Ed'Lauro
Ferreira Santos:
“Ambrósio
foi o
nosso primeiro
livro publicado”
O médium e
dirigente
espírita
fala-nos sobre
sua iniciação no
Espiritismo e o
romance
mediúnico que
psicografou
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Ed’Lauro
Ferreira Santos
(foto)
nasceu no ano de
1948, na cidade
de Itaberaba, no
sertão baiano.
Desde a infância
via os
Espíritos, mas
foi na idade
adulta, movido
pela dor, que
chegou às lides
espíritas e deu
vazão à sua
mediunidade.
Atual presidente
do Centro
Espírita Estrela
da Seara,
localizado na
periferia de
Salvador (BA),
trabalha |
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também no campo
da mediunidade
psicográfica e
foi assim que
psicografou o
romance
Ambrósio.
Foi para falar
sobre seu livro
e outros temas
que ele nos
concedeu a
entrevista que
segue abaixo. |
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Como você
conheceu o
Espiritismo?
Pela dor, após
um cerco
econômico pelas
indústrias
metalúrgicas. Eu
tinha sido
coordenador da
Oposição
Sindical
Metalúrgica da
Bahia, que
derrubou a
direção
anterior.
Diretor do
sindicato,
casado,
desempregado,
com dois filhos.
Era angustiante.
Entrei no
comércio
informal,
vendendo
sapatos, licor,
pizzas,
carimbos,
aparelhos para
massagens, mil e
uma coisas,
dignas, claro,
que
significassem
recursos para a
família. Uma
amiga me indicou
uma senhora que
fazia
atendimentos
espirituais em
casa. Ela tentou
acender uma vela
dentro de um
copo, gastou
quase uma caixa
de fósforos e
nada. Não deu
certo. A vela
não acendia,
então ela passou
uns banhos de
folhas. Também
não deu certo.
Até que uma
amiga de minha
esposa indicou o
Centro Espírita
Estrela da
Seara. Fui e
estou nele há 28
anos.
Quantas vezes
você já foi
presidente do
Grupo Espírita
Estrela da
Seara?
Intercalado:
vice-presidente
e presidente,
por quatro
gestões.
Por que alguns
centros
espíritas têm
colaboradores
que estão sempre
na linha de
frente,
assumindo a
presidência e
vice-presidência
inúmeras vezes?
O que ocorre?
Falta gente para
essa tarefa de
direção das
Casas
Espíritas?
Há vários
comportamentos.
Os trabalhadores
mais velhos
tomam para si
essas funções,
acreditando que
os mais novos
não possuem
maturidade e
responsabilidade
para tal. Isso é
falso, como
princípio. E é
uma questão que
merece
aprofundamento.
Por outro lado,
se falta gente,
é porque a casa
não se dedicou a
preparar
trabalhadores
dos vários
setores para
assumir o
Centro. Se estes
não possuem
experiência,
cabe aos mais
velhos
ajudá-los. Mas
há outros
fatores, como,
por exemplo,
falta de
compromisso.
Muitos até
possuem os
predicados para
coordenadores-diretores,
mas não “dispõem
de tempo”, têm
outros
compromissos nos
finais de semana
etc. E, por
isso, se negam a
servir à Casa
Espirita,
laboratório
espiritual de
Jesus.
Ambrósio,
que você
psicografou, foi
seu primeiro
livro?
Ambrósio
foi o nosso
primeiro livro
publicado,
depois surgiram
outros,
inclusive Vidas
em Trânsito, do
mesmo autor,
Zebedeu Palhares
(Espírito), mas
as dificuldades
de impressão
são imensas para
o autor
iniciante,
espírita ou não.
Muita gente
morreu e não viu
seu livro
publicado.
Exagero à parte,
mas publicar um
livro ainda
continua
difícil.
Fale-nos um
pouco sobre o
livro.
Faço questão de
dizer que a obra
é do amigo
espiritual
Zebedeu
Palhares. Tenho
certeza que eu
não teria
condições de
elaborar uma
obra desse
porte,
considerando o
roteiro, os
personagens, o
entrelaçamento
das vidas dos
personagens, a
interseção da
espiritualidade
nesse roteiro,
de forma
indiscriminada,
ou seja, a
unidade da
caridade –
Candomblé,
Catolicismo e
Espiritismo – na
proteção de
Ambrósio na sua
caminhada
reencarnatória.
Ambrósio
é uma
manifestação da
Lei de Justiça,
Amor e Caridade,
romanceada,
conforme exposta
em O Livro dos
Espíritos,
capítulo
XI.
Quando aflorou
sua mediunidade
e como tudo
começou?
Desde cedo, mas
não foi
identificada.
Tudo era tido
como invenção ou
mentira de
criança. Eu
cresci em uma
casa que tinha
sido hospital da
Santa Casa da
Misericórdia, em
Feira de Santana
(BA). À noite,
não era raro ver
entidades
desencarnadas
andando pela
casa.
Quais as
atividades que
você já
desenvolveu na
Casa Espírita,
além da direção?
Algumas
atividades são
subsidiárias
para ajudar o
desenvolvimento
da mediunidade e
a nos aproximar
da
espiritualidade.
Distribuição de
sopas e roupas
na rua, corte de
cabelos de
crianças no
centro, grupos
de estudos dos
passes, além do
trabalho com a
evangelização
das crianças.
Qual dessas
atividades lhe
deu mais
prazer?
A distribuição
da sopa e roupas
nas ruas. É um
chamamento muito
forte da
caridade ver as
dificuldades de
sobrevivência
dos nossos
irmãos, e quanto
eles dependem de
um simples prato
de sopa, de um
litro de água,
de uma roupa. É
desumano o que
passam. E um
aprendizado.
Suas palavras
finais.
É preciso reaver
exemplos dos
antigos
cristãos, como
Kardec, Bezerra
de Menezes,
Cairbar Schutel,
Chico Xavier,
Divaldo Franco e
muitos outros.
Lutar com todas
as forças contra
o estrelismo, a
falta de
humildade e tudo
que comprometa a
existência
futura,
principalmente o
materialismo.
Buscar líderes
como João
Batista, Pedro,
Paulo, como
Jesus o fez,
trazendo-os para
a militância
espírita. É esse
o aspecto da
militância
(leia-se
comprometimento
e defesa)
respeitosa da
Doutrina, seja
na literatura,
nas atividades
doutrinárias e
nos atendimentos
socorristas.
Obrigado pela
oportunidade.