Jason de
Camargo:
“O
aprimoramento
dos valores
humanos é
imprescindível
na evolução
espiritual da
sociedade”
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Experiente
dirigente
espírita e
ex-presidente da
FERGS –
Federação
Espírita do Rio
Grande do Sul,
Jason de
Camargo, autor
do livro
Educação dos
Sentimentos,
tece algumas
considerações a
respeito desse
tema e suas
consequências
para os homens
e, em especial,
para os
espíritas.
O Consolador:
Quando e como
conheceu a
Doutrina
Espírita?
Nasci em família
espírita. Meu
pai foi até
mesmo presidente
de Centro
Espírita.
O Consolador:
Participa de
qual
Centro Espírita
e em quais
atividades
|
tem atuado? |
Nasci em
Frederico
Westphalen-RS,
mas atualmente
resido em Porto
Alegre, onde
participo da
Sociedade
Espírita Caminho
da Luz. Sou
membro do
Conselho
Deliberativo
dessa
Instituição e do
grupo de
expositores.
Dedico-me,
também, no
momento, à
elaboração de um
novo livro.
O Consolador:
Continua
realizando
palestras sobre
o tema educação
dos sentimentos?
Qual o objetivo
principal dessas
atividades?
Sim, em todo o
Brasil. Meu
objetivo é
auxiliar o ser
humano a
modificar
paradigmas
comportamentais
que o
infelicitaram
por tanto tempo
e que produziram
sofrimentos
infindos.
O Consolador:
Que experiências
ou lições tem a
relatar destes
estudos?
Tenho observado,
por experiência,
que houve uma
grande aceitação
desse tema,
justamente por
tocar nas
necessidades
humanas. A maior
lição que
podemos retirar
desses estudos é
um conhecimento
muito maior de
nossas emoções e
dos nossos
sentimentos,
obtendo uma
maior
consciência
sobre o que
fazemos e
pensamos. E a
consciência é
que é o agente
de nossas
mudanças.
O Consolador:
Sua atuação no
Movimento
Espírita
destaca-se por
suas frequentes
atividades
doutrinárias,
tanto nas
palestras como
nos seminários.
Qual sua
principal
motivação para
realizá-las?
Cada pessoa já
traz certas
obrigações
reencarnatórias.
Cada uma na sua
área de
responsabilidade.
No meu caso
específico,
sempre atuei no
campo
administrativo e
nas atividades
doutrinárias. A
exposição
através de
seminários e
palestras foi
chegando mais
intensamente com
o tempo e fui
até mesmo
alertado
espiritualmente
para essa
tarefa, o que
procuro fazer
com muito
carinho e dentro
de minhas
possibilidades.
O Consolador:
Além de diversos
artigos
publicados,
quais livros
seus já foram
editados?
Na área
profissional
(bacharel em
química,
professor e
perito
criminalístico)
tenho dois
livros:
Química Geral
e Química
Orgânica. Na
área espírita:
Educação dos
Sentimentos
e Divaldo
Franco – A
História de um
Humanista.
Como os direitos
autorais dessas
obras foram
doados,
desconheço suas
tiragens.
O Consolador:
Qual o
retorno dos
leitores e
dirigentes
espíritas que
tiveram contato
com seu livro
Educação dos
Sentimentos?
O retorno tem
sido muito além
de minhas
expectativas, o
que denota a
importância do
tema levantado.
Por onde passo
recebo alusões
significativas
sobre o conteúdo
e, por
consequência, do
grande benefício
que esse livro
tem produzido
nas pessoas. E
isso tem sido em
todo o Brasil e
até fora dele,
visto que ele já
se encontra na
segunda edição
em língua
espanhola. É
comum eu receber
a notícia de que
o livro
Educação dos
Sentimentos
tem sido motivo
de estudo em
grupo nos
centros
espíritas tanto
do Brasil como
de outros países
da América do
Sul ou, ainda,
como auxiliar na
elaboração de
palestras
doutrinárias.
O Consolador:
Qual a
importância da
educação dos
sentimentos para
o trabalhador
espírita e para
as atividades
das Instituições
Espíritas?
Primeiramente
devemos
salientar que a
educação dos
sentimentos é
matéria
constante das
obras básicas da
Doutrina
Espírita. O
aprimoramento
dos valores
humanos é
imprescindível
na evolução
espiritual da
sociedade
contemporânea.
Os espíritas e
suas
instituições não
estão
dissociados
dessa realidade.
Os espíritas,
pelo
conhecimento que
já conseguiram,
estão altamente
comprometidos
com o processo
evolutivo de si
mesmos e também
com o de seu
próximo. As
nossas
Instituições
representam
felizes
oportunidades
para o
estabelecimento
de relações
sociais
produtivas ao
bem comum. Como
aguardar um
Centro Espírita
aprimorado sem o
aprimoramento de
seus
trabalhadores? E
como esperar um
trabalhador
espiritualizado
sem a educação
de seus
sentimentos? Com
a educação moral
tudo melhora na
Organização
Espírita, desde
os
relacionamentos
interpessoais
até as questões
administrativas
e também
vibratórias das
instituições.
Todos serão
beneficiados com
a educação dos
sentimentos,
desde os
trabalhadores
até os
frequentadores
do Centro.
O Consolador:
Há algo que
poderia relatar
como
contribuição
para o Movimento
Espírita?
Chegou a hora da
vivência daquilo
que já
aprendemos. O
“instruí-vos”
está indo
relativamente
bem. Precisamos
melhorar um
pouco mais no
“amai-vos”.
Necessitamos
entender que não
há união dos
espíritas, em
torno de um
objetivo comum,
sem as bases
reais dos
sentimentos
nobres.
Necessitamos
aprimorar bem
mais o “campo
vibratório” de
nossas
Instituições e
isso somente
acontecerá se
realmente nos
amarmos. Quantos
melindres e
discussões
estéreis seriam
abortados pela
fragrância
sublime do
“amai-vos uns
aos outros”? Eu
vejo, portanto,
que há uma
necessidade de
trabalharmos
mais a harmonia,
a paz e os
demais valores
espirituais em
nossas
organizações
espíritas para
que elas
desenvolvam mais
integralmente
suas obrigações
sociais e
espirituais.
O Consolador:
Qual sua visão
da evolução do
movimento
espírita no Rio
Grande do Sul e
no Brasil?
Observamos que
depois do
advento do
Estudo
Sistematizado da
Doutrina
Espírita e das
reuniões do
Conselho
Federativo
Nacional da FEB,
o Movimento
Espírita
Brasileiro tomou
um novo rumo,
ficou com uma
estrutura bem
mais sólida. As
trocas de
experiências
entre as
Federativas
estaduais foram
altamente
significativas
para o Movimento
como um todo.
Essas trocas
irão aos poucos
atingindo a
ponta do
sistema, que são
os Centros
Espíritas e as
comunidades que
os rodeiam. No
entanto, há que
melhorar ainda a
aproximação das
Instituições
Espíritas com as
Federativas
estaduais, bem
como ampliar,
consideravelmente,
a área da
comunicação
social.
O Consolador:
Tem tido
oportunidade de
avaliar o
crescente
interesse pelo
Espiritismo?
Quais suas
principais
conclusões?
Observo o
crescente
interesse pelo
conhecimento dos
princípios
espíritas. No
Brasil, por
exemplo, já mais
de 50% das
pessoas
acreditam na
reencarnação,
outros tantos
aceitam a
comunicabilidade
dos Espíritos, e
assim por
diante. Não se
dizem espíritas,
mas aceitam os
seus postulados.
Allan Kardec,
por sinal, já
alertava que no
futuro as
pessoas de
outros credos
aceitariam o
ensino
espírita. A
verdade tende
cada vez mais a
se universalizar
em nosso planeta
e, com esse
aumento de
adeptos,
aumentam as
nossas
responsabilidades.
O Consolador:
Como o amigo tem
encarado as
manifestações em
torno do
centenário de
nascimento de
Chico Xavier e o
lançamento de
filmes e livros
sobre ele e sua
obra?
Primeiramente
temos que
considerar que
após o advento
da Doutrina
Espírita as
obras que
realmente
serviram de
complemento ao
Espiritismo
foram, sem
dúvida alguma,
aquelas surgidas
através da
psicografia
luminosa de
Chico Xavier. E
ele dignificou a
sua missão com
uma conduta
moral
irretorquível.
Allan Kardec já
havia assinalado
que missionário
não é aquele que
recebe uma
tarefa, mas sim
aquele que se
desincumbe
satisfatoriamente
dela. E isso
aconteceu com
Chico Xavier. O
que estamos
vendo é um
tributo geral a
um homem que
auxiliou a
iluminar a
sociedade
terrena, através
de sua
disciplina
férrea, da sua
sabedoria e do
seu amor. A
comunicação bem
utilizada é uma
bênção para a
sociedade. Vemos
nesse episódio
atual das
homenagens e do
lançamento de
filmes uma forma
mais rápida e
mais abrangente
para a
disseminação dos
princípios
exarados pela
Doutrina
Espírita,
propiciando o
esclarecimento e
o consolo de que
tanto necessita
o ser humano de
nossa época.
Prefiro retirar
a área
mercantilista
que naturalmente
acompanha esses
processos para
ficar com o
grande auxílio
socioespiritual
desses
acontecimentos.
O Consolador:
Houve alguma
lição de Chico
Xavier que o
tocou
particularmente?
Eu estive duas
vezes em Uberaba
e percebi o
extravasamento
constante de sua
paciência e de
sua humildade. O
Chico não
atendia as
pessoas apenas
no plano
encarnado. Eu o
vi também,
através de um
desdobramento
pelo sono,
atendendo
pacientemente a
um grande número
de pessoas,
entre elas
muitos
espíritas,
portadores ou
não de funções
de relevo em
nossa seara. E
eu nunca esqueci
quando ele me
atendeu aí e me
deu uma folha
com os dizeres:
“Sê Dele”, ou
seja, sejamos
servos de Jesus.
Isso eu guardo
comigo até hoje,
porque Jesus é o
nosso “modelo e
guia”, a quem
devemos amar e
seguir os seus
ensinos. Outra
lição
esplendorosa do
nosso Chico foi
ele viver a sua
vida “apenas com
o necessário”,
como ele sempre
dizia.
O Consolador:
Suas palavras
finais.
Os espíritas,
como as demais
pessoas, estão
realizando uma
viagem de
aperfeiçoamento;
logo,
trabalhemos o
máximo que
pudermos no bem
comum, pois
somente assim
atingiremos o
bem-estar
espiritual que
tanto
desejamos.