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Zezinho voltava
da casa de um
amigo onde fora
passar a manhã.
Atravessando a
rua, logo viu
uma garota que,
com algumas
flores no braço,
oferecia aos
passantes, mas
ninguém comprava
suas lindas
flores.
Então, Zezinho
atravessou a rua
e aproximou-se
da menina.
Desanimada,
sentada num
banco, ela
olhava as flores
com tristeza.
Chegando perto
dela, ele
sorriu:
— Que lindas
flores! Gostaria
de comprar
todas, porém não
tenho dinheiro.
Você me vende
uma?
— Claro, garoto!
Custa um real
cada. Pode
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escolher!
— disse
a
garota,
mais
animada. |
Zezinho, antes
de escolher a
flor, enfiou a
mão no bolso da
calça a ver se
tinha algum
dinheiro. Ao
sentir a moeda,
ele sorriu e
estendeu a mão
pegando uma das
flores.
— Escolheu bem!
Esta flor é
linda!... —
falou ela
entregando-lhe a
flor e pegando a
moeda das mãos
do garoto.
Zezinho segurou
a flor e
perguntou se ela
já tinha vendido
muitas, ao que
ela respondeu:
— Não, você foi
o primeiro a
comprar.
Obrigada! Espero
que sua mãe
goste dela. As
flores são de
minha mãe, que
as aprecia
muito. Mas como
estamos
precisando de
dinheiro, saí
oferecendo-as a
quem quisesse
comprá-las.
— Não se
preocupe. Você
conseguirá
vendê-las todas.
Como se chama?
— Melina.
Obrigada.
Zezinho foi para
casa, porém não
conseguia tirar
a vendedora de
flores da sua
cabecinha. Ao
chegar a casa,
entregou a flor
para a mãe:
— Obrigada,
Zezinho! Que
linda flor. Onde
a conseguiu?
— Uma garota
estava vendendo
e eu comprei
para dá-la a
você, mamãe!
— Obrigada, meu
filho. Mas não
deveria ter
gasto seu
dinheiro comigo!
— considerou a
mãe. Agora,
vamos almoçar.
Lave suas mãos e
sente-se; seu
pai está
chegando.
Após o almoço,
Zezinho pediu ao
pai:
— Pai, você pode
adiantar minha
mesada este mês?
— Claro,
Zezinho. Se você
está precisando,
não tem
problema, meu
filho.
— Obrigado,
papai.
Assim que o pai
voltou ao
trabalho,
Zezinho saiu
também. Foi até
a esquina e viu
que a vendedora
de flores ainda
estava lá. E as
flores também.
Então comprou
outra flor,
levando-a para
sua mãe. A mãe
estranhou o novo
presente, mas
agradeceu, sem
dizer nada. No
meio da tarde
ela já havia
recebido seis
flores! Então
chamou o filho,
sentou-o no
sofá, e
perguntou:
— Meu filho, o
que está
acontecendo? Eu
adoro flores,
mas só hoje já
ganhei seis!
Onde é que você
as está pegando?
De algum jardim?
De alguma praça?
O garoto baixou
a cabeça e
contou a
verdade: que
estava comprando
de uma menina
pobrezinha e,
com os olhos
úmidos,
explicou:
— A mãe dela
está precisando
de dinheiro para
comprar remédio
para o filho
menor que está
doente e comida,
pois estão
passando fome!
Com emoção, ela
abraçou o filho:
— Por que não me
contou, Zezinho?
Eu teria
ajudado! Onde
arrumou dinheiro
para comprar as
flores?
— Da minha
mesada, mamãe.
Eu ainda tinha
um pouco de
moedas e pedi
adiantada a
mesada do mês
para o papai.
— Ah, eu o
estava julgando
mal, meu filho!
Pensei que
estivesse
roubando de
algum jardim ou
de uma praça! E
você está
ajudando alguém!
— disse a mãe,
abraçando-o.
Depois de
pensar, ela
resolveu:
— Vá buscar a
menina das
flores e traga-a
para almoçar em
casa. Vou ver o
que posso fazer
por ela e pela
família.
Satisfeito, ele
voltou correndo
até o lugar onde
estava a menina
e convidou-a
para almoçar em
sua casa, pois a
mãe gostaria de
conhecê-la.
— Você aceita?
— Com muito
prazer!
Zezinho levou-a
até sua casa e a
mãe ficou
encantada ao ver
a garota, ainda
tão pequena e já
ajudando a
família.
Sentaram-se com
ela, fazendo-lhe
companhia
enquanto
almoçava, e a
mãe de Zezinho
ia se informando
da situação em
que ela vivia.
Ao terminar de
comer, a menina,
que se chamava
Melina, disse:
— Agradeço-lhe o
almoço, Dona
Marta, mas
preciso ir
embora, porque
minha mãe deve
estar preocupada
comigo. Saí de
casa cedo e já
são dezesseis
horas!
A mãe de Zezinho
concordou com
ela e
prontificou-se a
levá-la até sua
casa. Assim,
Zezinho e a mãe
levaram Melina e
ficaram
conhecendo a mãe
dela, que
explicou:
— Estou em casa
porque meu filho
menor está
doente, caso
contrário também
estaria
trabalhando.
Fico contente de
conhecê-la e ao
seu filho
Zezinho. E, mais
do que isso,
agradeço-lhes
pela ajuda que
deram à minha
Melina.
— Pois vocês
podem contar
conosco para o
que for preciso,
Helena. Trouxe
um remédio para
febre, porque
Melina disse que
o irmão estava
com febre. Mas,
se tiver uma
receita, compro
tudo o que
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precisar
para o
pequeno. |
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— Agradeço-lhe
muito.
Realmente,
estamos
precisando de
tudo. Não só de
remédios, mas de
comida também.
Meu marido está
desempregado e
nossa situação é
muito difícil.
A mãe de Zezinho
tranquilizou-a,
afirmando-lhe
que é nossa
obrigação
ajudar-nos uns
aos outros, e
completou:
— Jesus não
disse que
devemos amar o
nosso próximo,
pois somos
irmãos? Então,
hoje é você que
precisa de
ajuda, amanhã
posso ser eu. E
aí, você é que
irá nos
ajudar!...
MEIMEI
(Recebida por
Célia X. de
Camargo, em
18/01/2016.)
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