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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 4 - N° 182 - 31 de Outubro de 2010

 

A inveja

 

Eram colegas de classe na escola, mas Toninho não gostava muito de Carlos.  

Toninho era menino de família pobre, residia num bairro afastado e sua casa era muito simples. Carlos era rico, vestia roupas boas, belos sapatos lustrosos, e sua merenda era sempre melhor que a das outras crianças. 

Por isso, Toninho não o estimava, achando-o orgulhoso e distante. No fundo, sentia inveja dele.        

Certo dia, por acaso, chegaram ambos mais cedo à escola. Os outros colegas ainda lá não estavam e Toninho, não tendo com quem conversar, aproximou-se de Carlos, vendo o sorriso que este lhe dirigia. 

Conversando, Toninho percebeu que Carlos até que era um garoto simpático. Curioso, perguntou: 

— Por que você está sempre sozinho no recreio, longe dos outros colegas? 
 

— Porque sou muito tímido — Carlos respondeu.   

Toninho não conteve seu espanto: 

— Tímido?!... Eu pensei que você fosse orgulhoso e por isso não quisesse brincar com a gente!... 

Ficaram amigos e Carlos convidou Toninho para passar um dia em sua casa. Ele, que era pobre e morria de vontade de conhecer a casa do amigo, aceitou satisfeito. 

No dia combinado, o motorista veio buscá-lo na escola num lindo carro reluzente. Ao afundar no estofamento macio, o garoto prendeu a respiração. Estava eufórico. 

Ao se aproximarem da enorme mansão, Toninho não conteve o entusiasmo. 

Chegaram. De surpresa em surpresa, Toninho percorreu a enorme propriedade, interessando-se por tudo. 

— Puxa! Você deve ser muito feliz morando aqui, Carlos! 

Mas o menino respondeu com seu arzinho triste: 

— Não, eu não sou feliz. 

— Por quê? — gaguejou Toninho, sem entender. — você tem tudo, nada lhe falta! Tem até uma piscina e pode nadar quando quiser! 

— Não, não posso. Sofro de bronquite e tenho medo de me resfriar. Mas, se quiser nadar, fique à vontade. 

— Mas você pode comprar o que quiser, tomar enormes sorvetes... 

— Engano seu. Sofro constantes amigdalites e não tomo gelados. 

— Mas pode chupar balas, comer doces e bolos recheados... 

— Sou diabético e não posso comer doces — explicou Carlos, suspirando. 

Sob terrível espanto, Toninho procurava algo para alegrar o amigo: 

— Porém... Você tem essa casa enorme, luxuosa! Só de morar

aqui eu ficaria satisfeito, Carlos. 

O outro replicou com sorriso triste: 

— A casa é enorme, luxuosa e... vazia. Aqui só moramos eu e meu pai. Minha mãe faleceu quando eu era pequeno e sinto imensa falta dela. 

De surpresa em surpresa, Toninho foi percebendo como, muitas vezes, as coisas são bem diferentes daquilo que imaginamos. 

Despediu-se de Carlos no final da tarde. Foi com lágrimas nos olhos que chegou em sua moradia. Aquela casinha simples agora lhe pareceu com outras cores. Achou-a até bonita, com as flores no jardim e as cortinas nas janelas. 

A mãe veio encontrá-lo e foi com imenso carinho que ele a abraçou, comovido.  

Toninho contou-lhe a lição que recebera naquele dia, como julgara mal um menino pelas aparências e como sempre tivera inveja dele, concluindo: 

— Ah, mamãe! Agora percebo que riqueza não é tudo na vida e que existem coisas bem mais importantes. Gostaria muito de ajudar meu amigo Carlos, mas não sei como! 

— Sim, meu filho. Faremos tudo ao nosso alcance para tornar a vida do seu amigo mais alegre. Pode contar comigo. 

A boa senhora fez uma pausa, como se estivesse a meditar, e sugeriu: 

— Podemos começar, meu filho, falando a ele sobre a imortalidade da alma. Como espíritas, podemos dar-lhe consolo e esperanças, explicando que a mãezinha que ele tanto ama está viva e continua a amá-lo e protegê-lo, onde quer que se encontre. E que, algum dia, mercê da bondade divina, poderão se reencontrar. 

Toninho, fitando a mãe, exclamou: 

— Sim, mamãe. Como não pensei nisso antes? Carlos ficará muito contente, tenho certeza, e passará a ver a vida de outra maneira. 

E, suspirando, Toninho completou: 

— Como sou feliz! Eu, que julgava não ter nada, tenho tudo de que preciso.
 

Tia Célia



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita