Carlos Signei de
Souza:
“A Doutrina
Espírita me
transformou em
uma
pessoa melhor”
O confrade
paulista fala
sobre sua
iniciação no
Espiritismo e os
fenômenos de
efeitos físicos
que o levaram a
buscar ajuda
numa instituição
espírita
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Carlos Signei de
Souza (foto),
natural da
cidade de São
Paulo, onde
reside, espírita
desde 1994, é
membro do
Conselho
Diretivo do
Centro Espírita
A Caminho da
Luz, situado na
capital bandeirante.
Industrial, com
formação em
Administração e
Marketing, sua
adesão ao
Espiritismo
ocorreu depois
de intenso
assédio
provocado por
Espíritos, fato
que o levou a
procurar ajuda
na casa
espírita,
tornando-se em
seguida um de
seus ativos
trabalhadores.
Qual foi a
experiência
mediúnica que o
levou ao
Espiritismo?
|
Não posso dizer
que, em um
primeiro
momento, foram
as experiências
mediúnicas que
me levaram ao
Espiritismo,
visto que elas
aconteciam e eu,
extremamente
cético, não lhes
dava importância
alguma. A dor de
todo tipo, por
perda material e
profissional,
foi o primeiro
despertar;
depois, com a
intensidade dos
fenômenos, não
houve como
negá-los. |
Como esses
fenômenos
ocorriam?
Os fenômenos
aconteciam de
todas as formas:
Espíritos
perambulavam
pela casa
fazendo barulho
e sons de
passos, com
maior
intensidade no
meu quarto, onde
eu era lançado
da cama em
direção à
parede, e sentia
uma pressão na
garganta
simulando
semelhança de
enforcamento
durante a noite,
além do bater de
panelas, pratos
e talheres na
cozinha, que
ficava na
parte térrea do
sobrado. Minha
filha mais nova,
ainda de colo,
gritava
assustada com o
assédio das
entidades
trevosas, que eu
percebia apenas
por meio das
emanações de
energias
negativas e
imagens de
vultos escuros.
Tudo isso durou
quase 4 anos de
intenso assédio.
Depois, com a
perda,
praticamente, de
todas as posses
materiais,
procurei ajuda.
Outras pessoas
presenciaram os
fenômenos?
Sim. Com exceção
de minha filha
do meio – temos
três filhas –
todos da casa
ouviam, sentiam
e viam os
acontecimentos
fenomênicos.
Houve uma
passagem
interessante em
que recebi em
minha casa a
visita de um
amigo. Tomávamos
vinho na sala e
este amigo me
perguntou o que
estava
acontecendo na
parte superior
do sobrado, pois
era uma
barulheira
intensa de
passos, como se
lá em cima
estivessem
dezenas de
pessoas. Então
lhe expliquei
que não havia
ninguém e mesmo
que houvesse não
daria para ouvir
porque a laje do
sobrado era
daquelas antigas
com quase vinte
centímetros de
espessura. Pedi
à esposa que
subisse e
andasse com
firmeza, os
barulhos
pararam, sem
ouvir sequer
seus passos.
Então falei pra
ele: Os
Espíritos se
aquietaram. Este
amigo nunca mais
voltou. E,
realmente,
quando a esposa
subia no andar
superior os
barulhos
cessavam.
Quais foram as
providências
para sanar o
inconveniente?
Um vizinho, que
era espírita e
médium, via
Espíritos
grudados a uma
grande mangueira
que havia na
frente do
terreno.
Procurei
aproximar-me das
atividades de um
Centro Espírita,
mas só o
consegui na
quinta
tentativa, pois
sempre havia um
obstáculo a
vencer no dia da
reunião: o carro
quebrava,
acidentes não
deixavam chegar
a tempo, a
bateria arriava.
Quando
conseguimos
finalmente
chegar a um
Centro, fui
atendido e
submeti-me ao
tratamento
recomendado. O
esforço foi
longo, durou
anos a fio,
acredito que
foram uns seis
anos.
Foi pesquisada a
possível origem
dos fenômenos
naquela
residência?
Não houve uma
pesquisa
oficial, mas
depois acabei
lembrando que
quando era
jovem, aos 15
anos, tive uma
amiga que morou
nesta casa e que
achávamos que
havia sumido,
mas ela, em
verdade, ficava
enclausurada no
seu quarto – meu
quarto quando
ali passei a
residir – feita
refém por 30
dias para
experiências
mediúnicas
vulgares e
vinculadas a
prejuízos de
terceiros.
Quando comprei a
casa não me
lembrava de
nada, o preço
estava bom, mas
a casa
totalmente
destruída. As
pessoas que
moravam lá
pareciam
paralisadas, não
tinham ânimo
para nada. Tive
que demolir
parte da casa,
pois três
cômodos da
frente estavam
abandonados
porque as telhas
iam quebrando e
ninguém subia
para trocá-las.
Não quis saber
dos detalhes...
Os problemas já
eram grandes
demais.
Quando você se
aproximou do
Espiritismo,
pôde compreender
o que antes lhe
ocorria?
A Doutrina
Espírita foi a
luz que me deu
um novo olhar
para os
fenômenos e para
o que acontecia
na minha vida.
Ela me
transformou em
uma pessoa
melhor. A
demissão do meu
trabalho, em que
eu era um
executivo bem
sucedido, que
considerei um
ato injusto, foi
a justa medida
para mais tarde
constituir minha
própria empresa,
o que me dá
liberdade de
horário para
participar de um
programa semanal
na Radio Boa
Nova e atuar
mais
intensamente em
todas as
atividades
filantrópicas e
espirituais do
Centro Espírita
A Caminho da
Luz. Hoje estou
divorciado, mas
vivo uma relação
saudável com a
ex-esposa e as
filhas, sendo
que todas
trabalham
comigo.
Os fenômenos
voltaram a
ocorrer após o
conhecimento
espírita?
Como eu disse
anteriormente,
foram quase seis
anos de assédio.
Os fenômenos
acabaram, mas os
conflitos
íntimos na luta
do
autoaperfeiçoamento
jamais cessam.
Voltando no
tempo, após
todas essas
experiências o
que lhe ocorre
dizer?
Não deixem
acontecer com
vocês o que
aconteceu
comigo. Dei
muito trabalho
para que a
espiritualidade
me conduzisse
para o meu
devido caminho,
com que me havia
comprometido na
espiritualidade
e que eu
esquecera por
opções ilusórias
de realidade.
Quantos
Espíritos
movimentados,
quantos
fenômenos
produzidos para
que eu voltasse
ao caminho!
Algo mais a
acrescentar?
Agradecimento,
só agradecimento
aos amigos
especiais que me
ampararam, aos
médiuns que
semanalmente me
atendiam com
carinho e
atenção, e a
todos do Grupo
Espírita Daniel,
minha casa-mãe,
e aos meus
amigos do A
Caminho da Luz,
aos mentores
amigos que,
graças a Deus,
não desistiram
de mim.
Suas palavras
finais.
Hoje sou uma
pessoa livre
para pensar,
para viver, mas
principalmente
para estudar e
viver a Doutrina
Espírita. Que
bom optar por
Jesus quando não
o buscamos por
necessidade, mas
simplesmente por
gratidão.