WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória
Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudo das Obras de Allan Kardec  Inglês  Espanhol

Ano 9 - N° 453 - 21 de Fevereiro de 2016

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

 

Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas 

Allan Kardec 

(Parte 12)
 

Continuamos nesta edição o estudo do livro Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, obra publicada por Allan Kardec no ano de 1858. As páginas citadas no texto sugerido para leitura referem-se à edição publicada pela Casa Editora O Clarim, com base na tradução feita por Cairbar Schutel.

 Questões para debate

A. Quais os pontos essenciais a serem considerados na formulação das perguntas dirigidas aos Espíritos?

B. Kardec conceitua o Espiritismo como sendo uma ciência de observação, com princípios próprios. Diante disso, que processo deve adotar o observador que deseje instruir-se na ciência espírita?

C. Os Espíritos familiares podem auxiliar-nos em nossas dificuldades e problemas?

Texto para leitura

141. A emancipação da alma dá-se quase sempre durante o sono; ora, a evocação o provoca, se a pessoa não está dormindo, ou, quando menos, provoca um entorpecimento e uma suspensão momentânea das faculdades sensitivas. Seria, pois, perigoso se nesse momento a pessoa se encontrasse em uma situação na qual tivesse necessidade de todo o seu raciocínio. E seria também perigoso se ela estivesse muito doente, pois que a moléstia poderia agravar-se. (Cap. VIII, págs. 160 e 161.)

142. Podemos nos admirar de ver os Espíritos dos homens mais ilustres atenderem aos apelos dos homens simples. Mas isso surpreende apenas aqueles que não conhecem a natureza do mundo espírita. Quem o conhece sabe que a posição que ocupamos na Terra não nos dá, ali, nenhuma supremacia e que lá o poderoso pode estar abaixo daquele que foi seu servidor. Mas, se ele é verdadeiramente superior, deve ter despido todo o orgulho e toda a vaidade, e então olha o coração e não a aparência. (Cap. VIII, págs. 161 e 162.)

143. O grau de superioridade ou inferioridade dos Espíritos indica, naturalmente, o tom que se deve usar para com eles. Em resumo: tão irreverente seria tratar de igual para igual com os Espíritos superiores, quanto ridículo ter idêntica deferência para com todos, sem exceção. Tenhamos veneração e respeito para com os que os merecem, reconhecimento para com os que nos protegem e assistem, e, para com todos, de um modo geral, benevolência. (Cap. VIII, págs. 162 a 165.)

144. Desde que vemos os Espíritos tão diferentes uns dos outros, sob todos os pontos de vista, compreendemos que todos não estão aptos para resolver todas as dificuldades e que uma pergunta mal dirigida pode expor a mais de uma decepção. (Cap. VIII, pág. 165.)

145. Regra geral: Quando um Espírito fala, não se deve interrompê-lo; e quando ele manifesta, por um sinal qualquer, a intenção de falar, devemos esperar, e não o interrompermos senão quando estamos certos de que nada mais tem a dizer. (Cap. VIII, pág. 167.)

146. Se, em princípio, as perguntas não desagradam aos Espíritos, há questões que lhes são soberanamente antipáticas e de que devemos nos abster completamente, sob pena de não obtermos resposta ou de a obtermos deficiente. (Cap. VIII, pág. 167.)

147. Os Espíritos inferiores não são escrupulosos. Respondem a tudo, mas como eles mesmos dizem: "A uma pergunta tola, resposta tola", e louco seria quem os tomasse a sério. (Cap. VIII, pág. 167.)

148. Os Espíritos podem abster-se de responder por vários motivos: a) a pergunta pode desagradar-lhes; b) eles nem sempre têm os conhecimentos necessários; c) há coisas que lhes é proibido revelar. Se, pois, não satisfazem a uma pergunta, é porque não querem, não podem ou não devem. (Cap. VIII, pág. 167.)

149. Seja qual for o motivo, é regra invariável que todas as vezes em que um Espírito se recusa categoricamente a responder nunca se deve insistir. (Cap. VIII, págs. 167 e 168.)

150. Não basta que um Espírito seja sério para resolver ex-professo toda questão séria: não basta mesmo, como vimos, que ele tenha sido sábio na Terra, visto que pode estar imbuído ainda dos preconceitos terrestres. (Cap. VIII, pág. 171.)

151. Acontece habitualmente que outros Espíritos mais elevados vêm em auxílio daquele que interrogamos e lhe suprem a insuficiência: isto acontece principalmente quando a intenção do interrogador é boa, pura e destituída de pensamento preconcebido. (Cap. VIII, pág. 171.)

152. Os Espíritos ligam, em geral, pouca importância às questões de interesse puramente material e às que concernem à vida privada de cada pessoa. Enganar-nos-emos, pois, se acreditarmos encontrar neles guias infalíveis que pudéssemos consultar a todo momento sobre a marcha ou o resultado dos nossos negócios. Só os Espíritos levianos agem assim e respondem a tudo. (Cap. VIII, págs. 171 e 172.)

153. Não colocamos no número das perguntas frívolas todas as que são de caráter pessoal: devemos apreciá-las com bom senso. Mas os Espíritos que melhor nos podem guiar neste particular são os nossos Espíritos familiares. Esses, sem contradição, conhecem os nossos problemas melhor do que nós mesmos. (Cap. VIII, pág. 172.)

Respostas às questões propostas

A. Quais os pontos essenciais a serem considerados na formulação das perguntas dirigidas aos Espíritos? 

Dois pontos essenciais devem ser considerados na formulação das perguntas: o fundo e a forma. Quanto à forma, elas devem, embora sem fraseologia ridícula, demonstrar as atenções e a condescendência que se devem ao Espírito que se comunica, se ele é superior, e nossa benevolência, se ele é nosso igual ou inferior a nós. De outro ponto de vista, elas devem ser claras, precisas, sem ambiguidade. É preciso evitar aquelas que comportam um sentido complexo.

No que se refere ao fundo, as perguntas merecem uma atenção particular, segundo seu objeto. As perguntas frívolas, de pura curiosidade e de comprovação, são as que desagradam aos Espíritos sérios. Eles as afastam ou recusam-se a respondê-las. Os Espíritos levianos, todavia, se divertem com elas. As perguntas de comprovação são ordinariamente feitas por aqueles que ainda não adquiriram uma convicção e procuram, assim, certificar-se da existência dos Espíritos, de sua perspicácia e de sua identidade. Isto é, sem dúvida, muito natural da parte deles, mas erram completamente o seu alvo. (Obra citada, cap. VIII, págs. 168 e 169.)

B. Kardec conceitua o Espiritismo como sendo uma ciência de observação, com princípios próprios. Diante disso, que processo deve adotar o observador que deseje instruir-se na ciência espírita? 

Aqueles que desejam instruir-se na ciência espírita devem resignar-se a seguir um processo diferente do utilizado pelas ciências em geral. Se julgam não poder fazê-lo senão aplicando seus próprios processos, farão melhor abstendo-se. A ciência espírita tem seus princípios. Aqueles que almejam conhecê-la devem conformar-se a eles. Em caso contrário não se podem dizer aptos a julgá-la. Esses princípios são os seguintes, no que concerne às perguntas de prova: 1º) Os Espíritos não são máquinas que fazemos mover à nossa vontade. São seres inteligentes que não fazem e não dizem senão o que querem e nós não podemos sujeitá-los aos nossos caprichos. 2º) As provas que desejamos ter de sua existência, de sua perspicácia e de sua identidade eles mesmos as dão, espontaneamente e de sua própria vontade, em muitas ocasiões; mas as dão quando querem e da maneira que querem. Cumpre-nos esperar, ver, observar, e essas provas não nos faltarão: é preciso pegá-las na passagem. Se quisermos provocá-las é, então, que elas nos escapam, e nisso os Espíritos nos provam sua independência e seu livre-arbítrio. Este princípio é, de resto, o que rege todas as ciências de observação. Que faz o naturalista que estuda os costumes de um animal, por exemplo? Segue-o em todas as manifestações de sua inteligência ou de seu instinto; observa o que se passa, mas espera que os fenômenos se apresentem; não pensa nem em provocá-los nem em desviar-lhes o curso; ele sabe, aliás, que, se o fizesse, não os teria mais em sua simplicidade natural. O mesmo se dá com respeito às observações espíritas. (Cap. VIII, págs. 169 a 171.)

C. Os Espíritos familiares podem auxiliar-nos em nossas dificuldades e problemas? 

Sim, em termos. Os Espíritos familiares, os que estão encarregados de velar por nós e que, pelo hábito que têm de nos seguir, estão identificados com as nossas necessidades e  conhecem os nossos problemas melhor do que nós mesmos. Nossos Espíritos familiares podem, pois, nos esclarecer e, em muitas circunstâncias, o fazem de modo eficaz; mas sua assistência não é sempre patente e material; é, o mais das vezes, oculta. Auxiliam-nos por uma multidão de advertências indiretas que provocam e que, infelizmente, nem sempre levamos em conta, donde resulta que muitas vezes devemos nos queixar de nós mesmos em nossas atribulações. Quando os interrogamos, eles podem, em certos casos, dar-nos conselhos positivos, mas, em geral, se limitam a mostrar-nos o caminho, recomendando-nos que não nos abalroemos, e têm, para isto, um duplo motivo. Primeiro, as tribulações da vida se não são o resultado de nossos próprios erros, fazem parte das provações que devemos sofrer; eles podem ajudar-nos a suportá-las com coragem e resignação, mas não lhes pertence desviá-las. Em segundo lugar, se eles nos guiam pela mão, para evitar todos os escolhos, que faríamos do nosso livre-arbítrio? Seríamos como crianças colocadas em andadores até a idade adulta. Eles nos dizem: “Eis o caminho, segue a boa vereda. Eu inspirarei o que deves fazer de melhor, mas serve-te do teu juízo, como a criança se serve de suas pernas para andar”. (Cap. VIII, págs. 172 e 173.)  

 
 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita