José Eurípedes
Garcia:
“As ideias
espíritas
encontram maior
resistência na
população mais
privilegiada,
mais rica”
O confrade
paulista fala de
sua experiência
internacional na
divulgação do
Espiritismo e
sobre as ações
do Conselho
Espírita
Internacional
(CEI), de que é
um dos
colaboradores
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José Eurípedes
Garcia (foto),
presidente do
Centro Espírita
Luz, Caridade e
Amor, situado em
Igarapava, no
interior do
Estado de São
Paulo,
economista e
administrador de
empresas, é
natural da
referida cidade
paulista, onde
reside.
Espírita de
nascimento, tem
colaborado com
as ações do
Conselho
Espírita
Internacional
(CEI), em razão
de sua fluência
verbal e escrita
no tocante ao
idioma espanhol.
Conheçamos sua
experiência.
|
O Consolador:
Nas ações do
ConselhoEspírita
Internacional,
em quais
atividades
principais o
amigo está
envolvido? |
Minha
participação é
simbólica, pois
a distância e a
necessidade de
constantes
deslocamentos
não me permitem
uma participação
mais ativa.
Tenho colaborado
na parte
administrativa/financeira
e ultimamente
estou envolvido
no projeto de
implantação de
uma filial do
CEI na Europa,
visando a uma
maior facilidade
para a
divulgação do
livro espírita
naquele
continente.
O Consolador:
Quantos países o
amigo já visitou
integrando ações
do CEI? Nessas
visitas, qual
país lhe ficou
mais marcado na
memória?
Tenho visitado
muitos países
levando a
bandeira da
causa espírita,
efetuado
inúmeras
conferências, em
especial nos
países de língua
espanhola; no
entanto pelo CEI
tenho somente
participado de
reuniões
administrativas realizadas
com
representantes
dos vários
países, havendo
visitado, em
conjunto com a
Secretaria
Geral, a Suíça e
a Espanha. Nas
visitas como
conferencista, o
país que mais me
marcou foi o
movimento
espírita da
Guatemala.
Naquele país a
carência de
recursos é
imensa, no
entanto a fé e a
disposição para
ouvir a mensagem
espírita são
simplesmente
impressionantes.
O Consolador: O
que mais lhe
chama a atenção
nos países
visitados?
O que mais me
chama atenção é
a carência de
recursos, quando
comparada com as
condições vistas
no Brasil. Na
Europa o
movimento
espírita, à
exceção de
Portugal e
Espanha, é
movido por
brasileiros
espíritas
residentes
naqueles países
e que lentamente
estão
implantando as
ideias
espíritas. Na
América Latina,
os movimentos
locais vão
ganhando força e
crescendo de
forma ordenada e
com ótimas
perspectivas.
O Consolador:
Nas traduções de
obras para
outros idiomas,
quantas já foram
traduzidas pelo
CEI e quantas
estão em
andamento?
Existe um grande
esforço para a
tradução de
obras espíritas
para outros
idiomas, tarefa
difícil pelas
nuances
regionais dos
vários idiomas
existentes no
mundo.
Primeiramente
houve um foco
nas obras de
Kardec;
atualmente o
CEI, sem
abandonar a
codificação,
está traduzindo
obras de Chico
Xavier, havendo
traduzido 8
títulos para o
russo, 13 para o
espanhol, 25
para o francês,
12 para o
inglês, 2 para o
alemão e 1 para
o húngaro.
O Consolador:
Relate uma
experiência
internacional
de grande
significado como
motivação para o
trabalho dos
espíritas que se
empenham na
divulgação do
Espiritismo,
comparando-se as
facilidades
brasileiras e as
dificuldades
internacionais.
A experiência
mais marcante
foi uma visita
de 22 dias na
Guatemala, onde
efetuamos
conferências em
diferentes
ambientes, desde
a Universidade
até aldeias
isoladas do
contato com a
civilização.
Efetuamos
conferências
onde pessoas
CAMINHARAM mais
de 12 horas para
chegar ao local
da conferência e
pediam-nos que
falássemos
muito, pois
chegavam
cansadas, sem
dormir, e
queriam aprender
bastante para
compensar o
esforço. Pessoas
analfabetas,
outros que
sabiam ler, mas
não tinham
livros nem
condições
financeiras para
comprá-los.
Nestas condições
chegamos a
proferir
palestras para
público superior
a 700 pessoas,
em locais
totalmente
isolados.
O Consolador: De
que forma a
cultura de cada
país influi na
disseminação do
pensamento
espírita?
Preconceitos,
cultura avançada
significam mesmo
dificuldades e
facilidades
respectivamente.
As ideias
espíritas
encontram maior
resistência na
população mais
privilegiada,
mais rica. Como
a palavra de
Jesus, a
doutrina
espírita é mais
receptiva nas
pessoas mais
simples e
humildes. Assim
a doutrina
espírita deve
chegar ao
público, ao
povo, sem se
preocupar muito
com a
intelectualidade,
sem desprezar
esta, é óbvio.
O Consolador: No
caso dos grupos
indígenas da
Guatemala, de
que forma eles
assimilam os
ensinamentos do
Espiritismo?
Esses grupos
assimilam melhor
o aspecto
religioso da
doutrina e em
segundo lugar
está a parte
filosófica. A
palavra de
Jesus, com o
enfoque
espírita, é o
ponto culminante
dessa
assimilação.
Existe a Cadena
Heliosófica de
Guatemala que
reúne mais de
200 "escolas"
espíritas, onde
se pratica e
estuda a
Doutrina, nos
mais variados
rincões do país,
e onde o
Evangelho é a
obra básica mais
divulgada.
O Consolador:
Comparando os
continentes do
planeta e
excluindo o
Brasil, qual
país ou região
pode ser
considerado o
que mais
assimilou o
pensamento
espírita?
Fora do Brasil,
o país com o
maior movimento
espírita é
Portugal, com
mais de 200
Centros
Espíritas. Na
América Latina,
um destaque
especial para a
Colômbia, que
possui um
movimento muito
bem estruturado.
Sua Confederação
desenvolve um
trabalho digno
de ser
observado.
O Consolador: A
internet tem
facilitado a
comunicação,
inclusive do
Espiritismo. Mas
a barreira
linguística tem
sido obstáculo
para a maior
expansão da
doutrina em
outros idiomas?
Sem nenhuma
dúvida, a
internet tem
sido um grande
veículo, que
somente não tem
maior expansão,
em primeiro
lugar, porque
poucas pessoas,
relativamente,
têm acesso à
internet e, em
segundo lugar, o
fator idioma
também é um
obstáculo muito
grande.
O Consolador:
Suas palavras
finais.
Queria
aproveitar para
agradecer a
oportunidade de
ser
entrevistado,
rogando a Jesus
que nos cubra
com sua proteção
espiritual e que
a mensagem
espírita alcance
o maior número
possível de
corações.
Nota:
Os que quiserem
corresponder-se
com o confrade
José Eurípedes
Garcia, podem
fazê-lo por
intermédio deste
e-mail: euripedes@sernet.com.br