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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 5 - N° 255 - 8 de Abril de 2012

 


A reunião dos bichos

 

Certa ocasião, numa linda floresta, os animais estavam preocupados com seu futuro e se reuniram para conversar. As aves voavam pelo céu, viram o que estava acontecendo e depois vieram lhes contar.

Dizia um papagaio:

— Acreditem! A floresta estava pegando fogo em muitos lugares!

— Mas não é só isso! Há lugares em que os homens estão derrubando as árvores. Depois de colocar a madeira em grandes caminhões, eles ateiam fogo no terreno! — um tucano acrescentou. 

— Que horror! — exclamavam os bichos

apavorados, ouvindo com tristeza.

— A fumaça invade tudo e muitos morrem sufocados! As aves e os animais estão desesperados. Desalojados, virão para cá buscar ajuda!... — o macaco completou, acomodado num galho.

O leão, rei da floresta, ficou pensativo. Depois perguntou:

— Alguém tem alguma sugestão para resolvermos esta grave situação, que coloca em risco nossas casas e a vida da floresta?

O jabuti levantou a patinha e sugeriu:

— Sugiro que o elefante encha sua tromba com

água e jogue sobre o fogo para apagá-lo!  

— Não diga tolices! Mesmo com tromba grande, como fazer para enchê-la de novo? Enquanto vou até o rio e volto, o fogo toma conta de tudo! Além disso, não resolve a questão do desmatamento — o elefante respondeu.

Todos concordaram. O veado arriscou um palpite:

— E se formos até lá conversar com os homens e explicar a situação?

— Eles nos matariam para vender nossa pele — retrucou a onça, lambendo o pelo.

Cada um deu uma ideia diferente, sempre recusada pelos demais. Desanimados, estavam já no final da reunião, quando a coruja, que permanecera calada, falou:

— Eu sei como resolver esses problemas.

— Sabe? — perguntou o leão, interessado — Pois então diga! Qual a solução?

A coruja, que é muito sabida, estufou o peito e disse:

— Pois bem. Se fossem vocês que estivessem praticando esses crimes, o que poderia fazê-los parar? Qual seria o argumento mais forte?

Os animais se calaram, pensando na resposta. Afinal, tiveram que confessar ignorância.

— Diga logo, dona coruja! Quer nos matar de aflição?... — rugiu o leão.

A coruja arregalou ainda mais os olhos, fez pose e respondeu:

— É simples! Cada um de nós preserva com muito amor sua família, defendendo-a de todos os perigos e desejando o melhor para ela, não é?

— Sim! Isso nós já sabemos! Mas qual a ligação com nossa questão de sobrevivência? Afinal, os homens vão acabar chegando até nós! — retrucou o leão, preocupado.
 

— Não percebem? Se protegemos nossa família, eles também protegem as famílias deles! Se conseguirmos que as crianças, que são mais sensíveis, nos defendam, mostrando a importância da preservação da floresta para a vida de todos, teremos resolvido o problema da destruição. Basta saber quem vai conversar com os filhos deles!

— Isso mesmo! Tem razão! Viva a coruja!... — gritavam todos em algazarra.

Sabiam onde encontrá-los. Os homens residiam em vilas próximas à região do desmatamento. Os olhos do leão brilharam. Os demais bichos também ficaram mais alegres. O rei dos animais indagou quem iria falar com as crianças. 

— O papagaio, já que é o único que fala a língua deles! — sugeriu a coruja.

Assim resolvido, o papagaio, como embaixador dos bichos, levantou voo e foi até à vila. Lá chegando, encontrou as crianças brincando. Contou-lhes sobre o que estava acontecendo com os animais, falou-lhes sobre a destruição da floresta, o incêndio que se alastrava por todo lado, ameaçando a vida de todos os habitantes da floresta. E concluiu:

— Quando os homens destruírem toda a floresta, não haverá mais vida: todos os animais, pássaros e insetos perderão suas casas e não terão onde viver.  

As crianças, atentas e amorosas, ouviram preocupadas. Depois, foram procurar os pais, a quem contaram o que estava acontecendo.

Fausto, o dono da empresa e responsável pelo desmatamento, respondeu:

— Mas vocês não correm perigo! O perigo é só para os animais!

— Não, papai! — afirmou Lúcia, filha de Fausto, com a aprovação das outras — Com o que vocês estão fazendo destroem o “nosso” mundo! Quando acabarem com ele, como vamos viver? O ar está cheio de fumaça e eu nem consigo respirar direito! Quando destruírem tudo, o que será de nós? Porque já derrubaram outras matas e vão continuar destruindo outras mais. E o que será do nosso planeta? Temos que cuidar do meio ambiente, da natureza, papai!...

As mães também aderiram ao movimento e, tanto as crianças e as mães explicaram, choraram e oraram, suplicando o amparo de Jesus, que Fausto acabou por reconhecer que elas estavam com a razão:

— Tudo bem! Tudo bem! Vocês ganharam! Chega de choro!...

As crianças puseram-se a pular no colo dos pais, gritando de alegria e satisfação. O papagaio voou para a clareira da floresta, onde os bichos aguardavam a resposta:

— As crianças conseguiram. Elas são nossas amigas! Estamos salvos!... Viva! Viva!...

E, naquela noite, todos na floresta comemoraram a vitória. Eles sabiam que a conquista não era de um lado ou de outro, mas de todos, pois quem ganharia era o planeta Terra.

Havia muito por fazer. Fausto reuniu seus homens e ordenou medidas para conter o fogo. Depois, eles iriam cuidar do reflorestamento da região e tudo o mais que fosse necessário.  

A paz voltara à floresta e todos agradeceram a Jesus e às crianças que os ajudaram.
 

                                                                  MEIMEI


(Recebida por Célia Xavier de Camargo, em Rolândia-PR, em 27/02/2012.) 


 


 


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