THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
Aborto
Apresentamos nesta edição o
tema no 56 do
Estudo Sistematizado da
Doutrina Espírita, que
está sendo aqui apresentado
semanalmente, de acordo com
programa elaborado pela
Federação Espírita
Brasileira, estruturado em
seis módulos e 147 temas.
Se o
leitor utilizar este
programa para estudo em
grupo, sugerimos que as
questões propostas sejam
debatidas livremente antes
da leitura do texto que a
elas se segue.
Se
destinado somente a uso por
parte do leitor, pedimos que
o interessado tente
inicialmente responder às
questões e só depois leia o
texto referido. As respostas
correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no
final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Como o Espiritismo
conceitua o aborto praticado
sem causa justa?
2. Três erros podem se
destacar no aborto
delituoso. Quais são eles?
3. Que espécie de aborto é
admitida pela Doutrina
Espírita?
4. Que doenças podem
resultar diretamente da
prática do aborto delituoso?
5. Que conseqüências de
natureza espiritual pode o
aborto acarretar?
Texto para leitura
O aborto delituoso é a
negação do amor
1. O aborto é, no
entendimento unânime dos
Espíritos superiores, um
doloroso crime. Arrancar uma
criança ao seio materno é
infanticídio confesso. Uma
mãe ou quem quer que seja
cometerá crime sempre que
tirar a vida a uma criança
antes do seu nascimento,
porque impede ao
reencarnante passar pelas
provas a que serviria de
instrumento o corpo que se
estava formando.
2. Podem-se destacar três
erros no procedimento dessas
mães. O primeiro: impedir
que um Espírito reencarne e,
por conseguinte, progrida.
Segundo: recusar um filho
que talvez represente o
instrumento que Deus tenha
dado aos pais para ajudá-los
na jornada evolutiva,
através dos cuidados, das
renúncias, das preocupações
e trabalhos que teriam.
Terceiro: transgredir o
mandamento divino “Não
matarás” e de uma forma em
que a vítima se encontra em
situação de desigualdade,
sem a menor chance de se
defender.
3. O aborto delituoso é a
negação do amor. Esmagar uma
vida que desponta, plena de
esperança; impedir a alma de
reingressar no mundo
corpóreo; negar ao Espírito
o ensejo do reajuste,
representa, em qualquer
lugar, situação e tempo,
inominável crime, de
prolongadas e dolorosas
conseqüências para o
psiquismo humano.
4. A
Humanidade terrena
encontra-se presentemente
atacada por uma série de
males. São homicídios,
assaltos, assassínios,
doenças, fome, catástrofes,
ignorância, guerras, o que
faz com que o mundo viva em
constantes convulsões
sociais. Um crime, porém,
existe mais doloroso, pela
volúpia de crueldade com que
é praticado, no silêncio do
santuário doméstico ou no
regaço da Natureza – um
crime estarrecedor, porque a
vítima não tem voz para
suplicar piedade nem braços
robustos com que se confie
aos movimentos da reação.
Referimo-nos ao aborto
delituoso, em que pais
inconscientes determinam a
morte dos próprios rebentos,
asfixiando-lhes a existência
antes que possam sorrir para
a bênção da luz.
Moléstias de etiologia
obscura decorrem do aborto
5. Em muitos países, o
aborto sem causa justa –
e por causa justa devemos
considerar apenas o chamado
aborto terapêutico, que
objetiva salvar a vida da
gestante
–
encontra amparo na lei, mas,
de acordo com a Doutrina
Espírita, o aborto não
encontra justificativa
perante Deus, a não ser em
casos especialíssimos, como
o citado, em que o médico
honrado, sincero e
consciente entende que a
continuação da gravidez põe
em perigo a vida da
gestante. Somente ao
médico, porém, e a mais
ninguém, dá a Ciência
autoridade para emitir esse
parecer.
6. De acordo com o
ensinamento espírita, é o
aborto delituoso um dos
grandes fornecedores das
moléstias de etiologia
obscura e das obsessões
catalogáveis na patologia da
mente, que ocupam vastos
departamentos de hospitais e
prisões da Terra. A mulher
que o promove ou que venha a
coonestar semelhante delito
é constrangida, por leis
irrevogáveis, a sofrer
alterações deprimentes no
centro genésico de sua alma,
predispondo-se a dolorosas
enfermidades, como a metrite
(),
o vaginismo
(),
a metralgia
(),
o enfarte uterino ou a
tumoração cancerosa,
flagelos esses com os quais,
muita vez, desencarna,
demandando o Além para
responder, perante a Justiça
divina, pelo crime
praticado.
7. É então que se reconhece
rediviva, mas doente e
infeliz, porque, pela
incessante recapitulação
mental do ato abominável,
através do remorso, reterá
por tempo longo a
degenerescência das forças
genitais.
8. A
mulher que corrompeu
voluntariamente o seu centro
genésico – informa André
Luiz em Ação e Reação,
pp. 210 e 211 – receberá de
futuro almas que viciaram a
forma que lhes é peculiar, e
será, assim, mãe de
criminosos e suicidas,
regenerando as energias
sutis do perispírito através
do sacrifício nobilitante
com que se devotará aos
filhos torturados e
infelizes de sua carne,
aprendendo a orar, a servir
com nobreza e a mentalizar a
maternidade pura e sadia,
que acabará reconquistando
ao preço de sofrimentos e
trabalho justos.
O aborto pode ser a porta
que se fecha para os nossos
amigos
9. As conseqüências
espirituais do aborto estão
bem caracterizadas na
experiência seguinte que nos
é relatada por Suely Caldas
Schubert em seu livro
Obsessão/Desobsessão,
editado em 1981 pela
Federação Espírita
Brasileira. No cap. 9 da
terceira parte da citada
obra, Suely Schubert relata
três comunicações mediúnicas
relacionadas com o aborto e
seus efeitos.
10. A primeira é a de um
médico que, enquanto
encarnado, dedicou-se a essa
prática. Ora, o abortamento
– exceto quando realizado
para salvar a vida da
gestante posta em perigo – é
considerado um crime aos
olhos de Deus e nada há que
o justifique. O médico
desencarnado apresentou-se,
portanto, extremamente
perturbado, dizendo-se
perseguido por vários
Espíritos. Acusando-se a si
mesmo de criminoso, estava
aterrorizado com seus atos.
O arrependimento lhe chegara
já na vida espiritual; não
obstante, demonstrava muito
medo de seus perseguidores,
entre os quais se contavam
algumas das vítimas de seu
bisturi.
11. O segundo comunicante
era uma mulher que havia
morrido durante a realização
de um aborto. Atormentada
pelo remorso dessa ação,
nutria um ódio especial pelo
médico que a atendera, a
quem, agora, perseguia,
desejosa de vingança.
12. A terceira entidade a se
comunicar era também uma
mulher que cometera um
aborto em sua última
existência na Terra. Sendo
pobre e lutando com muitas
dificuldades para a
manutenção dos filhos, a
coitada desorientou-se ao
engravidar e procurou uma
forma de abortar aquele que
seria o sexto filho.
Praticado o crime, o
arrependimento foi-lhe
terrível e imediato. Jamais
ela se perdoou por esse
gesto e, desse modo, sofreu
duplamente ao carregar pelo
resto de seus dias o peso do
remorso. Sua existência foi
longa e difícil. Enfrentou
as asperezas e dificuldades
da vida e, ao fim de
prolongada moléstia,
desencarnou. O plano
espiritual reservou-lhe,
porém, uma surpresa. Ao
desencarnar, encontrou-se
com o Espírito do filho
rejeitado e grande foi seu
abalo ao verificar que ele
era um ente muito querido ao
seu coração, companheiro de
lutas do passado, que
renasceria em seu lar com a
finalidade precípua de
ajudá-la a tornar menos
amargos os seus dias.
13. Espírito de certa
elevação moral, ele há muito
lhe perdoara a atitude
infeliz, mas ela jamais se
conformou com o ato
praticado e agora, no plano
espiritual, tomara a si a
tarefa de socorrer as
pessoas tendentes a cometer
o mesmo erro, para
mostrar-lhes que o destino é
construção individual e que
o aborto, longe de ser
solução para as dificuldades
da vida, será sempre o
agravamento dos nossos
males, quando não a porta
que se fecha para os nossos
melhores amigos.
Respostas às questões
propostas
1. Como o Espiritismo
conceitua o aborto praticado
sem causa justa?
R.: No entendimento unânime
dos Espíritos superiores, o
aborto sem causa justa é um
doloroso crime. Uma mãe ou
quem quer que seja cometerá
crime sempre que, sem motivo
válido, tirar a vida a uma
criança antes do seu
nascimento.
2. Três erros podem se
destacar no aborto
delituoso. Quais são eles?
R.: O primeiro: impedir que
um Espírito reencarne e, por
conseguinte, progrida.
Segundo: recusar um filho
que talvez represente o
instrumento que Deus tenha
dado aos pais para ajudá-los
na jornada evolutiva,
através dos cuidados, das
renúncias, das preocupações
e trabalhos que teriam.
Terceiro: transgredir o
mandamento divino “Não
matarás”.
3. Que espécie de aborto é
admitida pela Doutrina
Espírita?
R.: É o chamado aborto
terapêutico, que objetiva
salvar a vida da gestante
posta em perigo com a
continuação da gestação.
4. Que doenças podem
resultar diretamente da
prática do aborto delituoso?
R.: Segundo o ensinamento
espírita, o aborto delituoso
é um dos grandes
fornecedores das moléstias
de etiologia obscura e das
obsessões catalogáveis na
patologia da mente, que
ocupam vastos departamentos
de hospitais e prisões da
Terra. A mulher que o
promove ou que venha a
coonestar semelhante delito
é constrangida, por leis
irrevogáveis, a sofrer
alterações deprimentes no
centro genésico de sua alma,
predispondo-se a dolorosas
enfermidades, como a
metrite, o vaginismo, a
metralgia, o enfarte uterino
ou a tumoração cancerosa,
flagelos esses com os quais,
muita vez, desencarna,
demandando o Além para
responder, perante a Justiça
divina, pelo crime
praticado.
5. Que conseqüências de
natureza espiritual pode o
aborto acarretar?
R.: A obsessão e o
sofrimento moral são algumas
das conseqüências de ordem
espiritual ocasionadas pelo
aborto delituoso. Suely
Caldas Schubert trata do
assunto em seu livro
Obsessão/Desobsessão,
terceira parte, cap. 9.
Bibliografia:
O Livro dos
Espíritos,
de Allan
Kardec, itens 358 e 359.
Vida e Sexo,
de Emmanuel,
psicografado por Francisco
Cândido Xavier, 6a
edição, p. 76.
Luz no Lar,
de Autores diversos,
psicografado por Francisco
Cândido Xavier, 3a
edição, pp. 54 e 55.
O Pensamento
de Emmanuel,
de Martins Peralva, 2a
edição, pp. 124 a 126.
Após a
Tempestade,
de Joanna de
Ângelis, psicografada por
Divaldo P.Franco, 2a.
edição, pp. 67 e 68.
Ação e
Reação,
de André
Luiz, psicografado por
Francisco Cândido Xavier, 8a.
edição, pp. 210 e 211.