Ricardo Orestes
Forni:
“Os assuntos
sempre
me
procuram”
Autor de várias
obras de grande
sucesso, o
conhecido
escritor, que é
também
colaborador de
nossa revista,
fala sobre suas
experiências e
revela como
surgem seus
livros
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Ricardo Orestes
Forni (foto),
natural de São
José do Rio
Preto e
residente em
Tupã, ambos
municípios
paulistas, nosso
entrevistado é
médico e
vincula-se à
União Espírita
Allan Kardec,
sendo também um
dos
colaboradores
desta revista.
Seu primeiro
contato com o
Espiritismo foi
por meio do
livro Nosso
Lar.
Atualmente com
vários
publicados e
outros no prelo,
conta sua
experiência e
inspira- |
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ção para
escrever as
obras,
distribuídas
entre contos,
textos
doutrinários e
romances de
grande sucesso
editorial e
muita clareza
doutrinária. |
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De onde vem o
gosto e a
experiência em
escrever?
Sempre gostei
muito de ler
desde a minha
adolescência, o
que deve ter
facilitado para
que eu viesse um
dia a escrever.
Sobre aquilo que
escrevo se passa
sempre o
seguinte: o
assunto a ser
desenvolvido vem
ao meu encontro.
Raríssimas vezes
eu fui ao
encontro deles.
Por isso não sei
explicar a
experiência em
escrever, já que
sou “procurado”
e não procuro.
Quantos livros
publicados?
Quantos romances
e quantos
doutrinários?
Publicados são
dezoito, além de
uma participação
em um livro de
Orson Peter
Carrara. Além
desses, outros
encontram-se em
processo de
análise e
elaboração em
diversas
editoras, tais
como Petit,
Mythos e Editora
EME. Do total
dos livros que
vieram a lume,
oito são
romances. Os
demais têm
conteúdo
diverso, mas
sempre pautado
nas diretrizes
espíritas.
Pode relacionar,
por favor?
Voltou pela Lei
do amor,
Semeadura e
Colheita, O Amor
e a Multidão dos
Pecados, É
Impossível
Morrer,
Reconcilia-te
primeiro,
Dolorosa
Colheita, Mãe
Estou Aqui! e A
Vida Sempre
Floresce
(romances),
Sempre Existirá
Esperança,
Admirável Mundo
Bom, Bom Dia
Mesmo, A Cura
Pela Fé, O Amor
Pelos Animais,
Razões para uma
vida melhor,
Faça sua Parte,
FILHOS - Da
sexualidade À
Adoção, Das
Drogas À
Deficiência
Física,
Descomplicando o
Espiritismo.
Participação no
livro Educação
Do Desejo, do
escritor Orson
Peter Carrara.
Como são
construídos os
romances?
Como disse, os
assuntos sempre
me procuram.
Muitas vezes
julgo que aquilo
a que dei início
não se
desenvolverá,
porque não
consigo enxergar
o meio e, muito
menos, o fim.
Contudo, as
coisas vão se
encaixando e
acabam por ser
concluídas. O
que posso dizer
é que uma ideia
inicial surge e
a partir dela as
coisas vão
acontecendo.
Desses livros
todos, qual
aquele que mais
o marcou?
Tenho imenso
amor pelos
animais. Não me
considero, como
está em O
Livro dos
Espíritos,
um deus para
eles. Sinto-os
como meus irmãos
mais jovens a
quem devo
respeito e
auxílio, da
mesma forma como
vivemos pedindo
ajuda aos
Espíritos
superiores. Por
isso, o livro O
Amor Pelos
Animais, em que
desenvolvo o
assunto da
progressão do
princípio
imortal pelo
reino animal em
direção ao reino
hominal, em
homenagem a uma
cachorrinha que
tivemos e a quem
amamos muito,
foi o que mais
me marcou os
sentimentos.
O Descomplicando
o Espiritismo,
da Petit, foi
vencedor do
Concurso
Literário PETIT
30 anos. Comente
sobre a obra.
O interessante
desse livro
editado pela
Petit é que
recebi o
comunicado do
Concurso “Saia
da Gaveta” e
achei a ideia
interessante.
Ocorre, porém,
que nada tinha
nem na gaveta
física e muito
menos na
“gaveta” mental.
Por isso mesmo,
esqueci o
assunto. Depois
de quase um mês,
com o prazo para
o envio do
material a se
esgotar, todo o
conteúdo do
livro surgiu-me
rapidamente pela
mente e o
transferimos
para o papel,
encaminhado-o
para o
julgamento.
Ficamos
imensamente
felizes com o
resultado e
gostaríamos que
os leitores
dessa obra
também se
sentissem da
mesma forma.
O livro FILHOS,
editado pela
Mythos, como
surgiu?
O livro
publicado pela
Mythos, que nos
honrou com o
prestígio dessa
Editora, também
não fugiu à
regra. Não sei
dizer como ele
surgiu ou como
percorremos o
assunto nele
contido.
Esperamos, da
mesma forma, que
ele agrade aos
leitores que nos
derem o carinho
da sua atenção e
que esse livro
possa ser útil
de alguma
maneira.
E sua
experiência com
o PONTO DE VISTA
da Revista
Internacional de
Espiritismo?
O jornal O
Imortal, de
Cambé-PR, na
figura da doce
pessoa do
inesquecível
“paizinho” Hugo
Gonçalves e O
Clarim,
através da
pessoa do senhor
Aparecido
Belvedere, foram
quem nos
proporcionaram
as primeiras
oportunidades da
publicação de
nossos artigos,
creio eu que
pela década de
noventa. A eles
a nossa gratidão
perene.
Participar da
RIE é uma honra
que não
merecemos e que
acontece mercê
da bondade
desses
confrades,
principalmente
se nos
lembrarmos que
dela participou
o cultíssimo
Wallace Leal
Rodrigues a quem
reverenciamos
física e
espiritualmente
após o seu
desencarne.
Sinto-me
atrevido em
colocar a pena
em órgão da
imprensa
espírita que
teve esse
baluarte entre
os seus
colaboradores.
Nessa facilidade
e empenho em
escrever, qual a
experiência mais
marcante de suas
lembranças?
Naquilo que o
autor escreve
está o seu
sangue, seus
ossos, sua alma,
está todo o seu
ser num
mecanismo
incondicional de
entrega total ao
leitor de boa
vontade. Quando
isso é
reconhecido
através de
alguma
comunicação
entre o leitor e
o autor, ocorre
a consumação
dessa entrega,
em que aquele
que oferece se
vê resguardado
no íntimo
daquele que o
recebe. Tive
oportunidade de
ter algumas
situações em que
isso ocorreu e
esse
reconhecimento
ressoa em mim
como um alento
para não parar.
Algo mais que
gostaria de
acrescentar?
Só tenho a
agradecer a
todas as
Editoras que nos
dão oportunidade
de sair de nós
mesmos e
realizarmos o
mecanismo de
entrega aos
leitores, mesmo
que nossa
parcela seja a
mais ínfima de
todas. É do
pequeno que um
dia surge o
grande. É do
pouco, muito
pouco, que um
dia surge algo
maior. Sem essas
oportunidades
viveríamos
egoisticamente
nossas
meditações por
mais simples que
elas sejam e
menor valor que
possam conter.
Suas palavras
finais.
Meu amigo, minha
amiga, abrace o
seu tesouro real
que é o tempo
presente. Do
passado só traga
as lições. Deixe
o fel da derrota
entregue ao
esquecimento do
tempo. Do
futuro,
contemple o
aceno da
esperança em
dias melhores.
Mas o nosso
tempo real é o
presente. O
passado já se
foi. O futuro
quem sabe se
existirá? Mas o
momento do agora
é concreto, é o
real. Agarre-se
a ele e faça de
cada dia um hino
de realizações
de um homem
melhor que quer
e realiza em si
mesmo a parcela
de um mundo novo
onde o Amor seja
um sol perene e
onde o ódio seja
apenas um sonho
mau que nunca
mais irá voltar.
Muita paz!