o
grupo de dança
“Semear
Estrelas”,
também do
Fraternidade,
como diretor.
Foi
influenciado
pela prática de
alguma
instituição ou
sua iniciativa é
particular?
Posso afirmar
que o Grupo
Espírita
Fraternidade foi
e é minha escola
de arte
espírita, pois
temos a
oportunidade de
realizar o labor
artístico com
todo o apoio
necessário, não
só de
infraestrutura
como de estudos
doutrinários. A
Casa Espírita é
muito importante
na construção do
artista em seu
teor doutrinário
principalmente.
Artista que só
quer palco não
pode se dizer
artista
espírita.
Como você vê
a qualidade da
produção
artística
espírita, no
momento atual?
Depois de
conhecer os
irmãos da
ABRARTE, posso
afirmar que o
berço da arte no
movimento
espírita está na
área da Infância
e Juventude, em
que nasce a
maioria dos
trabalhos
artísticos. Nos
últimos tempos
temos visto
grupos crescerem
bastante no
"Fazer
Artístico" dando
qualidade às
produções, mas
ainda há muito
que caminhar.
Para chegar ao
público em
geral, a
produção deve
zelar pela
qualidade e pelo
conteúdo, sempre
observando a
adequação à
plateia a que se
destina.
Quais as
principais
dificuldades a
superar?
Creio que uma
das maiores
dificuldades a
superar é o
desconhecimento
da importância
da arte na vida
do Espírito como
fator de
educação e
amadurecimento.
As obras
espíritas quando
estudadas com o
foco na arte
trazem diversas
oportunidades de
reflexão e
aprendizado. A
Revista Espírita
traz em seus
números colunas
sobre arte.
Emmanuel diz em
“O Consolador”,
questão 161, que
o artista deve
ser o "médium
das belezas
eternas" e André
Luiz demonstra
em suas obras,
como "Nosso
Lar", a
atividade
artística em
vários níveis e
estilos. O
próprio culto no
lar de dona
Laura nos mostra
Lísias e suas
irmãs tocando
cítara, harpa e
piano antes de
se comunicarem
com o pai que se
encontrava
reencarnado. A
literatura
espírita nos
incentiva, pois,
à construção da
arte espírita.
Resta-nos
estudar, pois
fora disso só
teremos
pré-conceitos ou
preconceitos.
Qual o papel
dos escritores,
dirigentes e
líderes
espíritas na
melhoria e
preservação da
qualidade das
produções
artísticas e dos
conteúdos
espíritas?
Primeiramente é
necessário
estudar o
assunto; sem
conhecimento de
causa não vamos
caminhar de
forma segura. A
linguagem
artística
precisa de maior
atenção por
parte das
lideranças,
principalmente
no que tange à
questão da
dinamização da
educação do
espírito
proporcionada
pelo fazer
artístico. O
trabalho, pouco
conhecido, do
professor
Eurípedes
Barsanulfo no
Colégio Allan
Kardec em
Sacramento (MG)
é um exemplo da
utilização da
arte como
instrumento de
amadurecimento
espiritual. A
participação em
eventos como os
promovidos pela
ABRARTE, como o
Fórum Nacional
de Arte
Espírita, é de
suma
importância,
dada a reflexão
junto às
lideranças de
grupos de todo o
Brasil em torno
de fazer a arte
com
responsabilidade
e coerência. Os
líderes
espíritas, mesmo
não atuando com
arte, deveriam
conhecer o que
está ocorrendo
nessa área, para
saberem lidar
com os prós e
contras e
liderar com
segurança a fim
de orientar,
acolher e apoiar
dentro do
possível.
O que, na sua
percepção,
precisa e pode
melhorar no
incentivo e na
formação de
novos artistas
espíritas?
O movimento
espírita ainda
está iniciando a
construção de
uma cultura de
empreender os
meios de
construção da
arte com
conteúdo
espírita. A
utilização da
arte pode se
estender por
todos os setores
de trabalho,
desde que haja
critério e
preparo. O
orador, o médium
ou o
evangelizador
precisam se
preparar para o
trabalho por
meio de cursos e
verificar se têm
para isso a
necessária
vocação. O mesmo
deve-se
verificar com os
candidatos ao
trabalho com a
arte. Mas como
saber se não se
tentar? A
Diretoria de
Arte e Cultura
da FEDF
proporciona
anualmente um
evento de
reflexão e
treinamento em
várias áreas de
expressão
artística. A
parceria com a
área de infância
e juventude é
primordial na
captação de
novos talentos.
Quais os seus
planos em
relação ao
futuro, em
relação à arte
espírita?
Meu sonho é ver
produções bem
elaboradas se
integrando em
apresentações
variadas, não só
no palco das
casas espíritas
como nos palcos
dos teatros
leigos, escolas,
asilos, creches,
para que a
mensagem
consoladora
possa chegar
pelas várias
expressões
artísticas aonde
haja corações
necessitados de
consolo e
esperança.
Sua mensagem
final aos nossos
leitores.
Dado que somos
Espíritos
imortais, um dia
haveremos todos
de praticar a
arte como fator
de construção da
vida em
plenitude. O
maior artista
que conhecemos é
o Mestre Jesus,
que participou
da obra de
elaboração da
Terra com todos
os seus encantos
de poesia pura.
Veja, ouça e
sinta quem tem
senso artístico
na sua essência.
E isso todos
temos, pois o
Criador nos
provê sempre!
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