Edith Burkhard:
“A fé irrestrita
em Deus tem-me
ajudado no
processo
evolutivo”
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Edith Burkhard
(foto),
secretária
bilíngue,
atualmente
aposentada,
residente em
Winterthur,
Suíça, nasceu em
Zurique, mas foi
criada no Rio de
Janeiro, Brasil.
Seus pais, ela e
um irmão
emigraram, logo
após a 2ª Guerra
Mundial, para o
Brasil, onde
viveram até
1963, retornando
em novembro do
mesmo ano à
Suíça. Espírita
há mais |
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de 25 anos e
bastante
conhecida por
servir de
intérprete nas
palestras
proferidas por
Divaldo Franco
em cidades da
Europa, ela
concedeu-nos a
entrevista
seguinte. |
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Quando, e em que
circunstâncias,
você teve seu
primeiro contato
com a Doutrina
Espírita?
Meu primeiro
contato foi por
ocasião do
primeiro
encontro com
Divaldo Franco
ocorrido em
Zurique, em
1988. A partir
do ano seguinte
tornei-me sua
intérprete e
tradutora.
Tornei-me
espírita com o
passar dos anos
e desde 1998 sou
trabalhadora no
Centro de
Estudos
Espíritas Allan
Kardec,
Winterthur,
Suíça.
Você teve algum
problema
familiar em
decorrência de
sua adesão à
Doutrina
Espírita?
Não, pois minha
adesão deu-se
sucessivamente.
Embora a minha
família não
fosse espírita,
eles não se
opuseram, apesar
de não
compreender meu
compromisso com
a Doutrina
Espírita.
Quais são, no
momento, suas
atividades no
meio espírita?
Sendo
palestrante
espírita, sou
convidada a
proferir
palestras em
português e em
alemão em
diversas cidades
suíças e alemãs.
Outras
atividades são:
tradução de
livros espíritas
e intérprete de
palestrantes que
vêm do Brasil,
como, por
exemplo, Juselma
Coelho além do
compromisso
anual com
Divaldo Franco.
Sabemos que você
já traduziu
alguns livros
espíritas do
português para a
língua alemã.
Pode dizer-nos
quais foram? E
qual sua opinião
sobre a
importância das
traduções, uma
vez que algumas
traduções das
obras básicas do
Espiritismo não
são confiáveis?
Traduzi algumas
obras do
Espírito Joanna
de Ângelis,
psicografadas
por Divaldo
Franco, e os
livros Nosso
Lar e Os
mensageiros,
de André Luiz,
psicografados
por Chico
Xavier. Na minha
opinião, as
traduções são
importantíssimas,
pois são o meio
mais simples de
fazer com que os
nacionais de
língua alemã
tenham acesso à
Doutrina
Espírita. Com
relação ao
controle, penso
que é um ponto
delicado, mas
necessário. Sou
a favor de que
todas as obras
espíritas
traduzidas, não
somente para o
alemão, mas para
outros idiomas,
sejam, antes de
serem
publicadas,
revisadas quanto
à fidelidade ao
conteúdo
doutrinário
original.
Conte-nos como
se deu seu
trabalho como
tradutora para a
língua alemã das
palestras de
Divaldo Pereira
Franco aqui na
Europa.
Como todos
sabemos, não
existe o acaso.
E assim ocorreu
meu primeiro
encontro com
Divaldo Franco,
numa noite de
primavera em
1988, quando ele
e Nilson Pereira
de Souza haviam
sido convidados
pelo arquiteto
suíço André
Studer para
proferir uma
palestra no G19
(Fundação para o
fomento da
consciência
universal) em
Zurique. Uns
meses antes, eu
havia recebido
um folheto com
uma nota que
dizia: é para
você!
Passaram-se as
semanas e eu não
entendia o
porquê daquela
nota. Algo me
dizia que era
para mim, e que
eu deveria
descobri-lo. Uma
semana antes do
encontro,
descobri que a
nota se referia
a uma palestra e
seminário de
Divaldo Franco
no G19, a qual
seria traduzida
do português
para o alemão.
Chegando lá, fui
saudar Divaldo e
Nilson, bem como
o intérprete de
Divaldo do
português para o
inglês, John
Zerio. A
palestra foi
traduzida para o
idioma inglês e
André Studer
passou-a para o
alemão.
Após a palestra,
André Studer
acercou-se de
mim e
perguntou-me se
eu gostaria e
poderia assumir
a tarefa de
tradutora do
seminário, pois
o tradutor
juramentado que
ele havia
contratado não
apareceu e,
portanto, ele
estava
precisando de
alguém que
traduzisse a
fala do Divaldo.
Aceitei – eu
havia adquirido
prática como
tradutora no
Aeroporto de
Zurique. E assim
foi que, com
exceção de 1989
(quando estava
trabalhando na
Itália), fui
assumindo pouco
a pouco a tarefa
da tradutora de
Divaldo,
primeiramente
somente na
Suíça, e a
partir de 1995
também na
Alemanha e na
Áustria.
Qual o seu olhar
quanto à adesão
dos nativos
europeus perante
a Doutrina
Espírita? Não
somente na
Suíça, onde você
mora, mas a
nível europeu,
pois sabemos que
você viaja por
toda a Europa.
Os nacionais de
língua alemã
estão
despertando
pouco a pouco
para a verdade
da imortalidade
da alma.
Entretanto, é um
processo longo e
quando o
primeiro
entusiasmo passa
eles não se
interessam mais
pela Doutrina
Espírita. Muitos
estão mais
interessados no
lado científico
e teórico da
Doutrina, e
quando se dão
conta de que a
Doutrina
Espírita é a
grande
oportunidade da
reforma íntima,
desistem. Algo
que sempre me
chama a atenção
é que o
interesse pela
mediunidade é
muito maior do
que pelo estudo
do Espiritismo.
O importante é
que nós não
devemos nunca
desistir, pois é
através do nosso
comportomento e
dos nossos atos
que eles
entenderão o que
é o Espiritismo.
Qual é a
literatura
espírita, fora
as obras
básicas, que
mais lhe
desperta
interesse?
Para mim, além
das obras
básicas, me
interessam as
obras
psicografadas
por Divaldo
Franco (Joanna
de Ângelis e
outros
Espíritos), bem
como por
Francisco
Cândido Xavier.
Neste momento,
quando milhares
de refugiados de
guerra procuram
na Europa um
lugar seguro
para viverem,
você acredita
que o povo
suíço, ou mesmo
o europeu, está
apto a praticar
a caridade e
acolher como
irmãos essas
pessoas?
Noto na conduta
de muitos a
vontade de
ajudar, de
contribuir para
aliviar a
situação dos
refugiados.
Oremos para que
os políticos
possam
aproveitar a
oportunidade de
praticar a
caridade. E nós,
espíritas,
podemos
colaborar
envolvendo tanto
os refugiados
como os
políticos em
nossas orações.
Deixe-nos uma
frase, uma
palavra, ou um
pensamento, que
traduza o valor
que a Doutrina
Espírita tem em
sua vida.
Através da
Doutrina
Espírita, e do
meu trabalho de
tradutora, posso
afirmar que me
encontrei e
aprendi a
assumir
responsabilidades.
A fé irrestrita
em Deus tem-me
ajudado no
processo
evolutivo. Sou
imensamente
grata a Jesus
pelo Seu Amor e
pela Sua
Paciência
comigo. Que Deus
nos abençoe.