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Estudo das Obras de Allan Kardec  Inglês  Espanhol

Ano 9 - N° 425 - 2 de Agosto de 2015

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

 

O que é o Espiritismo

Allan Kardec

 (Parte 3)
 

Damos continuidade ao estudo do livro O que é o Espiritismo, obra que surgiu em Paris em julho de 1859. O estudo será aqui apresentado em 19 partes. As páginas citadas no texto sugerido para leitura referem-se à 20ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira. As respostas às questões propostas encontram-se após o texto mencionado. 

Questões para debate

A. O Espiritismo procura arregimentar adeptos, como certas denominações religiosas o fazem?

B. As mesas girantes foram importantes e o ponto de partida da codificação do Espiritismo. Por que, então, hoje não mais se realizam tais fenômenos nem se fala delas?

C. Como o aprendiz em matéria de Espiritismo, que nada sabe e nada viu, mas deseja esclarecer-se, deve proceder para conhecer a Doutrina Espírita?

Texto para leitura

23. O Espiritismo se dirige aos que não creem ou que duvidam, e não aos que têm fé e a quem essa fé é suficiente. E não diz a ninguém que renuncie às suas crenças para adotar as nossas. Após ter dito essas palavras, Kardec recomendou-nos acolher com solicitude os homens de boa vontade, oferecendo a luz aos que a procuram, porque com os que creem não seremos bem-sucedidos. Não devemos fazer violência à fé de ninguém, mas colocar a luz em evidência, para que a vejam os que quiserem ver. (Biografia, pág. 36.)

24. Perguntam como uma doutrina, que torna feliz e melhor o homem, pode ter inimigos. É natural, explica Kardec. O estabelecimento das melhores coisas choca sempre interesses, ao começar. Como querer que uma doutrina que conduz ao reino da caridade efetiva não fosse combatida por todos os que vivem no egoísmo? (Biografia, págs. 38 e 39.)

25. Toda pessoa que procure um meio, qualquer que seja, para quebrar a boa harmonia, não pode ter boa intenção. É por isso que Kardec recomenda usemos da maior circunspeção na formação dos nossos grupos, não somente para nossa tranquilidade, como no próprio interesse dos nossos labores. (Biografia, pág. 39.)

26. Segundo Kardec, vale mais haver em uma cidade cem grupos de 10 a 20 adeptos, em que nenhum se arrogue a supremacia sobre os outros, do que uma única sociedade que a todos reunisse. As sociedades numerosas têm sua razão de ser sob o ponto de vista da propaganda, mas, quanto aos estudos sérios e continuados, é preferível constituírem-se grupos íntimos. (Biografia, pág. 42.)

27. O livro "O que é o Espiritismo" está dividido em três capítulos: o primeiro traz as respostas às observações mais comumente feitas por aqueles que desconhecem os princípios fundamentais da Doutrina e a refutação dos principais argumentos de seus contraditores. O segundo capítulo trata do aspecto científico do Espiritismo; é quase um resumo d' O Livro dos Médiuns. O terceiro capítulo é um resumo d' O Livro dos Espíritos. (N.R.: A primeira edição desta obra ocorreu em julho de 1859.) (Preâmbulo, págs. 49 e 50.)

28. Uma ou duas sessões não bastam para adquirir convicção. Isso, segundo Kardec, seria um verdadeiro prodígio, porque ele próprio precisou de mais de um ano de trabalho para ficar convencido, o que prova que não chegou a esse estado inconsideradamente. (Capítulo I, Primeiro Diálogo, pág. 52.)

29. Kardec não considerava a crítica feita ao Espiritismo como expressão da opinião pública, mas como juízo individual, que bem pode enganar-se. A história registra que trabalhos importantes foram, ao aparecer, criticados, sem que isso os excluísse das grandes obras; quando, porém, uma coisa é má, não há elogio que a torne boa. (Capítulo I, Primeiro Diálogo, págs. 54 e 55.)

30. Se o Espiritismo é uma falsidade, ele cairá por si mesmo. Se, porém, é uma verdade, não há diatribe que possa fazer dele uma mentira. (Capítulo I, Primeiro Diálogo, pág. 55.)

31. É de lógica elementar que o crítico conheça, não superficialmente, mas a fundo, aquilo de que fala, sem o que a sua opinião não tem valor. O crítico não se deve limitar a dizer que tal coisa é boa ou má; é preciso que justifique sua opinião por uma demonstração clara e categórica, baseada sobre os princípios da arte ou ciência a que pertence o objeto da crítica. (Capítulo I, Primeiro Diálogo, pág. 55.)

32. O Espiritismo não é mais responsável pelos atos daqueles que abusam desse nome e o exploram, do que o é a ciência médica pelos atos dos charlatães que impingem suas drogas, ou a religião pelos atos dos sacerdotes que iludem seu ministério. (Capítulo I, Primeiro Diálogo, pág. 58.) (Continua no próximo número.)

Respostas às questões propostas

A. O Espiritismo procura arregimentar adeptos, como certas denominações religiosas o fazem?

Não. O Espiritismo não procura forçar convicção alguma e é, por isso, contrário a toda atitude proselitista. (O que é o Espiritismo, capítulo I, Primeiro Diálogo, pág. 52.)

B. As mesas girantes foram importantes e o ponto de partida da codificação do Espiritismo. Por que, então, hoje não mais se realizam tais fenômenos nem se fala delas?

O motivo é fácil de entender. Das mesas girantes saiu uma coisa ainda mais séria: uma ciência completa, uma doutrina filosófica, mostrando que o período da curiosidade teve seu tempo, mas passou. Sucedeu-lhe o período da observação. O Espiritismo entrou, então, no domínio de pessoas mais sérias que não veem nos fatos um objeto de divertimento, mas, sim, um meio de instruir-se. (Obra citada, capítulo I, Primeiro Diálogo, pág. 62.)

C. Como o aprendiz em matéria de Espiritismo, que nada sabe e nada viu, mas deseja esclarecer-se, deve proceder para conhecer a Doutrina Espírita?

Em primeiro lugar é preciso instruir-se pela teoria, lendo e meditando as obras que tratam do assunto. Nelas ele aprenderá os princípios e encontrará a descrição de todos os fenômenos. Depois, quando se apresentar a oportunidade de observar ou operar pessoalmente, nada de estranho verá nos fatos que ocorrerem. (Obra citada, capítulo I, Primeiro Diálogo, pág. 64.)

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita