A unicidade das
existências é
injusta e ilógica
1. A
reencarnação se
baseia nos
princípios da
misericórdia e da
justiça de Deus:
·
Na misericórdia
divina
porque, assim como o
bom pai deixa sempre
uma porta aberta a
seus filhos
faltosos,
facultando-lhes a
reabilitação, também
Deus – por
intermédio das vidas
sucessivas – dá
oportunidade para
que os homens possam
corrigir-se, evoluir
e merecer o pleno
gozo de uma
felicidade
duradoura.
·
Na justiça divina
porque os erros
cometidos e os males
infligidos ao
próximo devem ser
reparados em novas
existências, a fim
de que,
experimentando os
mesmos sofrimentos,
os homens possam
resgatar seus
débitos e
conquistar, assim, o
direito de ser
felizes.
2. A
unicidade das
existências é
injusta e ilógica,
pois não atende às
sábias leis do
progresso
espiritual:
·
É injusta
porque grande parte
dos erros humanos é
resultante da
ignorância e, numa
única existência,
não nos é possível o
resgate dos nossos
erros,
principalmente
quando o
arrependimento nos
sobrevém quase no
findar da
existência. É
preciso dar
oportunidades ao
arrependido, para
que ele comprove sua
sinceridade por meio
das necessárias
reparações.
·
É ilógica
porque não pode
explicar as
gritantes diferenças
de aptidões das
criaturas humanas
desde a infância, as
idéias inatas e os
instintos precoces,
bons ou maus,
independentemente do
meio em que a pessoa
tenha nascido.
3. As reencarnações
representam para as
criaturas
imperfeitas valiosas
oportunidades de
resgate e de
progresso
espiritual.
4. Rejeitando-se a
doutrina da
reencarnação,
perguntar-se-ia
inutilmente por que
certos homens
possuem talento,
sentimentos nobres,
aspirações elevadas,
enquanto muitos
outros só tiveram em
partilha tolices,
paixões e instintos
grosseiros.
A reencarnação nos
permite compreender
as diferenças
sociais
5. A
influência dos
meios, a
hereditariedade, as
diferenças de
educação – como
todos sabem – não
bastam para explicar
essas e outras
anomalias que
deparamos no
contexto social,
porque temos visto
membros de uma mesma
família semelhantes
pela carne e pelo
sangue, e educados
nos mesmos
princípios,
diferençarem em
inúmeros pontos.
6. Personagens
célebres e estimados
têm descendido de
pais obscuros
destituídos até
mesmo de valor
moral, e o oposto
também se tem visto,
ou seja, filhos
inteiramente
depravados nascerem
de pais honrados e
respeitáveis.
7. Por que para uns
vem a fortuna, a
felicidade
constante, e para
outros a miséria, a
desgraça inevitável?
Por que a uns é
concedida a força, a
saúde, a beleza,
enquanto outros se
debatem com as
doenças e a
fealdade? Por que a
inteligência e o
gênio aqui, e acolá
a imbecilidade? Por
que existem raças
tão diversas? E umas
são tão atrasadas
que parecem mais
próximas da
animalidade do que
da humanidade! Por
que pessoas nascem
enfermas, cegas, com
retardo mental,
deficiências físicas
ou deformidades
morais, que parecem
desmentir a bondade
de Deus? Por que uns
morrem ainda no
berço, outros na
mocidade, enquanto
muitos só deixam o
palco terreno na
decrepitude? Donde
vêm os meninos
prodígios e os
superdotados,
enquanto pessoas há
que não deixam a
mediocridade nem
mesmo quando se
tornam adultas?
8. Questões dessa
ordem podem ser
multiplicadas ao
infinito, tratando
não só de nossa
situação presente,
mas também do
passado e do que nos
aguarda no futuro.
Sem a admissão da
reencarnação, não se
compreende, por
exemplo, que futuro
estará reservado a
um canibal logo que
finda sua existência
corporal. Se for
para o céu, que é
que fará ali? Se for
condenado ao
inferno, por que
aplicar uma pena tão
dura a um ser tão
primitivo? E os
bebês, para onde
irão depois da morte
corpórea? Crescerão
em sua nova morada?
Aprenderão a ler,
progredirão, ou
ficarão estacionados
para sempre na
condição de bebês?
A metempsicose é um
equívoco que o
Espiritismo não
admite
9. A
reencarnação é o
instrumento que o
Criador nos concede
para atingirmos a
meta da nossa
evolução, do nosso
progresso individual
e do mundo em que
vivemos. Não se
deve, contudo,
confundi-la com a
metempsicose, porque
a reencarnação da
criatura humana só
se dá na espécie
humana, enquanto a
doutrina da
metempsicose, que o
Espiritismo não
aceita em nenhuma
hipótese, admite a
retrogradação, ou
seja, a encarnação
da alma humana em
corpos de animais e
vice-versa.
10. A
Doutrina Espírita é,
no tocante a esse
assunto, bastante
precisa: o homem
pode estacionar, mas
nunca retroceder na
sua caminhada rumo à
perfeição. A
doutrina da
reencarnação, tal
como ensinada pelo
Espiritismo, se
funda na marcha
ascendente da
Natureza e no
progresso do homem,
dentro de sua
própria espécie. Ele
pode, numa
existência futura,
renascer em um meio
mais humilde, mais
singelo, menos
dotado de recursos
materiais, mas será
sempre ele mesmo,
com a inteligência e
as virtudes
adquiridas ao longo
do tempo por seu
Espírito.
11. A
doutrina da
metempsicose, embora
constitua um
equívoco, tem sua
origem num fato
verdadeiro, que é a
passagem da alma, em
seu processo
evolutivo, pelos
reinos inferiores da
Natureza. Nesse
processo, a alma
humana um dia passou
pelo reino animal,
mas a ele não
voltará mais, porque
faz parte agora da
humanidade – o
chamado reino
hominal – e não
existe nenhuma
possibilidade de
reencarnar em corpos
de criaturas
pertencentes aos
reinos inferiores
àquele em que hoje
se encontra.
12. O Espírito só
chega ao período de
humanidade depois de
se haver elaborado e
individualizado nos
diversos graus dos
seres inferiores da
Criação, como é
ensinado na obra de
Kardec, de Delanne e
de André Luiz.
(Leia-se a respeito
desse tema o livro
“Evolução em Dois
Mundos”, de André
Luiz, psicografado
por Francisco
Cândido Xavier e
Waldo Vieira, bem
como “A Evolução
Anímica”, de Gabriel
Delanne.)
Respostas às
questões propostas
1. Em que princípios
se fundamenta a
doutrina da
reencarnação?
R.: A reencarnação
se baseia nos
princípios da
misericórdia e da
justiça de Deus.
2. Por que o
Espiritismo diz que
a unicidade das
existências é
injusta e ilógica?
R.: A unicidade das
existências é
injusta e ilógica
porque não atende às
sábias leis do
progresso
espiritual.
3. Que é que a
reencarnação
representa para os
homens,
especialmente os
muito imperfeitos?
R.: Ela representa
para as criaturas
imperfeitas valiosas
oportunidades de
resgate e de
progresso
espiritual.
4. O Espiritismo, ao
ensinar a lei que
rege as vidas
sucessivas, apóia
também a doutrina da
metempsicose?
R.: Não. A
reencarnação da
criatura humana só
se dá na espécie
humana, ao passo que
a doutrina da
metempsicose, que o
Espiritismo não
aceita em nenhuma
hipótese, admite a
retrogradação, ou
seja, a encarnação
da alma humana em
corpos de animais, o
que é materialmente
impossível.
5. Em que momento e
condição a alma
ingressa no chamado
período de
humanidade, em que
passa a encarnar na
espécie humana?
R.: O Espírito só
chega ao período de
humanidade depois de
se haver elaborado e
individualizado nos
diversos graus dos
seres inferiores da
Criação, como é
ensinado na obra de
Kardec, de Delanne e
de André Luiz.
Bibliografia:
O
Livro dos Espíritos,
de
Allan Kardec,
questões 222 e 613.
O
Problema do Ser, do
Destino e da Dor,
de
Léon Denis, págs.
164 e 165.
Depois da Morte,
de
Léon Denis, págs.
134 e 135.
A
Evolução Anímica,
de Gabriel Delanne.
Evolução em Dois
Mundos,
de
André Luiz,
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier, págs. 35,
36, 52 e 53.