quase ou mais de
uma década de
recepção. Esse
material ficou
guardado durante
todo esse tempo
e agora surge em
momento oportuno
para o movimento
espírita, tal a
atualidade dos
temas. Conte-nos
sobre a recepção
do livro e a
oportunidade da
publicação.
Desde os vinte
anos desenvolvi
as mediunidades
de psicofonia e
psicografia.
Desde então as
exercito em
reuniões
públicas e
privadas em
centros
espíritas.
Nessas
atividades as
mensagens são
dirigidas
diretamente à
pessoa
interessada ou
que os Espíritos
indicam. Em
algumas dessas
reuniões
recebemos
mensagens que se
destinam ao
interesse comum.
Algumas delas
ficaram em meu
arquivo e alguns
confrades
tomaram
conhecimento
delas, entre
eles, Sidney
Frances
Fernandes,
dedicado
militante do
movimento
espírita de
Bauru-SP, que as
colecionava,
especialmente as
transmitidas
pelo Espírito
Hilário Silva.
No prefácio do
livro ele
explica o
porquê. Pois
bem, a
publicação das
mensagens em
livro se deve à
sua insistência
e dedicação
nesse objetivo.
O Consolador:
Interessante sua
abordagem no
início do livro
sobre o Espírito
Hilário Silva.
Comente com
nossos leitores
sobre essa
experiência.
Começamos a
psicografar
algumas
histórias em
que, ao final, o
Espírito se
identificava
como Hilário
Silva. Várias
foram
transmitidas,
mas passado
algum tempo a
transmissão
cessou. Como eu
gostava do
estilo e as
conclusões que o
Espírito
apresentava,
certa feita,
mentalmente,
indaguei ao
mentor
espiritual
Carlos por que
elas tinham
cessado. Ele não
deu o motivo,
mas disse-me
que, como
Espírito, ainda
que "encarnado",
deveria também
desenvolver
minhas
potencialidades,
inclusive a de
escrever, e
passou uma
"receitinha" que
está no livro.
O Consolador: Em
2009, o valoroso
Sebastião Paiva
completa um
século de
existência,
ainda residindo
na cidade
paulista de
Bauru. Fale-nos
sobre esse
importante
personagem de
sua existência.
Como relato no
livro, em
capítulo
especial,
Sebastião Paiva,
meu tio, foi um
marco de luz em
minha atual
encarnação.
Quando me
debatia com os
conflitos
próprios da
adolescência,
ele colocou em
minhas mãos o
primeiro livro
espírita: Do
Calvário ao
Infinito,
psicografado
pela
extraordinária
médium Zilda
Gama e de
autoria do
Espírito Victor
Hugo. Sebastião
Paiva fundou, em
Bauru, as
instituições
espíritas:
Sociedade
Beneficente
Cristã, de
amparo a idosos,
viúvas e doentes
mentais, com
instalações
adequadas e
separadas umas
das outras; a
Sociedade de
Proteção à
Maternidade e à
Criança, de
assistência e
educação aos
órfãos ou
abandonados
pelos pais;
Sociedade
Espírita de
Beneficência
Rural, de
assistência e
educação a
meninos órfãos
ou abandonados
pelos pais.
Desde a sua
aposentadoria na
antiga Companhia
Paulista de
Estrada de
Ferro, após
trinta anos de
serviço, sendo
solteiro,
dedicou-se
integralmente a
essas
instituições
espíritas. No
mês de abril de
2009, o seu
corpo físico
completará cem
anos de
existência. Ele
ainda permanece
residindo na
Sociedade
Beneficente
Cristã.
E lúcido, sempre
procura saber
como "vão as
coisas".
O Consolador:
Seu livro presta
homenagem ao
Paiva, inclusive
com esboço
biográfico. O
lançamento de
seu livro
praticamente
coincide com o
centenário de
Paiva. Podemos
crer que não foi
mera
coincidência, em
face das
qualidades do
homenageado. Em
sua opinião,
qual foi a
influência mais
marcante de
Paiva no
movimento
espírita de
Bauru?
Sem dúvida, foi
na área da
assistência e
promoção social.
Ele enfatizou
sempre a
afirmação dos
Espíritos em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo, de
Allan Kardec:
"Fora da
caridade não há
salvação". Ele
viveu e vive
para essa ação.
Também tem sido
dedicado
estudioso do
Espiritismo. Foi
um dos pioneiros
na divulgação do
esperanto em
Bauru e região.
Durante muitos
anos foi
delegado da UEA
- Universala
Esperanto
Asocio, com sede
em Roterdã, na
Holanda. Com
ele, também,
aprendi o
esperanto, o
idioma
internacional.
O Consolador:
Paiva também
fundou no
município
paulista de Dois
Córregos o Lar
Tito Paiva. Tito
é outro
trabalhador
espírita?
Fale-nos sobre
ele. E foram
duas as
instituições
fundadas por
Paiva?
Sim. Ele fundou,
em 1936, com
Ângelo Rico,
apelidado Tito,
a Sociedade
Espírita de
Assistência
Social com a
finalidade de
distribuir
gêneros
alimentícios às
famílias
carentes. Diz
ele que, nessa
época, redigiu e
encaminhou uma
carta para todos
os centros
espíritas do
Brasil, dos
quais tinha
o endereço,
incentivando a
criação da
assistência
social. Na
ocasião recebeu
uma resposta, em
longa carta, do
professor
Herculano Pires.
Então, ao longo
dos anos
trocaram
correspondências
e quando
Herculano
proferia
palestras em
Bauru ele não as
perdia. Nos dias
atuais a
instituição
fundada está em
plena atividade
e teve
acrescentado o
nome: Lar Tito e
Paiva.
O Consolador:
Você continua
psicografando
mensagens dos
Espíritos que
constam em seu
livro
recém-lançado?
Em caso positivo
ou negativo,
comente sobre
tais percepções
em vista da
presença de tais
Espíritos.
A vida é
dinâmica, as
mudanças ocorrem
tanto em nosso
mundo físico
quanto nas
esferas
espirituais.
Alguns daqueles
Espíritos não
mais têm
transmitido
mensagens.
Alguns,
possivelmente,
direcionaram-se
a outras
atividades, bem
como podem, até,
ter reencarnado.
Durante o
processo de
captação das
mensagens de
Espíritos
benfeitores, o
"clima psíquico"
sempre é muito
bom. Como sou
médium em que o
processo da
psicografia
oscila entre a
psicografia
semimecânica e a
intuitiva, basta
apenas
"acompanhar" o
fluxo dos
pensamentos.
Diferentemente
de quando eu
tenho que
redigir, pois
exige esforço
consciente de
elaboração,
estruturação e
preocupação com
a forma de
exprimir o meu
pensamento.
O Consolador: O
movimento
espírita de
Bauru e região
sempre foi de
muito dinamismo.
Nomes
influentes, em
diferentes
épocas,
estiveram e
estão nessa
imensa região.
No presente,
podemos citar
Simonetti, Nazil,
entre outros
conhecidos ou
anônimos. No
passado, o
próprio Paiva,
já citado, e os
valorosos tio e
sobrinhos da
família
Previdello. Qual
sua visão sobre
a atuação desses
tarefeiros
espíritas?
Sebastião Paiva
e Roberto
Previdello,
inegavelmente,
estão entre os
pioneiros
espíritas dessa
região. Foram,
juntamente com
corajosos
(naquela época
precisava ser
corajoso)
companheiros, os
desbravadores e
semeadores do
Espiritismo,
pela divulgação
do livro
espírita e na
área da
assistência e
promoção social.
Roberto
Previdello
colaborou
intensamente
para a fundação
da USE - União
das Sociedades
Espíritas do
Estado de São
Paulo.
Previdello teve
dois sobrinhos
que se
destacaram no
movimento
espírita de
Bauru e
especialmente no
movimento da
mocidade
espírita: Ademar
Previdello,
excelente
expositor
espírita, e João
Durval
Previdello, que
desencarnou
ainda jovem (no
livro há uma
mensagem sua) e
que atuou na
USE, mais
especificamente
no então 23º
Conselho
Regional
Espírita,
hoje USE
Regional Bauru.
Fomos
companheiros na
mocidade
espírita de
Bauru.
O Consolador: Os
Espíritos
autores de seu
livro, entre
eles Cairbar
Schutel, Meimei
e Leopoldo
Machado, ditaram
mensagens de
profundo
significado
espiritual. São
Espíritos
notadamente
dedicados à
causa espírita
desde quando
encarnados. Como
despertar o
movimento
espírita para a
necessidade do
trabalho
espírita, em
apelos expostos
em sua como em
tantas
outras obras,
diante da
resistência e
muitas vezes
indiferença
diante da
mensagem
marcante de
imortalidade
trazida pelo
Espiritismo,
como através dos
textos trazidos
por aqueles
Espíritos?
Com a
persistência na
divulgação da
Doutrina
Espírita
codificada por
Allan Kardec.
Sem dúvida, as
formas de
divulgação da
doutrina vão se
ampliando, seja
quanto aos
recursos de
mídia e
quanto às
reflexões que o
Espiritismo nos
proporciona ante
a problemática
da vida. É
importante
prosseguir com
um trabalho
consciente
sério, não
apelativo, mas
seguro e firme
nos propósitos
nobres e
elevados da vida
que a Doutrina
Espírita revela
e desvela.
O Consolador:
Fale-nos também
de sua
experiência como
palestrante e
como integrante
dos esforços da
USE estadual.
Estimulado por
meu tio,
Sebastião Paiva,
comecei a fazer
pequenas
palestras,
relatando
histórias de
Humberto de
Campos,
Emmanuel, André
Luiz e outros,
psicografadas
pelo nosso
querido Chico
Xavier, para os
irmãos idosos da
Sociedade
Beneficente
Cristã.
Prossegui com
palestras na
Mocidade
Espírita de
Bauru. Minha
primeira
palestra fora de
Bauru foi na
cidade de Jaú, a
convite do então
juiz de direito
da cidade, Dr.
Luiz Francisco
Giglio, com o
tema: Os três
aspectos da
Doutrina
Espírita. As
minhas
atividades na
USE se iniciaram
em Bauru, na
antiga UMEB -
União Municipal
Espírita de
Bauru. Com a
minha mudança
para a cidade de
Lins passei a
participar da
União das
Sociedades
Espíritas
Intermunicipal
de Lins, onde ao
longo dos anos
assumi vários
cargos. Também
na gestão do
confrade Antonio
César Perri de
Carvalho fui
diretor do
departamento de
doutrina da USE
São Paulo, e
atualmente sou
um dos membros
desse
departamento.
Ainda "estou"
presidente da
Use Regional
Bauru.
O Consolador: E
a Casa Espírita
de Lins? Quando
foi fundada? Por
quem? E como
estão suas
atividades?
A Casa dos
Espíritas foi
fundada em 7 de
janeiro de 1945,
sob a
denominação de
União Espírita
de Lins - Deus,
Cristo e
Caridade – UEL,
mudando-se
seu nome para
Casa dos
Espíritas em 15
de setembro de
1968, pois com a
criação da União
Municipal
Espírita de Lins
- UMEL
iniciaram-se as
confusões, por
ocasião de
convocação de
reuniões, entre
as siglas UEL e
UMEL. Atualmente
a instituição
procura
desenvolver as
suas atividades
na realização
dos seus
objetivos:
estudo e
divulgação do
Espiritismo,
atendimento a
encarnados e
desencarnados
e o estímulo à
vivência cristã,
através dos seus
departamentos
específicos.
Podemos dizer
que em nenhum
dia da semana as
portas do centro
permanecem
fechadas, pois
acompanhamos
Emmanuel/Chico
Xavier quando
afirmam: o
centro espírita
deve ser
hospital, escola
e oficina de
trabalho.
O Consolador:
Suas palavras
finais.
Que saibamos
todos valorizar
as oportunidades
de trabalho que
o Espiritismo
nos proporciona,
tendo a mesma
alegria e
determinação na
construção do
bem, empunhando
a vassoura que
higieniza ou a
tribuna que
orienta e
esclarece. Cada
oportunidade de
ação no
movimento
espírita é
sempre valiosa e
não podemos
desperdiçá-la.