Título
do livro:
Reencarnação
no Mundo
Espiritual
Autor:
Inácio Ferreira
Médium:
Carlos A.
Baccelli
Editora:
LEEPP
O título
do livro
é
equivocado,
porque o
leitor
fica na
expectativa
de
receber
uma
informação
séria,
embora o
título
já se
contradiga.
Reencarnar
é
retornar
à carne,
ou seja,
ao corpo
físico,
o que
não é
viável
no Mundo
Espiritual.
A obra
consta
de uma
sucessão
de
relatos
pueris,
num tom
de
conversa
superficial,
muito
distante
do que
se
espera
ler num
livro
espírita.
Reconhecemos
o
direito
que
qualquer
pessoa
tem de
escrever
um
livro.
Mas,
valer-se
do nome
da
Doutrina
Espírita
e encher
páginas
e mais
páginas
com
comentários
descompromissados
com o tom
edificante,
|
|
educativo,
sério que
caracteriza as obras
espíritas, isso
atinge as raias do
oportunismo. |
É tanta
a
diferença
que há
entre
esse
Espírito
e o
respeitável
Dr.
Inácio
Ferreira,
que
temos
escrúpulo
em
citá-lo
pelo
nome
usurpado,
por
isso,
colocamo-lo
entre
aspas. É
bom que
se diga
que
nessa
obra já
não se
vê mais
aquele
“Dr.
Inácio”
agressivo,
fanfarrônico,
que
alardeou,
em
várias
obras,
seu
vício de
fumar,
suas
crises
de
depressão,
de mau
humor,
embora
ainda
conserve
algumas
expressões
de mau
gosto,
de uso
incompatível
com o
ambiente
dos
Benfeitores
espirituais
com os
quais
ele
declara
conviver
em
outras
obras.
As
citações
são
feitas
em
itálico-negrito.
Um traço
que
permanece
é o
ataque
sistemático,
generalizado,
doentio,
aos
espíritas:
No fundo
o
espírita
ainda
permanece
na
expectativa
de uma
ascese
fácil,
sem
nenhum
esforço
de
renovação
íntima!
Aguarda
ser
admitido
em uma
cidade-modelo
como
“Nosso
Lar” e,
se
possível,
logo se
transferir
para
dimensões
mais
altas,
sem mais
necessidade
de
reencarnar.
O
espírita,
pela sua
única
condição
de
espírita,
espera
por
favorecimentos
da Lei.
Prega
uma
coisa
para os
outros
e, para
si
mesmo,
permanece
na
expectativa
de
outra.
(76)
Mas “Dr.
Inácio”,
de vez
em
quando,
não
resiste
ao
emprego
de
expressões
chulas e
de mau
gosto:
– É uma
honra,
Doutor,
é uma
alegria
trabalhar
ao seu
lado!
– Não
puxe,
não, hem?,
que
arrebenta...
(130)
Sempre
diálogos
que mais
se
parecem
conversas
de mesa
de bar.
Eis seu
comentário
a
respeito
da sua
própria
desencarnação,
na
condição
de
idoso:
– A
situação,
às
vezes, é
vexaminosa...
A gente
se
descompõe,
não é?
– E tem
que
rezar
muito,
Longino,
para não
fazer
besteira...
– Eu
sei:
dizer
palavrão,
tirar a
roupa...
– Para
mostrar
o quê?
Se bem
que,
agora,
com o
Viagra,
a gente
reage...
O meu
interlocutor
gargalhou.
–
Impagável,
Doutor!
Veja se
esta é
conversa
de dois
espíritas,
no
Além?!
– De
dois
espíritas
normais,
é!
(134)
Ele acha
que ser
normal é
expressar-se
dessa
forma:
–
Desculpem-me
– disse
eu –,
mas,
graças a
Deus, os
nossos
intestinos
se
encarregavam
de não
nos
deixarem
esquecer
a nossa
condição
humana...
(306)
Falando
de suas
visitas
à Terra,
não
perde
oportunidade
de
vangloriar-se,
com
arroubos
de
adolescente
tolo:
– De
quando
em
quando,
faço
questão
de
visitar
a Terra,
apenas
para ver
como
estão
aqueles
que,
quando
eu tinha
80,
estavam
com os
seus 30,
40 de
idade...
Se não
se
cuidarem,
não
chegarão
à minha
marca,
com os
cigarros
que
fumei a
vida
inteira!
Alguns
estão
irreconhecíveis,
com as
rugas
que têm
no rosto
contando
das
lutas
que
enfrentam
na vida.
Coitados!
E eu,
neste
Outro
Lado,
remoçado
e forte,
simpático
como
sempre
fui,
tendo de
me
esconder
do
assédio
da
mulherada...
(141)
E segue
no
ataque
sistemático
e
generalizado
aos
espíritas:
– Ora, o
espírita,
de
maneira
geral,
lê meia
dúzia de
livros e
passa a
considerar-se
o tal...
O que é
isso
Doutor?
(143)
O “Dr.
Inácio”
diz
estar
recebendo
cartas,
no Mundo
Espiritual,
até de
encarnados...
A
correspondência
sobre
uma de
minhas
mesas se
acumulava.
Missivistas
da Terra
e do
Além me
escreviam,
expondo
suas
dúvidas
sobre os
mais
variados
assuntos:
perguntas
sobre
temas da
Doutrina,
questões
pessoais,
indagações
sobre
mediunidade,
pedidos
de
intercessão
em favor
de um
ente
querido
desencarnado,
palavras
de
estímulo
e
coragem
ao
trabalho
que
estamos
desenvolvendo...
(148)
Eis
alguns
trechos
de uma
carta
recebida,
transcrita
pelo
“Dr.
Inácio”:
“Dr.
Inácio –
dizia-me
ela –,
sou
assídua
leitora
de seus
livros
mediúnicos
e, em
nome do
enorme
bem que
o senhor
tem
feito a
mim e a
centenas
e
centenas
de
outros,
mas
principalmente
à
Doutrina
e ao
nosso
Movimento,
venho
lhe
pedir
para que
não
esmoreça
em
trabalho
tão
importante
como
este. Eu
não sou
ninguém,
mas ouso
lhe
dirigir
a
palavra,
porque
não
ignoro
as
críticas
infundadas,
algumas
até
maledicentes,
de que o
senhor e
o médium
têm sido
vítimas.
Tenho
ficado
horrorizada
com o
que ouço
da boca
de
alguns
espíritas,
ou, pelo
menos,
dos que
se dizem
ser.
Acredite
que
possuo
fortes
razões
para
crer que
os seus
livros
mediúnicos
estejam,
nos
bastidores
do nosso
Movimento,
que, de
fato,
precisa
ser
passado
a limpo,
enquanto
é tempo,
sendo
perseguidos
e
censurados,
porque
contrariam
interesses
escusos
de
supostas
lideranças,
mormente
dos que
se
encontram
à frente
das
Federações,
salvo
uma ou
outra,
mais
independente
na
maneira
de
pensar e
de agir.
(...) O
pior,
Doutor,
é que
estou
sabendo
que
existem
médiuns
de
renome
fomentando
tal
estado
de
coisas,
inadmissível
em uma
Doutrina
como a
nossa,
que
prima,
como o
senhor
próprio
tem
dito,
pela
liberdade
de
expressão.
(...)
Não
posso
concordar
é com o
modo
sórdido
desses
confrades,
que,
lendo as
suas
obras
estão
sendo
induzidos
a um
confronto
com a
própria
consciência
e se
rebelam,
muitos
deles,
talvez,
por
estarem
sendo
desmascarados
em suas
intenções.”
(148/149)
A
“carta”
é longa,
e
continua
com
cumprimentos,
palavras
de
encorajamento,
de
louvor
ao “Dr.
Inácio”.
A
referência
a André
Luiz nem
merece
comentário:
“Dias
atrás,
conversando
com um
amigo
que é um
homem
muito
culto e
inteligente,
ele me
fez a
seguinte
observação,
em
relação
às suas
obras:
‘– Os
livros
do Dr.
Inácio
têm me
feito
redescobrir
André
Luiz’...
Veja,
Doutor,
que
beleza!
Não vale
a pena?
Que o
pessoal
que tem
as mãos
desocupadas
no bem
continue
atirando
pedras...
Elas não
o
atingirão
e,
creio,
nem
mesmo ao
médium.”
(150/151)
É claro
que, se
o
“Correio
do Além”
levou a
carta ao
“Dr.
Inácio”,
deve ser
portador
da
respectiva
resposta:
–
Querida
irmã L.
G. D.
S.. O
senhor
nos
abençoe!
“Faço
votos
para que
esta
carta
ainda
possa
encontrá-la
na
Terra,
desfrutando
de saúde
e paz.
(...)
mas
também
para
mostrar
que
ninguém
pode
querer
nos
intimidar
no
testemunho
da fé,
como se
ainda
estivéssemos
na Idade
Média,
quando
essa
gente,
hoje
travestida
de
espírita,
vivia de
archote
nas mãos
acendendo
as
fogueiras
da
Inquisição...
(...)
Por
vezes,
diante
da fúria
de
nossos
opositores,
que não
economizam
palavras
na
ofensa,
tenho a
impressão
de que
cometi
um
crime...
(151/152)
Prosseguindo,
diz que
em
conversa
com
amigos
no Mundo
Espiritual
busca
atinar
com a
causa da
rejeição
de seus
livros:
(...)
Confesso-lhe
que
ainda
não
chegamos
a um
consenso:
uns
acham
com
grande
probabilidade
de
razão,
que é
porque
defendo
abertamente
a
reencarnação
de Allan
Kardec
em Chico
Xavier;
outros
são de
opinião
que é
porque
efetuei
referências
à
realidade
da
gravidez
no Plano
Espiritual,
contrariando
a turma
que
supõe
alcançar
a
Perfeição
de um
átimo,
após o
desenlace
do
corpo.
(Quanta
ingenuidade,
meu
Deus!);
alguns
dizem
que é
porque
tenho me
servido
de um
certo
estilo
irônico
ou
irreverente,
nas
advertências
que
dirijo
aos
irmãos
de
ideal,
mormente
se
ocupam
cargos
de
liderança...
(152/153)
Ele
chama de
advertência
aquilo
que é
ataque e
tentativa
de
ridicularização
que ele,
em todos
os seus
livros,
lança
sobre
dirigentes
espíritas.
E
continua
sua
longa
missiva:
Agora,
querida
L...,
vamos à
parte
talvez
mais
doída e,
por
sinal,
de minha
preferência:
a de que
a
linguagem
dos meus
livros é
chula,
rasteira
demais...
Ora, se
vocês
dispusessem
de
ouvidos
para
ouvir o
que os
espíritas
mais
moralistas
pensam,
com as
exceções
de
praxe, é
óbvio!
Os
‘monstros’
que são
gerados
pela
mente
dos que
vivem
pregando
na
tribuna,
escrevendo
e... até
orando
em
público!
Devaneios
mórbidos!
Há gente
que,
quando
percebe,
até
crime já
cometeu,
mentalmente...
(155)
A
“carta”
é longa,
cheia de
acusações
doentias
como as
acima.
Mas,
vamos ao
seu
encerramento:
“Com meu
fraternal
abraço,
peço-lhe
que
redobre
as
orações
em meu
favor,
para que
eu não
me deixe
contaminar
pela
‘febre
de
vaidade
e
personalismo’
que tem
mandado
muita
gente
promissora
para os
sanatórios
da Terra
e do
Além.”
(156)
Respondendo
outra
“carta”,
desta
vez a um
irmão,
também
encarnado,
Joaquim,
dá-lhe
conselhos
de como
lidar
com
médiuns
que
ameaçam
deixar a
Doutrina,
diante
de
exigência
do
dirigente.
É de se
notar a
grosseria
da
linguagem.
Por
qualquer
contratempo
que lhe
aconteça,
tem
espírita
que nos
faz
ameaças,
mostrando-se
disposto
a largar
a
Doutrina!
– ‘Eu
deixo o
Espiritismo...’
– fala,
em tom
quase
solene.
– ‘Onde
é que
estão os
espíritos
que não
me
auxiliam?...’
Ora,
para
estragar
esta
carta na
qual,
até
agora,
eu me
mostrava
tão bem
comportado,
responderei:
Quer
largar,
que
largue e
vá para
o raio
que o
parta!
Mas não
fique
nos
fazendo
ameaças,
não,
lançando
sua
indignação
aos
céus!...
Estou
certo ou
errado,
Joaquim?
Não é
mesmo um
desaforo?!
– ‘Ah! –
diz –,
eu vou
deixar o
Espiritismo
e virar
evangélico...’
Pois que
vire,
que vire
até
lobisomem,
caso lhe
aprouver.
(164)
Só
agora,
já no
meio do
livro,
depois
de ter
ficado
até aqui
enchendo
páginas
com
assuntos
pueris,
o “Dr.
Inácio”
toma
ares de
orientador
de
Espíritos
que
psicografam
na
Terra.
Nesse
sentido,
dialoga
com
Manoel,
auxiliar
seu,
sobre
uma
palestra
que fará
aos
alunos
do
“Liceu”,
que
aguardam
esclarecimentos:
– Querem
solicitar
do
senhor
alguns
esclarecimentos.
– Sobre
qual
tema?
– A
questão
da
gravidez
no Mundo
Espiritual
– Gente,
uma
coisa
tão
simples
de se
entender!
– É que
eles
estão
encontrando
barreiras
para
abordar
o
assunto
através
de
outros
médiuns.
– É
natural,
quem
quer ser
criticado?
Estamos
apenas
no
começo
do
Espiritismo
na
Terra;
muita
coisa
ainda há
de ser
causa de
maiores
polêmicas...
Sinceramente,
Manoel,
eu não
sei a
ideia
exata
que os
próprios
espíritas
fazem do
Mundo
Espiritual!
Vamos
lá! –
disse. –
Farei o
que
puder.
– Se eu
ainda
estivesse
no
corpo,
Doutor,
também
vacilaria...
A
gravidez
no Mundo
Espiritual
representa
uma
revolução
no
pensamento
espírita!
Mexe com
a cabeça
de muita
gente...
– É
porque o
que
sabemos
sobre
Reencarnação,
até
mesmo na
Terra,
que dirá
o
Universo,
é muito
pouco!
(176)
A
seguir,
o “Dr.
Inácio”
começa
sua
preleção
aos
estagiários
do
“Liceu”:
Vocês
vêm se
deparando
com
dificuldades,
no que
tange a
maior
esclarecimento
sobre a
Reencarnação
no Plano
Espiritual...
Os
espíritas,
com
exceções,
vêm
relutando
em
considerar
a tese
que
defendemos
abertamente
e que,
para
nós, é
prática
insofismável,
ou seja,
natural,
tão
natural
quanto à
necessidade
do
espírito
tomar um
novo
corpo na
Terra,
seguindo
em sua
ininterrupta
trajetória
rumo às
cumeadas
da
Evolução.
(177/178)
Se a
reencarnação
no Mundo
Espiritual
fosse um
fato,
como é
que o
“Dr.
Inácio”
dela não
tinha
conhecimento,
conforme
o seu
livro
“Fundação
Emmanuel”
(págs.
97/100),
publicado
em 2006?
Note-se
que ele
já
estava
desencarnado
há 18
anos e
já se
dizia
diretor
de um
hospital
há seis,
pelo
menos,
pois ele
declara-se
nessa
função
em seu
livro,
de 2002,
“Na
Próxima
Dimensão”
(pág.
13)
Além do
mais, se
fosse
verdade
essa
reencarnação
no Mundo
Espiritual,
por que
o “Dr.
Inácio”
a
estaria
expondo,
no
“Liceu”,
em 2008,
como
novidade
a um
grupo de
estagiários?
Será que
esses
Espíritos,
convivendo
nessa
colônia,
nunca
tinham
visto
uma
mulher
“grávida”,
como
aquela
que
causou
espanto
ao “Dr.
Inácio”,
conforme
citado
acima?
Em toda
a obra
de André
Luiz não
há a
mais
leve
referência
ao
assunto.
Em
“Nosso
Lar”
(cap.
9),
André
Luiz
fala que
essa
colônia
recebeu,
em
determinada
época,
cerca de
duzentos
instrutores
vindos
de
esferas
mais
altas
para dar
instruções
sobre
alimentação.
André
Luiz diz
que
foram
trinta
anos de
trabalho
de
convencimento.
Embora
tenham
vindo de
esfera
mais
alta,
não
houve
necessidade
de
“reencarnação”,
conforme
tese do
“Dr.
Inácio”.
Na obra
“Fundação
Emmanuel”,
“Dr.
Inácio”,
depois
de se
surpreender
com a
gravidez
de uma
jovem,
descreve
o seu
parto. A
parturiente
tem um
sensor
no
braço, a
fim de
verificar-lhe
o nível
de
glicose,
oscilação
de
temperatura,
pressão
sanguínea,
presença
de
micro-organismos
patogênicos
e até a
iminência
de um
colapso
cardíaco...
(pág.
226). Se
houvesse
um
colapso
cardíaco,
a
parturiente
“desencarnaria”?
Se de
fato
houvesse
encarnação,
deveria
haver
desencarnação,
mormente
nas
regiões
inferiores
onde há
muita
violência
entre
Espíritos.
Veja-se
que esse
Espírito
apresenta,
às
vezes,
citações
verdadeiras,
mas que
não têm
relação
alguma
com a
pretendida
“reencarnação
no Mundo
Espiritual”.
Cita, em
negrito:
Com essa
massa
gelatinosa,
nascia
no orbe
o
protoplasma
e, com
ele,
lançara
Jesus à
superfície
do mundo
o germe
sagrado
dos
primeiros
homens.
(180)
Sim, é
verdade,
mas isso
se deu
no plano
físico.
Depois,
cita a
civilização
chinesa,
sem
conexão
alguma
com a
pretendida
reencarnação
no Mundo
Espiritual.
Sempre
um
discurso
palavroso,
com
comentários
chistosos
com os
quais
pretende
atrair a
atenção
dos
incautos,
ao tempo
que se
coloca
como
arauto
de
“verdades
novas”.
André
Luiz, em
“Evolução
em Dois
Mundos”
(1ª
Parte,
final do
cap.
II),
assim se
expressa,
a
respeito
do
perispírito:
“Esse
corpo
que
evolve e
se
aprimora
nas
experiências
de ação
e
reação,
no plano
terrestre
e nas
regiões
espirituais
que lhe
são
fronteiriças,
(...)
pode
desgastar-se,
na
esfera
imediata
à esfera
física,
para
nela
se
refazer,
através
do
renascimento,
segundo
o molde
mental
preexistente,
ou
ainda,
restringir-se
a fim de
reconstruir-se
de novo
no vaso
uterino,
para
recapitulação
dos
ensinamentos
e
experiências
de que
se
mostre
necessitado,
de
acordo
com as
falhas
da
consciência
perante
a Lei.”
(Grifei.)
Note-se
que
André
Luiz
fala da
recomposição
do
perispírito
numa
nova
encarnação,
e
encarnação
é na
carne,
na
esfera
física.
É de
notar,
ainda,
que
André
Luiz
descreve
com
minúcias
a vida
no Mundo
Espiritual,
em toda
a sua
obra,
que tem
características
de
legítimo
desdobramento
da
Terceira
Revelação.
Observe-se
a
seriedade
com que
desenvolve
o seu
trabalho,
a
linguagem
nobre e
cuidadosa
em que
se
expressa.
E não
poderia
ser de
outra
forma,
pois as
revelações
que nos
vêm da
Vida
Maior
são
sempre
trazidas
por
Espíritos
evangelizados,
sérios,
equilibrados.
No caso
de André
Luiz,
veja-se
o que
dele
disse o
Diretor
Espiritual
da obra
de
Chico:
“(...)
André
Luiz
frequentou-nos
a tarefa
durante
setecentos
dias
consecutivos,
afinando-se
com a
instrumentalidade.
Além
disso, o
esforço
dele é
impessoal
e
reflete
a
cooperação
indireta
de
benfeitores
nossos
que
respiram
em
esferas
mais
altas.”
(“Voltei”,
pág. 22)
Por aí
pode-se
avaliar
como as
Altas
Esferas
Espirituais
preparam
Espírito
e médium
para
revelações
verdadeiras.
Por que
o Alto
agora
daria o
nobre
encargo
de fazer
novas
revelações
à
Humanidade
a um
Espírito
desequilibrado,
desrespeitoso,
que tem
arroubos
de
valentia,
que faz
concessões
ao
aborto
(“Fala,
Dr.
Inácio!”,
págs.
130/131),
que se
interessa
por
mexericos
que
teriam
sido
publicados,
segundo
ele, num
jornal,
chamado
“Resenha”,
um
periódico
circulante
no Mundo
Espiritual,
conforme
descrito
na obra
de sua
autoria,
“Fundação
Emmanuel”
(pág.
135)?
Além do
mais,
segundo
ele
próprio
relata
no
livro,
lendo o
referido
jornal,
diante
de
críticas
que lhe
estariam
sendo
feitas
na
Terra,
reagiu,
dando
uma
banana
aos
espíritas,
com
gesto e
tudo...
A
abordagem
que se
segue é
de mau
gosto,
não
condiz
com a
ética
espírita,
e além
do mais,
está
inserida
nesse
livro,
que é
anunciado
como
portador
de
“verdades
novas”:
– Os
evangélicos
o
extorquiram
quanto
puderam...
– Pois
é, meu
caro,
tem
muita
gente
assim:
boba!
Antes,
caíam no
conto do
vigário,
agora
caem no
conto do
pastor...
Tomara
que
nunca
venham a
cair no
conto do
espírita!
(170)
Fazemos
um apelo
à razão
daqueles
que se
encantam
com
referências
ao
Chico, a
Emmanuel,
a André
Luiz e
suas
obras,
citadas
pelo
“Dr.
Inácio”,
sem
nenhuma
base
coerente.
Imaginemos
que
houvesse
chegado
o tempo
de vir à
Terra
uma
revelação
importante.
Não
seria
através
de um
Espírito
da
dignidade,
da
postura,
da
elevação
de Allan
Kardec?
Ou de
Chico
Xavier?
Será que
os
níveis
de
seriedade
baixaram
no Mundo
Espiritual,
a ponto
de novas
revelações
serem
feitas
através
de um
Espírito
desrespeitoso,
fanfarrão,
divulgador
de
anedotas
incompatíveis
com a
seriedade
da
Doutrina
Espírita?
Viriam
as
revelações
de tal
magnitude
através
de um
Espírito
que usa
uma
linguagem
agressiva,
chula,
grosseira?
Na obra
em
estudo,
“Dr.
Inácio”
reproduz,
em dez
capítulos,
uma
pretensa
visita
de Chico
Xavier à
sua
equipe.
Formaram
uma
caravana,
constituída
de mais
de uma
dezena
de nomes
conhecidos.
Visitaram
vários
locais
de
sofrimento,
com
aplicações
da
pomada
do Vovô
Pedro em
Espíritos
usada
até para
curar
pesadelos,
além de
ser dada
a um
outro
para
comê-la
com pão.
Durante
a
visita,
longos
bate-papos,
degustação
de chá
de
variados
sabores
com
biscoitos,
comentários
de
receitas
de
rosquinhas...
Será que
Chico
estaria
assim
tão
disponível?
Nessa
ocasião,
põe na
boca do
Chico a
seguinte
afirmativa,
em que
ele
reconheceria
o poder
permanente
das
Trevas
na
Terra:
As
Trevas,
se assim
posso me
expressar,
consentiram
que o
Cristo
pregasse
a Boa
Nova em
seu
reduto,
que era
a Terra,
desde
que, por
fim,
triunfassem
permanentemente.
(279)
(Grifei.)
A imagem
que se
tem da
Vida
Espiritual
é de que
Espíritos
Superiores
valorizam
muito o
tempo.
André
Luiz, em
“Os
Mensageiros”
(cap.
1), diz:
“A
conversação
espiritualizante
tornara-se-me
indispensável.”
No cap.
6,
aprende-se
que
“Pelas
nossas
palestras
construtivas,
portanto,
receberemos
também a
remuneração
devida à
cooperação
normal.”
Ainda
mais que
“Dr.
Inácio”
reafirma
a tese
absurda
de que
Chico
foi a
reencarnação
de
Kardec.
Veja-se
a
reunião
daquela
noite de
“reafirmação
de
compromissos”,
descrita
por
Humberto
de
Campos,
no livro
“Cartas
e
Crônicas”
(cap.
28),
quando
se
apresentou
a
venerável
figura
daquele
que
seria o
Codificador,
que foi
reverenciado
por
dezenas
de
Benfeitores,
cujos
nomes
significam
pontos
altos na
história
da
Humanidade.
Será que
agora,
depois
de
passados
mais de
dois
séculos,
esse
Espírito
de escol
ficaria
assim,
dando
palpites
vagos em
assuntos
doutrinários?
Onde
está a
nobre e
austera
figura
do
cientista,
filósofo,
educador,
teólogo,
sociólogo,
penólogo,
que
dialogou
com os
Espíritos
Superiores,
em nível
de
igualdade,
deixando-nos
as luzes
da
Terceira
Revelação?
Além do
mais,
Kardec,
ou mesmo
Chico,
necessitaria
do
concurso
de um
médium –
dada a
diferença
de nível
espiritual
– para
manifestar-se
no plano
em que
estavam
“Dr.
Inácio”
e seus
companheiros,
conforme
aconteceu
com
Matilde,
que teve
de se
valer
dos
fluidos
de Gúbio
para
materializar-se
diante
de seu
filho
Gregório.
(Libertação,
final do
cap.
XX.)
Mas, nem
a nobre
figura
do
trabalhador
incansável
que foi
Francisco
Cândido
Xavier,
familiarmente
chamado
Chico,
estaria
assim
disponível
para
frequentar
círculos
onde
admitiria
ter sido
Kardec.
Também
ele, um
Espírito
de
escol,
terá
preocupações
mais
nobres e
elevadas
no Plano
Espiritual
onde se
encontra.
É fazer
pouco
desse
abnegado
Missionário
que,
tendo
sido o
medianeiro
do
desdobramento
da
Terceira
Revelação,
ficasse
aqui, a
gastar
seu
precioso
tempo
com um
grupo de
Espíritos,
dirigido
por
alguém
que se
comporta
e se
expressa
da
maneira
como
visto
acima.
Finalizando,
pode-se
reafirmar
que é
enganoso
o título
desse
livro,
em que
se
pretendeu
abordar
o tema
“Reencarnação
no Mundo
Espiritual”.
A
reencarnação
abordada
é a
física,
a
respeito
da qual
estão os
espíritas
já bem
informados.
Nenhuma
das
citações
de
Kardec
ou de
André
Luiz,
feitas
ao longo
da obra,
demonstra
ao
leitor a
veracidade
dessa
tese
absurda.
N. R.:
Sobre o
assunto,
leia
também,
de José
Sola, a
análise
publicada
na
edição
200
desta
revista.
Eis o
link:
http://www.oconsolador.com.br/ano4/200/especial.html