José Ricardo
Honório da Silva:
"É preciso que
voltemos nossas
buscas mais
íntimas para o
despertar da
consciência"
O fundador do
Grupo Espírita
Peixotinho explica
o que motivou
a
criação do
grupo, qual a
sua proposta e
importância como
grupo espírita
em local de
trabalho
profissional
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José Ricardo
Honório da Silva
(foto),
nascido na
cidade de
Mogeiro, no
estado da
Paraíba,
mudou-se para a
cidade de Recife
(PE) aos dezoito
anos de idade e
ali morou por 21
anos,
transferindo-se
depois para
Brasília (DF),
onde reside há
dez anos.
Conheceu o
Espiritismo em
1983, aos
dezenove anos de
idade, quando
soldado da
Aeronáutica, em
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Recife, por
intermédio de um
colega de
trabalho, o
Sargento João
Vieira, que lhe
ofereceu para
leitura o livro
“Memórias do
Padre Germano”. |
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Atualmente
desenvolve
várias
atividades na
Seara Espírita,
tais como:
Elaboração de
material
(apostila e
slides) para
curso de Passe;
Coordenação do
grupo de estudos
do Passe, com
edição anual, no
Grêmio Espírita
Atualpa Barbosa
Lima, em
Brasília;
Coordenação das
atividades do
Grupo Espírita
Peixotinho – GEP,
nas dependências
do Comando da
Aeronáutica, em
Brasília-DF;
Edição mensal do
Informativo
Espírita do GEP;
Publicação, pela
Editora
Otimismo, do
livro intitulado
“A vida sempre
ensina”.
Está também
vinculado ao
Grupo Espírita
Peixotinho (GEP)
e ao Centro
Espírita Casa de
Lázaro (CL).
Coordena as
atividades do
GEP e edita o
Informativo
Espírita, com a
inestimável
colaboração da
nossa irmã
Denise Escovino.
Na Casa de
Lázaro, é
dirigente do
Grupo de
Desenvolvimento
Mediúnico
Bezerra de
Menezes, bem
como do Grupo
Peixotinho de
Estudo da
Mediunidade.
Além disso,
profere
palestras e
ministra
seminários em
casas espíritas
de Brasília e do
entorno.
O que motivou a
criação de um
Grupo Espírita
nas dependências
da Aeronáutica,
em Brasília? Por
que o nome Grupo
Espírita
Peixotinho?
Ao iniciar os
trabalhos no
prédio do
Comando da
Aeronáutica, em
meados de 2004,
tomei
conhecimento de
que dispúnhamos
de espaço para
atividades
religiosas no
auditório, onde
já ocorriam a
Missa Católica e
o Culto
Evangélico, em
dias
específicos.
Assim,
solicitamos às
autoridades
permissão para
instituir um
grupo de estudos
espíritas, no
que fomos
prontamente
atendidos,
iniciando as
atividades do
grupo em 21 de
fevereiro de
2005. Quanto ao
nome Peixotinho,
foi uma sugestão
da
Espiritualidade,
por intermédio
da psicografia
de Suely
Calazans,
conforme
descrito no site
do Grupo (www.grupopeixotinho.com.br/psicografia_1.html).
Foi por ocasião
dessa
psicografia que
descobrimos que
o Grupo já
existia na
espiritualidade
e que estávamos
sendo assistidos
por Francisco
Peixoto Lins (Peixotinho).
Assim, não
deveria ser
outro o nome do
grupo.
Qual a proposta
do Grupo e o
perfil de seus
frequentadores?
Desde o início,
intuitivamente,
focamos o estudo
de O Livro dos
Espíritos. Pelo
ambiente, não
poderia ser um
empreendimento
que visasse a um
grande volume de
frequentadores.
Chegamos a ter
algumas
palestras com
convidados
externos, mas
algumas
características
do grupo, como o
horário (as
reuniões se dão
no intervalo
para o almoço),
inviabilizaram a
manutenção
delas. Quanto ao
perfil dos
frequentadores,
é bastante
eclético. Temos
alguns que nos
acompanham desde
o início, mas
tem também uma
população
flutuante,
decorrente das
transferências
anuais do
pessoal militar.
No que se refere
ao perfil de
conhecimento, é
bastante
variável. Há
vários com
conhecimentos
doutrinários
consideráveis,
inclusive
trabalhadores de
casas espíritas,
como a Comunhão Espirita de
Brasília, bem
como neófitos na
Doutrina.
A formação do
Grupo teve a
influência de
alguma
instituição ou
foi iniciativa
particular?
Poderíamos até
dizer que o
grupo nasceu por
iniciativa
particular. Mas,
iniciativa de
quem? Depois da
psicografia de
Suely Calazans,
supracitada,
temo dizer que a
iniciativa foi
nossa (risos).
Acredito que
nosso papel foi
de meros
executores de
ordens
superiores ou
cumpridores de
compromissos
assumidos. Mesmo
porque, se
considerarmos
que à época
éramos todos
sargentos e que
Peixotinho, ao
desencarnar, era
capitão do
Exército
Brasileiro, fica
clara a nossa
subordinação
hierárquica,
além da
incomensurável
distância
evolutiva que
nos separa
(risos). Ou
seja, éramos
duplamente
subordinados ao
Peixotinho: pela
hierarquia
militar e pela
evolução
espiritual
(risos). O fato
é que o Grupo se
materializou
pela iniciativa
de Adilson
Mariz, Newton
Daltro, Raul
Paulino e
Roberto Melo,
além de mim. A
Denise Escovino
veio depois,
para a
diagramação do
Informativo.
Essa equipe
ainda se mantém?
Não. A vida
militar é muito
dinâmica. O
Mariz foi
transferido para
a reserva e
assumiu a
presidência da
Comunhão
Espírita de
Brasília; o Raul
foi transferido
de volta para
Recife; o Daltro
foi designado
para cumprir
missão no
exterior. Ou
seja, da equipe
inicial, ficamos
eu e o Roberto.
A Denise me
ajuda muito na
edição do
Informativo e o
Pedro Abreu
coordena o
trabalho de
Passes.
Como você vê a
qualidade das
palestras e
estudos
espíritas, em
geral, no
momento atual?
Esta é uma
questão crucial.
Na questão 76 da
obra “Qualidade
na Prática
Mediúnica”,
consta que a
Joanna de
Ângelis
apresentou uma
proposta de
responsabilidade
para as casas
espíritas,
baseada na
trilogia
Espiritizar,
Qualificar e
Humanizar. Para
os autores,
“espiritizar tem
o sentido de
viver o
Espiritismo como
ele é, na sua
essência, sem
adulterações,
modismos,
sincretismos,
sem adaptações
ou concessões a
outras correntes
de ideias, por
mais
respeitáveis
sejam ou
pareçam”. Dessa
forma, entendo
que temos ilhas
“espiritizadas”,
mas, no geral,
há pontos que
inspiram
cuidados. Mas,
não nos
assustemos com
isso; somos
todos aprendizes
do Evangelho e
Jesus está no
comando. Porém,
é
responsabilidade
dos dirigentes,
principalmente,
não permitir que
o joio se
misture às boas
sementes,
ensejando
espiritização,
qualificação e
humanização.
No bojo das
considerações da
questão
anterior, quais
as principais
dificuldades a
superar?
Salvo melhor
juízo, percebo
alguns óbices
diante das boas
práticas
espíritas, cuja
gênese se
alberga na
vaidade e no
orgulho
milenares.
Dentre esses
óbices, podemos
citar dois que
são extremamente
contraproducentes
e detêm grande
poder de
desagregação: o personalismo,
que incute no
indivíduo uma
falsa ideia de
valor próprio,
fazendo-o
perceber-se
suprassumo da
verdade e
panaceia de toda
problemática; e
o estrelismo,
quando o
trabalhador
incauto vive a
ilusão de brilho
próprio. Esta
falha de
comportamento é
comumente
acompanhada da
presunção, da
arrogância, da
soberba, do
egocentrismo,
dentre outros.
Ou seja, parece
que as
principais
dificuldades a
superar são, de
acordo com a
Joanna de
Ângelis, os
“espíritas” não
espiritizados,
pouco
qualificados e
minimamente
humanizados!
Qual a
importância de
grupos espíritas
em ambientes de
trabalho?
São de grande
importância.
Segundo Jesus,
onde estiverem
dois ou mais
reunidos em seu
nome, lá Ele
também estará.
Os benefícios
desses grupos
para o ambiente
são semelhantes
aos propiciados
pelo Evangelho
no Lar. As luzes
que se fazem
durante a
reunião, bem
como durante a
missa católica
ou o culto
evangélico, não
ficam
circunscritas ao
auditório;
espargem-se pelo
ambiente,
influenciando o
magnetismo de
todo o prédio,
quebrando as
correntes de
fluidos mais
densos,
favorecendo a
paz e a
harmonia. Não
obstante,
inúmeros
Espíritos
desencarnados
são levados aos
locais de estudo
e/ou prece para
serem
instruídos.
Segundo a nossa
irmã Alcione,
filha encarnada
do Peixotinho,
em visita ao
nosso Grupo,
descreveu um
mezanino no
plano
espiritual, onde
Espíritos
assistiam à
reunião de
estudos,
acompanhados por
benfeitores do
Grupo.
O que, na sua
percepção,
precisa e pode
ser feito para
melhorar a
organização de
grupos espíritas
específicos como
este?
Primeiramente, a
formação de um
grupo de estudos
não deve ser uma
iniciativa
intempestiva.
Requer
planejamento,
comprometimento
dos envolvidos e
liderança. Não
uma liderança
que apenas
ordene, mas que
dê o exemplo
pelo trabalho. O
mínimo de
afinidade entre
os membros é
imprescindível,
para que não
haja contendas
decorrentes de
particularismos.
Desvincular-se
de metas
quantitativas,
como número de
participantes ou
visitantes, e
pautar-se pela
qualidade das
práticas
doutrinárias,
inegociáveis sob
quaisquer
pretextos. No
Peixotinho já
fizemos reunião
com apenas duas
pessoas
(encarnadas) e
os resultados
foram excelentes
do ponto de
vista das
reflexões e das
consequentes
conclusões. O
Grupo não é um
centro espírita.
Mantendo um
tamanho enxuto
amplia as
condições de
estudo e
favorece o
controle de
qualidade.
Quais os planos
para este grupo
no futuro? Que
atividades podem
ser
implementadas?
Vejo o GEP como
uma mãe que
nutre seus
filhos em casa
para que brilhem
alhures. Já
pensamos em
“promover” o
grupo a centro.
Mas a ideia não
vingou.
Entretanto,
foi-nos
oferecido o
Centro Espírita
Casa de Lázaro
onde, por
psicofonia,
foi-nos sugerido
criarmos um
grupo de estudo
da mediunidade
sob a tutela do
Peixotinho. O
grupo está em
curso e o
Peixotinho
continua
mantendo a sua
promessa
registrada em
psicografia:
“Assim como Deus
não nos
desampara eu não
abandonarei
vocês enquanto o
trabalho
persistir”.
Dessa forma,
considerando que
após dez anos de
existência
atingimos a
questão 584,
nossos planos
são de continuar
o estudo de O
Livro dos
Espíritos pelo
menos pelos
próximos dez
anos (risos).
Não há planos
para novas
atividades.
Manteremos a
proposta de
instrução e
reflexão para o
aculturamento
espírita
individual.
Sua mensagem
final aos nossos
leitores.
Caríssimos
irmãos e irmãs
na fé espírita,
o Espiritismo,
terceira
revelação de
Deus aos Homens,
é, antes de
tudo, campo de
aprendizado e de
trabalho para
nós
recalcitrantes
aprendizes das
Leis Universais.
A Casa Espírita
é oficina que
nos faculta o
treinamento dos
procedimentos
que a lida
diária nos
exige, como
alunos
repetentes da
escola da vida
ao longo dos
milênios.
Saibamos
aproveitar essa
dádiva divina e
não a manchemos
com nossas
idiossincrasias.
Reflitamos sobre
a nossa ainda
insipiente
cultura
espiritual e
voltemos nossas
buscas mais
íntimas para o
despertar da
consciência
ainda endurecida
e ensimesmada.
Quebremos o
casulo da nossa
ignorância e
construamos a
integralidade do
nosso ser
mediante o
fortalecimento
do intelecto e o
espargimento do
sentimento,
representado
pelo amor
incondicional ao
nosso próximo e
à Humanidade.