O nível
a que
chegou o
movimento
espírita
francês
Matéria
publicada
com
destaque
na
edição
197
desta
revista,
o artigo
“Os
efeitos
do
ecletismo
e da
heterodoxia
no
movimento
espírita
francês”,
do
confrade
Artur
Felipe
de A.
Ferreira,
foi
muito
bem
recebido
por
nossos
leitores.
Assunto
nenhum
recebeu
anteriormente
tantas
manifestações
de
apoio,
como
pode ser
verificado
à vista
das
Cartas
publicadas
em nossa
edição
passada,
que o
leitor
pode ver
clicando
neste
link:
http://www.oconsolador.com.br/ano4/198/cartas.html
A bem da
verdade,
houve,
com
relação
à tese
do
artigo,
uma voz
discordante,
vinda de
um dos
nossos
colaboradores
da
Inglaterra.
Segundo
seu modo
de ver o
movimento
espírita
francês,
entende
nosso
colaborador
que o
Espiritismo
na
França
não foi
desfigurado,
embora
reconheça
que,
assim
como se
deu na
Inglaterra,
ele não
cresceu
e se
desenvolve
atualmente
mais no
seio da
comunidade
brasileira,
um fato
que se
dá em
diversos
países
europeus.
Note o
leitor
que essa
ressalva
apenas
confirma
a tese
exposta
no
artigo
publicado
pela
revista.
Nele,
seu
autor
não está
se
referindo
ao atual
movimento
espírita
na terra
onde
Kardec
nasceu.
Ele se
refere
ao fato
- que é
inquestionável
- do
não-crescimento
e do
desaparecimento
de
instituições
espíritas
que na
época de
Kardec
chegavam
a reunir
300, 400
pessoas
para
ouvi-lo,
e onde
os
periódicos
espíritas
se
contavam
em
grande
número.
Basta
que se
leia
a Revista
Espírita do
período
de 1858
a 1869
para se
aferir a
exuberância
do que
existia
na
França
naquela
época,
comparando-a
com o
que
existe
hoje.
É claro
que
acreditamos
que
tenham
existido
outros
motivos
para que
tal fato
se
desse,
como já
mencionamos
em duas
oportunidades
nesta
revista.
A
primeira
vez em
que o
assunto
foi aqui
ventilado
se deu
em nossa
edição
2, em
entrevista
que nos
foi
concedida
por
Divaldo
Franco,
disponível
em
http://www.oconsolador.com.br/2/entrevista.html
Destacamos
da
citada
entrevista
os
trechos
abaixo,
que
reproduzem
duas
perguntas
formuladas
por
André
Luiz no
livro
“Entre
Irmãos
de
Outras
Terras”,
obra
psicografada
pelos
médiuns
Francisco
Cândido
Xavier e
Waldo
Vieira
(FEB,
1966,
cap.
31), e
as
respostas
dadas a
elas por
Gabriel
Delanne
(Espírito)
e
Divaldo
Franco:
“André
Luiz:
Que nos
diz
acerca
do
Espiritismo,
na
França?
Gabriel
Delanne:
Não nos
é lícito
dizer
haja
alcançado
o nível
ideal...
Divaldo
Franco:
Após o
retumbante
êxito do
Congresso
Mundial
de
Espiritismo,
que teve
lugar em
Paris no
período
de 2 a 5
de
outubro
de 2004,
por
ocasião
do
bicentenário
de
nascimento
de Allan
Kardec,
o
Espiritismo
ensaiou
na
França
um passo
mais
audacioso.
Nada
obstante,
conforme
assevera
o nobre
espírito
Gabriel
Delanne,
ainda
não
alcançou
o nível
ideal…
André:
Em se
tratando
do berço
de Allan
Kardec,
ser-nos-á
permitido
indagar
a razão
disso?
Delanne:
Não
podemos
esquecer
que a
França
nos
últimos
vinte
lustros
sofreu a
carga de
três
grandes
guerras
que lhe
impuseram
sofrimentos
e provas
terríveis.
Divaldo:
Na
atualidade,
as
injunções
difíceis
que vive
a Europa
têm
dificultado
a
expansão
da
Doutrina
Espírita,
não
apenas
na
França,
mas
também
em
diversas
outras
nações,
que se
encontram
comprometidas
com o
materialismo
no seu
tríplice
aspecto:
científico,
filosófico
e
dialético.
Apesar
disso,
verdadeiros
missionários
que se
encontram
reencarnados
na
França e
nos
demais
países
estão
desenvolvendo,
com
esforços
hercúleos,
os
programas
de
divulgação
da
Doutrina
Espírita,
com
vistas
ao
futuro
melhor
da
humanidade.”
Voltamos
ao
assunto
no
editorial
publicado
da
edição
181,
intitulado
“Por
que se
enfraqueceu
na
França o
movimento
espírita?”
-
http://www.oconsolador.com.br/ano4/181/editorial.html
-, no
qual
reproduzimos
novamente
as
explicações
dadas
por
Delanne,
que nos
parecem
muito
claras e
certamente
podem
aplicar-se
ao que
ocorreu
na
Inglaterra
e na
Alemanha,
países
igualmente
envolvidos
em
conflitos
bélicos
de
grande
porte,
cujos
efeitos
sobre a
propagação
da
religião
cristã
são
bastante
notórios.
Com
efeito,
não foi
somente
o
Espiritismo
que
feneceu
nesses
países,
mas o
próprio
Cristianismo,
que não
apresenta
na
Europa a
pujança
de
épocas
anteriores.
*
O
importante
no
artigo
do
confrade
Artur
Felipe
Ferreira
não é,
contudo,
somente
a
questão
francesa,
mas a
ocorrência
de
problemas
semelhantes
que se
verificam
em nosso
País. E
de novo
temos de
recorrer
a
Delanne
e a
Divaldo,
cujas
respostas
abaixo
reproduzidas,
constantes
da
entrevista
mencionada,
deveriam
constituir
para
todos
nós um
sinal
importante
do que é
preciso
fazer:
“André:
Onde os
percalços
maiores
para a
expansão
da
Doutrina
Espírita?
Delanne:
Em nossa
opinião,
os
maiores
embaraços
para o
Espiritismo
procedem
da
atuação
daqueles
que
reencarnam,
prometendo
servi-lo,
seja
através
da
mediunidade
direta
ou da
mediunidade
indireta,
no campo
da
inspiração
e da
inteligência,
e se
transviam
nas
seduções
da
esfera
física,
convertendo-se
em
médiuns
autênticos
das
regiões
inferiores,
de vez
que não
negam as
verdades
do
Espiritismo,
mas
estão
prontos
a
ridicularizá-las,
através
de
escritos
sarcásticos
ou da
arte
histriônica,
junto
dos
quais
encontramos
as
demonstrações
fenomênicas
improdutivas,
as
histórias
fantásticas,
o
anedotário
deprimente
e os
filmes
de
terror...
Divaldo:
Ademais
desses
médiuns
que
voluntariamente
se
deixam
dominar
pelas
interferências
da
Entidades
perversas,
também
encontramos
aqueloutros
que
prometem
servir
ao
Espiritismo,
porém
deste se
servem,
a fim de
projetar
a
imagem,
acreditando-se
missionários
e
apóstolos
da Nova
Era, sem
a
superação
das
próprias
imperfeições,
sempre
hábeis
na
crítica
aos seus
companheiros,
enquanto,
fátuos,
seguem
descuidados
da
vigilância
em torno
das
necessidades
espirituais
de que
são
portadores.”
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